quinta-feira, 3 de julho de 2014

EUA batem novo recorde na Copa, e técnico celebra: “Inspiramos um país”

Prorrogação de jogo contra a Bélgica rende maior audiência do futebol no país, e redes sociais “explodem”. Meta agora é fazer o mesmo com liga local

Por São Paulo
Comente agora
Uma eliminação dolorida disputada em uma prorrogação histórica rendeu o maior pico de audiência da história do futebol nos EUA. Durante os 30 minutos finais da derrota por 2 a 1 sobre a Bélgica, terça-feira, em Salvador, pelas oitavas de final da Copa do Mundo, 19,5 milhões de americanos assistiram a momentos tensos, vibraram com defesas de Tim Howard, mas lamentaram o resultado final. O número foi registrado pela Nielsen, especializada na medição do ibope americano. Foi a maior audiência do futebol no país, contando só a transmissão em inglês.
Tim Howard jogo Estados Unidos x Bélgica Arena Fonte Nova (Foto: Getty Images)Mesmo eliminado,Howard retorna aos EUA como herói devido grande atuação no jogo contra a Bélgica (Foto: Getty Images)

Juntando a Univision, canal que transmite em espanhol, o número das oitavas sobe para 24,6 milhões. Contando todas as mídias, a audiência de EUA x Bélgica passa a ser a segunda maior, perdendo apenas para o empate por 2 a 2 em Portugal, pela primeira fase, que teve picos de 24,7 milhões de telespectadores – neste jogo, 6,5 milhões de pessoas assistiram à transmissão em língua espanhola.
O instituto Nielsen, porém, entende que os números do último jogo são mais significativos. EUA x Portugal foi num domingo, em horário nobre, enquanto EUA x Bélgica ocorreu no fim da tarde de uma terça-feira, em horário comercial para boa parte do país – na costa oeste, por exemplo, o jogo começou às 11h da manhã. Os dois jogos tiveram números melhores do que EUA x Gana, pelas oitavas de final de 2010.
No Brasil, os americanos se mostraram orgulhosos pela mobilização em torno da Copa do Mundo. Para o técnico Jürgen Klinsmann, a imagem que simbolizou essa nova era do futebol no país foi a presença de cerca de 28 mil torcedores no estádio Soldier Field, em Chicago, mais acostumado a receber partidas de futebol americano.
torcida dos Estados Unidos acompanhando o jogo em Chicago (Foto: Reprodução / Twitter)Cerca de 20 mil torcedores acompanhar a partida contra a Bélgica no estádio Soldier Field (Foto: Reprodução / Twitter)

– Estamos muito animados em ver o futebol quebrando recordes de audiência e alcançando reconhecimento nos EUA. Pessoas vendo nas televisões, indo à Fan Fests... Nós inspiramos um país, inspiramos fãs a se divertirem com esses jogos dramáticos, cruzar os dedos, viver emoções positivas e, às vezes, negativas. Os jogadores devem estar orgulhosos de tudo o que fizeram – afirmou o técnico, antes de deixar o Brasil.
Outro índice de medição que satisfez os americanos apareceu nas redes sociais. De acordo com o departamento de comunicação da seleção, a conta oficial dos EUA no Twitter ganhou cerca de 500 mil seguidores durante a Copa – o número atual é de 1,18 milhão. Além disso, a interação com o público e a boa receptividade no Brasil deixaram a equipe ainda mais animada.
– As pessoas se importam cada vez mais com o jogo, dão opiniões sobre tudo, interagem. Isso faz os jogadores se sentirem mais importantes. O jogo cresceu muito. Agora todos se importam, colocam suas opiniões nas redes sociais. Queremos que continue assim – destacou Michael Kammarman, porta-voz da seleção.
torcida dos Estados Unidos acompanhando o jogo em Indianapolis (Foto: AP)Torcida  acompanhando jogo em Indianapolis (Foto: AP)
A meta, agora, é fazer com que a Major League Soccer passe pelo mesmo processo e esteja ainda mais forte daqui a quatro anos, antes da nova edição da Copa do Mundo, na Rússia. A expansão da liga e a contratação de mais jogadores de renome mundial fazem parte dos planos. O Orlando City, que estreia ano que vem, contratou Kaká. O New York, outro que ainda vai debutar no campeonato, contratou o espanhol David Villa.
– A relação com a MLS é muito importante e muito boa. Aos poucos, ajustamos os calendários e ficamos mais próximos da Europa e outros grandes centros. Hoje, seleção e liga estão caminhando na mesma direção – elogiou Jürgen Klinsmann.
As próximas metas da seleção são o título da Copa Ouro, em 2015, e a disputa de uma edição especial da Copa América, em 2016 – o torneio será realizado nos EUA e é uma homenagem aos 100 anos da competição.
A chuva não espantou os torcedores americanos da Arena Pernambuco (Foto: Aldo Carneiro/ Pernambuco Press)Chuva não espantou os torcedores americanos da Arena Pernambuco (Foto: Aldo Carneiro/ Pernambuco Press)

Nenhum comentário:

Postar um comentário