Melhor do mundo, mas confundido com o irmão, Murilo não liga: 'Normal'

Chamado frequentemente pelo nome de Gustavo, ponteiro se diz animado com momento do vôlei brasileiro e espera que esporte atraia novos fãs

“Gustavo, me dá um autógrafo?”. Murilo não se importa, mas, mesmo eleito melhor jogador do último Mundial, na Itália, e tendo sido fundamental na conquista do tricampeonato pela seleção, ainda é confundido com o irmão mais velho, jogador do Pinheiros. Até mesmo um jornalista, durante a coletiva de imprensa no retorno ao país após o título, trocou os nomes. O ponteiro do Sesi não corrige: costuma apenas sorrir. Os pedidos, atende a todos, mas faz questão de marcar a própria assinatura.

Murilo, do Sesi, e Gustavo, do Pinheiros, presente e passado da seleção e irmãos (Foto: Divulgação / CBV)

Murilo diz, porém, que tem sido reconhecido com mais frequência, mas que “não chega a causar tumulto”. Afirma ter orgulho e só se incomoda com uma pergunta ao ser cercado por jornalistas durante o lançamento da Superliga 10/11, terça-feira, em São Paulo. “Lógico que eu sou o mais bonito!”, reponde de bate-pronto. Brincadeiras à parte, diz estar acostumado à confusão.
- As pessoas confundem pela questão física. É normal, não é um negócio que magoa. Tenho um outro irmão que é a mesma coisa. Eu que sou confundido com ele lá em Passo Fundo. É normal, não esquento a cabeça. Quando o André Heller ainda estava na seleção, tinha mais um para confundir.
Quando surgiu para o vôlei, Murilo logo passou a ser chamado de “irmão do Gustavo”. Nada mais natural, ele acredita. E o ponteiro afirma que gosta de ser conhecido assim.
- Vou ser sempre o irmão do Gustavo. As pessoas que não me conheciam, aos poucos estão me chamando de Murilo, por conta do título. Mas não me ligo nisso.
Murilo está animado com o momento do vôlei brasileiro. Quer que o esporte ganhe cada vez mais fãs e que tenha seu próprio dia na TV, como acontece com o futebol, às quartas e aos domingos. Para o jogador, o grande equilíbrio que a próxima edição da Superliga promete deve ajudar neste caminho.
- Vai ser a mais equilibrada, com certeza. No ano passado, o Sesi e o Pinheiros tiveram pouco tempo para se adaptar. Agora, chegam mais fortes. E tem o Vôlei Futuro, que se reforçou muito. Vai ser muito difícil. Mas o vôlei ainda é muito pouco divulgado. A pessoa que não entra em sites para se informar não abre o jornal e vê que hoje tem jogo. Ainda falta um pouco disso.