segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Apaixonado pela seleção feminina, brasileiro cria liga de vôlei no Japão

Na cola da equipe há 15 anos e amigo das jogadoras, Alexandre Kendi leva a esposa ciumenta e a mãe, de 76 anos, para torcer na Arena Hamamatsu

Por Mariana Kneip Direto de Hamamatsu, Japão
De olho puxado e vestindo a camisa do Brasil, um torcedor se misturava entre as mais de 5 mil pessoas que torceram pela seleção na partida contra a Holanda, neste domingo. Mas a história de Alexandre Kendi, que levou uma caravana de 25 amigos ao ginásio, com a seleção feminina de vôlei é antiga. Começa em 1995. No passaporte, ele coleciona carimbos das Filipinas, China e outros países da Ásia onde a equipe já jogou. O paulista, que trabalha em uma fábrica em uma cidade perto de Nagoya, é apaixonado por vôlei e acompanhou campeonatos importantes, entre eles os Jogos Olímpicos de Pequim-2008, quando as meninas comandadas por José Roberto Guimarães conquistaram o ouro. Tanta dedicação ao esporte foi parar dentro da quadra, e, atualmente, ele comanda uma liga com cerca de 18 times na região de Tokai, no sul do Japão, onde fica Hamamatsu, sede da primeira fase do Mundial.
vôlei mundial torcida brasilAlexandre e a esposa, Susan, seguram a bandeira do Brasil (Foto: Mariana Kneipp / Globoesporte.com)
- As pessoas que gostam do esporte acabam se juntando e querendo jogar. Então, criamos uma liga, que permite a realização de, pelo menos, quatro torneios por temporada, um para cada estação do ano. Na feminina, varia de sete a oito times. Na masculina, oito a nove. Qualquer um pode jogar, brasileiro ou japonês. Assim, todo mundo se diverte - disse o natural da capital paulista, que está em Tokai há 18 anos.

Conhecido das jogadoras da seleção, “desde os tempos de Leila, Virna e Fernanda Venturini”, ele conta, Kendi guarda boas histórias na memória. Entre elas, um dia de aventura de Carol Gattaz nas ruas do Japão, durante a disputa da Copa do Mundo de 2007, em Kumamoto.

- Ela perguntou se poderia usar meu carro para ir ao mercado porque queria experimentar dirigir na mão inglesa. Eu disse que sim, mas fiquei apreensivo. No banco de trás, entraram Paula, Natália e Fabiana. Não sei como coube, porque elas são tão altas! Ela até que se deu bem, apesar de tentar dar seta e ligar o parabrisas. Mas eu mesmo misturei momentos de risadas e medo - contou.

Mãe de 76 anos acompanha o torcedor nos jogos

A amizade com as jogadoras da seleção já chegou até a causar problemas conjugais para Kendi. Casado com uma filipina, ele revela que já teve discussões no estilo “ou elas ou eu”.

- Susan não gostava de jogar, tinha medo da bola. Mas agora me acompanha, até porque tem ciúmes. Fica dizendo que eu dou mais atenção ao vôlei do que a ela.

Neste domingo, Susan estava ao lado de Kendi na torcida pelo Brasil. Com ele, também o seu amuleto: a mãe Terezinha, de 76 anos, que também gosta de assistir aos jogos da seleção.

- Ela mora comigo, então sempre vem assistir. Convenci a família toda a se apaixonar por vôlei.

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