Jornalistas são presos ao gravar documentário sobre a Copa no Qatar

Profissionais da Radio Television Suisse, da Suíça, foram detidos enquanto filmavam imagens de paisagens do país-sede da Copa do Mundo de 2022

Por GLOBOESPORTE.COM Doha, Qatar

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Nuvem artificial foi solução proposta para aliviar o
calor durante a Copa do Qatar (Foto: Divulgação)

Dois profissionais da imprensa suíça foram detidos no Qatar enquanto gravavam imagens para um documentário sobre a Copa de 2022. O repórter Cristopher Cerf e o cinegrafista Yvan Thorimbert foram presos no dia 1 de abril, algemados e interrogados pela polícia do país antes de passarem 13 dias na cadeia.
A dupla, que trabalha para a Radio Television Suisse (RTS), foi julgada em Doha, recebeu uma multa e teve a câmera confiscada. As autoridades do Qatar só liberaram os suíços quando seu embaixador no Kuwait compareceu ao país para solucionar a questão.
Os jornalistas explicaram que estavam há dois quilômetros de distância de uma placa que sinalizava que a filmagem não era autorizada, apenas gravando imagens de paisagens. A empresa responsável pela produção, por sua vez, afirmou que havia recebido uma liberação para gravar no país antes mesmo do embarque dos profissionais.
Massimo Lorenzi, diretor de esportes da RTS, reclamou do autoritarismo do governo local.
- A maneira arbitrária como a polícia do Qatar agiu é uma violação séria à liberdade de imprensa – esbravejou.
O episódio gerou mais críticas à escolha da Fifa de realizar o mundial no país asiático. A entidade já vinha recebendo muitas reclamações por conta do clima do Qatar na época em que a Copa é disputada. O país é conhecido por suas temperaturas elevadas, chegando a 49º C e dificilmente ficando abaixo de 29º C. Um dos projetos, aliás, foi alvo de piadas: o governo chegou a pensar em criar nuvens artificiais nos estádios.