domingo, 3 de julho de 2011

Médico da CBDA, sobre punição a Cielo: 'Ninguém agiu com amizade'

Cláudio Cardone minimiza polêmica da farmácia e diz que urina e testes anteriores no lote do produto caracterizariam falta de culpa ou negligência

Por Helena Rebello Rio de Janeiro
Médico da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Cláudio Cardone explicou porque César Cielo e outros três nadadores receberam apenas uma advertência, enquanto a menor pena aplicada pela Internacional de Natação (Fina) pelo uso de furosemida nos últimos anos foi de seis meses de suspensão. Apesar do médico Eduardo de Rose, que presidiu o painel, ter afirmado que as competições que os atletas têm pela frente são levadas em conta, Cardone afirmou que não houve protecionismo pelo fato do único campeão olímpico da história da natação brasileira estar envolvido.
- Ninguém agiu com amizade, apesar de torcermos para o Brasil. A decisão do painel foi porque eles realmente conseguiram provar que não houve melhora de rendimento. Pelo contrário. O painel não tinha do que fugir. Está tudo bem documentado. Agora é aguardar o pronunciamento da Fina.
As versões contraditórias sobre o envolvimento de uma farmácia de manipulação no caso foram minimizadas pelo médico. Segundo ele, o documento apresentado pelo nadador do Flamengo era “amplo”, enquanto outras provas, como as análises da urina e de amostras das cápsulas, eram mais “contundentes” e comprovaram a falta de culpa ou negligência.
- O documento da farmácia é amplo. Particularmente acho que existem provas mais contundentes que caracterizam falta de culpa ou negligência. Primeiro, eles sempre mandavam analisar os lotes de cafeína e apresentaram um laudo de negatividade porque a mesma cafeína tinha sido usada e testada durante o ano. Eles se preocupavam com a origem, o que caracteriza um fato isolado. Depois, a urina não tinha padrões modificados: não era diluída, o PH era ácido e era possível identificar esteróides. Além disso, o Ladetec (laboratório credenciado pela Wada) afirmou que a quantidade de furosemida era muito baixa, o que sugere a contaminação – listou.
A Federação Internacional de Natação (FINA) tem 18 dias para analisar o caso e dizer se concorda com a CBDA ou se precisa de mais esclarecimentos para, então, decidir se vai ou não aumentar a punição. Fina, CBDA ou os atletas podem levar o caso à Corte Arbitral do Esporte (CAS).

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