segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Pilotos revelam detalhes da disputa eletrizante pela vitória em Londrina

Com problema no motor, Cacá Bueno diz que não suportaria mais uma volta. Ricardo Maurício lamenta falta do 'push to pass' para ultrapassar no fim

Por Alfredo Bokel Londrina, Paraná
A etapa, que começou com problemas no asfalto, terminou com uma disputa para ficar marcada na história da Stock Car. Quem esteve no Autódromo Internacional Ayrton Senna, em Londrina, ou assistiu pela TV a 10ª e antepenúltima etapa da Stock Car, no último domingo, acompanhou a mais acirrada briga pela vitória na temporada 2011. Com a ajuda do push to pass - o botão de ultrapassagem que aumenta a potência do motor em cerca de 100 cavalos e pôde ser utilizado oito vezes nesta corrida -, Cacá Bueno, da equipe RBR Mattheis, e Ricardo Maurício, da RC, se revezaram na primeira posição no travado traçado paranaense.
Cacá Bueno Ricardo Maurício Stock Car Londrina (Foto: Carsten Horst)Porta com porta, Cacá Bueno (0) e Ricardo Maurício (90) disputam a ponta em Londrina (Foto: Carsten Horst)
- Foi uma batalha das melhores, como há muito tempo eu não participava. Uma disputa limpa e cheia de ultrapassagens - elogiou Cacá.

Cacá largou na pole, mas perdeu a posição para Ricardinho após ambos pararem nos boxes. A equipe RC trabalhou mais rápido e devolveu seu piloto à pista na frente do adversário. Os dois abriram vantagem em relação ao segundo pelotão, e a disputa esquentou de vez a partir da 21ª volta: o tricampeão reassumiu a ponta, mas o piloto do carro 90 deu o troco poucos metros depois. Na 23ª volta, a história se repetiu: Cacá ultrapassou, mas Ricardinho recuperou a posição em seguida.
- Eu sabia que o carro do Cacá rendia menos na reta oposta e eu o ultrapassava. E ele sabia que poderia me passar no fim da reta dos boxes. Nós dois usamos bem o push to pass. Fazia tempo que não disputávamos assim, trocando tinta. O público gostou com certeza - disse Ricardinho.
Na 25ª volta, Cacá voltou ao primeiro lugar para não mais ser ultrapassado, apesar da forte pressão do adversário. O momento que fez todo mundo prender a respiração aconteceu na 36ª e última volta: Ricardinho tentou o bote final, chegou a tocar na traseira do carro de Cacá, que, mesmo com problemas no motor, se defendeu bem e recebeu a bandeirada em primeiro.
- Foi um toque normal de corrida. Eu estava 10 km/h mais lento que ele nas últimas duas voltas. Se tivesse uma volta a mais não sei nem se completaria a prova - admitiu Cacá, que chegou a ser chamado na torre após a corrida para prestar esclarecimentos aos comissários, que acabaram considerando a disputa legal.
Sem precipitação ou jogo sujo
Perguntados se, na adrenalina da disputa, não passou pela cabeça de nenhum deles dar um ‘chega pra lá’ no adversário, Cacá e Ricardinho destacaram que o profissionalismo e a experiência são fundamentais para uma disputa leal.
- Temos consciência, não nos descontrolamos. Temos que saber ganhar e perder a posição sem ir para o tudo ou nada - afirmou Cacá.
- Para nós, é uma disputa natural, de muito respeito, porque fazemos isso há mais de 20 anos. No fim, sabia que seria muito difícil ultrapassá-lo, porque estava sem push to pass - completou Ricardinho.
A próxima etapa da Stock Car será disputada em Brasília, no dia 16 de outubro. Apesar de outros pilotos ainda estarem na briga, o líder Cacá Bueno (255 pontos), o vice-líder Max Wilson (248) e o terceiro colocado Ricardo Maurício (246) despontam como os principais candidatos ao título, a duas provas do fim do campeonato.
 

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