Time da casa perde, se irrita, e manda
campeões receberem troféu na rua

Na final do Paraibano de Futsal, COPM perdeu o título em casa. Irritado, presidente expulsou adversários e Benfica recebeu troféu no meio da rua

Por Phelipe Caldas João Pessoa

Presidente da Federação de Futsal, Bosco Cripim
entregou taça aos campeões no meio da rua
(Foto: Divulgação / Benfica)

Confusão no futsal da Paraíba. A equipe do Benfica, que na noite desta quinta-feira foi campeã paraibana de futsal Sub-20, foi proibida de receber a premiação no ginásio do Clube dos Oficiais da Polícia Militar. O time foi campeão em cima dos donos da casa e, inconformado com a derrota, o Coronel Francisco, presidente do COPM, impediu que a premiação fosse realizada no local. Como resultado, a Federação Paraibana de Futsal foi obrigada a dar o troféu ao time campeão na calçada em frente ao clube.
Clube dos Oficiais e Benfica tiveram o direito de jogar a final por terem ficado nas duas primeiras colocações da fase de classificação. O COPM, dono de melhor campanha, jogava por dois empates e com o direito de fazer a última partida em casa. No primeiro jogo, realizado na terça-feira na Vila Olímpica Ronaldo Marinho, 2 a 0 para o Benfica, que assim reverteu a vantagem e passava a jogar pelo empate na partida decisiva. Empate este que acabou se confirmando: 3 a 3 e título conquistado na casa dos adversários.
Foi neste momento pós-jogo que começou a confusão. Primeiro entre os jogadores do COPM e o árbitro, já que os atletas vice-campeões reclamavam de um suposto pênalti não marcado a poucos segundos do final do embate. Enquanto isto, os atletas do Benfica comemoravam em quadra e esperavam o momento da premiação.

Não podemos nunca esquecer o caráter educador do esporte. O mau exemplo do presidente do Clube dos Oficiais refletiu nos atletas e na torcida"

Ana Helena Ferreira

Quando esta seria iniciada, o Coronel Francisco avisou aos representantes da Federação Paraibana de Futsal que “não havia clima para a premiação”. Ele desligou os refletores do ginásio, pediu para que todos se retirassem e fechou o clube. A decisão provocou revolta no time campeão.
- Não podemos esquecer nunca o caráter educador do esporte. O mau exemplo do presidente do Clube dos Oficiais refletiu nos atletas e na torcida. Foi ele quem iniciou as discussões e isto acabou inflamando os jogadores – declarou Ana Helena Ferreira, presidente do Benfica.
Ela disse ainda que “este tipo de atitude não pode passar em branco” e que por isto vai entrar com uma representação contra o COPM para que o time de futsal seja punido com a perda de mando de quadras nas próximas competições.
- Fomos expulsos do clube. De forma acintosa ele nos levou para o lado de fora e depois fechou os portões. Recebemos o troféu e as medalhas no meio da rua, o que é um absurdo para o futsal paraibano – prosseguiu.
Presidente da Federação, Bosco Crispim criticou a “picuinha” existente entre os clubes, minimizou o termo “expulsão de quadra”, mas admitiu que se sentiu constrangido e que vai estudar com seu Departamento Jurídico para analisar o caso. Ele é outro que defende a ideia de o Clube dos Oficiais perder o mando de quadra nas próximas competições.
- Acho que 'expulsão' é uma palavra muito forte. Ele (o Coronel Francisco) foi até educado ao dizer que não queria que a premiação acontecesse no ginásio. Mas concordo que foi uma atitude exagerada. Não era para tanto. Acho que dava sim para fazer a premiação no local do jogo, mas o ginásio é dele e tivemos que acatar sua negativa – lamentou.

Troféus foram retirados às pressas do clube depois da ordem do presidente do Clube dos Oficiais
(Foto: Divulgação / Benfica)

A despeito de todas as reclamações por parte do time adversário e da Federação, o presidente do Clube dos Oficiais minimiza o incidente. Em tom irritado, ele diz que toda a culpa foram dos árbitros, que prejudicaram o seu time e mancharam a partida final da competição.
No mais, o Coronel Francisco chama de “equivocados” todos os seus críticos e diz que a premiação é uma responsabilidade exclusiva da Federação, e que o clube não tem nada a ver com isto.
- O jogo chegou ao final e depois fechamos o clube. Até porque não tinha motivos para ele ficar aberto o resto da noite. Não temos nada a ver com premiação. Esta não é uma responsabilidade nossa – resumiu secamente.