Jade esquece erros, brilha e é ouro no salto em evento-teste para Jogos
Após falhas no dia anterior, quando foi às lágrimas, ginasta não dá voz às críticas e vence com exibição perfeita. Daniele Hypolito fica em quarto
O Brasil por pouco não teve outra representante no pódio. Daniele Hypolito, uma das primeiras a saltar na final, chegou a ser segunda colocada, mas terminou em quarto lugar, com 14.066 de média. A prata ficou com a israelense Valeriia Maksiuta (14.600), enquanto o bronze foi para a holandesa Wyomi Masela (14.183).
Jade superou os erros de quarta e ficou com o ouro em Londres (Foto: AP)
Pressionada pelo desempenho decepcionante na trave no dia anterior, quando caiu duas vezes e quase comprometeu a classificação por equipes para os Jogos, Jade voltou à arena sabendo que novas falhas aumentariam a descrença do torcedor. Minutos antes do primeiro salto, o narrador da transmissão ao vivo pela internet sentenciou: “Ela sempre parece estar nervosa”. Dessa vez, porém, a fisionomia séria era sinal de concentração.'Ganhar no ginásio dos Jogos dá uma esperança'
Última ginasta a competir, Jade deixou claro em seu primeiro salto que os erros tinham ficado para para trás. Com um salto perfeito, conseguiu 14.966, nota bem acima da maior entre todas as suas concorrentes: 14.600, da israelense Valeriia Maksiuta. O segundo salto - “não tão bom”, segundo ela - também já bateria qualquer rival, com 14.633. Ou seja, mais do que garantir o ouro, a ginasta sobrou na noite desta quarta na North Greenwich Arena.
- Nossa, é muito bom! Estava um pouco apreensiva por ser a oitava. É difícil não ter aquecimento. Dá para ver que eu fico correndo de um lado para o outro. Isso é o que me deixa nervosa. Mas quando estou aquecida penso: “Agora, sim, estou preparada”. Fui e consegui. O sentimento é muito bom.
Ao olhar a bandeira brasileira no lugar mais alto do pódio e ouvir o hino nacional, a mente de Jade passeou pelo mês de agosto. Diante do cenário perfeito, era inevitável não projetar uma nova conquista em Londres-2012.
- Ganhar uma medalha em um ginásio que vai sediar as Olimpíadas é ótimo. É algo positivo, já dá uma esperança e sensação de que é meio caminho andado.
No retorno a Londres, Jade já sabe bem quem são suas principais rivais na luta pelo ouro: a americana McKayla Maroney e a alemã Oksana Chusovitina, respectivamente ouro e prata no Mundial do Japão, no ano passado. Na ocasião, Jade teve grave lesão no tornozelo após o primeiro salto, mas ainda assim terminou na quinta posição, atrás ainda da vietnamita Phan Thi Hà Thanh e da suíça Giulia Streinguber, superada por ela com facilidade nesta quinta.
O ouro no evento-teste, porém, foi importante para elevar a confiança da brasileira, que já pensa em dar ênfase nos treinos de um novo salto que a colocaria como favorita nos Jogos.
- Meu primeiro salto foi muito bom. O segundo foi um pouquinho pior, mas, se eu continuar assim, já posso fazer um salto mais difícil, já que tenho acertado mais esse primeiro. Se eu fizer um salto mais difícil, estou acima delas. Tenho que trabalhar bastante.
A competição da ginástica nas Olimpíadas será realizada entre os dias 30 de julho e 7 de agosto. Até lá, o calendário de treinos está indefinido. O que se sabe é que as atletas terão duas semanas de folga no retorno ao Brasil.
- Os técnicos vão ver o que vale a pena, o que é mais importante. Se é mandar algumas meninas para as etapas da Copa do Mundo, ou fazer alguns amistosos. Vamos ver o que é melhor para o grupo. Olhando pela equipe, precisamos competir em conjunto.
A ginástica feminina do Brasil disputa ainda mais duas medalhas nesta sexta-feira: Daiane dos Santos e Daniele Hypolito competem na final do solo. Ainda nesta quinta, Arthur Zanetti estará na final nas argolas.
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