segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

'Vilão sem querer' no UFC Rio, Prater se defende: 'Foram golpes ilegais'

Lutador nega ter feito cena para tirar a vitória de seu rival Erick Silva e critica duramente o comentarista Joe Rogan: 'Não conhece nada de luta'

Por Amanda Kestelman Rio de Janeiro
Carlo Prater aceitou, com apenas um mês de antecedência, a missão de encarar o compatriota Erick Silva no card principal do UFC Rio. Apesar do pouco tempo para a preparação, o brasileiro queria realizar o sonho de lutar pelo Ultimate em seu país. Mas não imaginava que, por causa de uma decisão do árbitro Mário Yamasaki, acabaria pintado de vilão em sua própria terra.
Pouco mais de uma semana depois da polêmica luta (assista no vídeo acima) no UFC 142, que venceu devido à desclassificação de Erick Silva, o novo xodó do UFC, Carlo Prater enfim deu a sua versão da história. Visivelmente chateado, o lutador de 30 anos afirmou que jamais fez cena para mudar o resultado da luta e que, de fato, sentiu golpes duros na região da nuca, que o deixaram no hospital por dois dias. Segundo ele, a decisão de Yamasaki foi correta.
carlos prater versus erick silva ufc rio (Foto: André Durão / Globoesporte.com)Carlo Prater coloca gelo na nuca após luta diante de Ercik Silva no Rio (Foto: André Durão / Globoesporte.com)
- Acho que me pintaram de vilão. Eu não fiquei estendido à toa no chão. Que fique claro. Eu fiquei no hospital até segunda-feira. Me pediram para abafar porque, de fato, não acrescenta nada para mim e nem para o Erick. Para mim, o Mário agiu certo. Já faz tempo que o esporte não é mais vale-tudo. Não vale tudo. Olhando o vídeo, pude reparar que houve pelo menos nove golpes atrás da cabeça. São ilegais - disse Prater.
No momento em que Yamasaki anunciou que Erick Silva estava desclassificado por acertar a nuca do rival, uma situação desconfortável foi criada dentro do octógono. O comentarista do UFC, Joe Rogan, questionou a decisão do juiz, mostrando o replay no telão da arena e dizendo que todos os golpes aplicados por Erick eram considerados legais. Carlo Prater, que acompanhou tudo estendido no chão, não poupou criticas a Rogan, a quem considera um "tira onda".
UFC Pesagem - Erick Silva x Carlo Prater (Foto: Marcelo Russio/Globoesporte.com)Prater (à direita) encara Erick Silva na pesagem
(Foto: Marcelo Russio/Globoesporte.com)
- Acho que a maneira como o Joe Rogan agiu foi totalmente antiética. Ele apelou para o nacionalismo daquele momento. Deixou ser levado pela plateia. Um verdadeiro profissional não faz isso. Ele foi torcedor e deveria agir como um comentarista. O Mário é um milhão de vezes mais competente que o Joe Rogan. Vive de luta há 20 anos. Joe Rogan é um ‘’tira onda’’, amiguinho da galera. Não conhece nada de luta. Mas nada contra, seres humanos erram e eu não tenho ressentimento - afirmou o lutador brasileiro.
Sobre o "nocaute" relâmpago aplicado por Erick Silva, Carlo Prater revelou que a dor sentida na região de sua nuca foi a maior de toda a sua vida.
- Senti golpes muito fortes na região da minha nuca e no meu ombro direito. Senti choques muitos dolorosos. Eu estava tentando derrubar o Erick no chão, é coisa de instinto. Mas não conseguia porque foram as piores dores físicas que já senti em toda a minha vida. Meio que um choque de nervos. Foi assustador para mim e achei que tivesse rompido o disco.
Ao falar do rival Erick Silva, Carlo Prater deixou claro que não existe nenhuma situação ruim entre eles e que julgou correta a postura do lutador diante da situação criada.
Entenda o caso:
No sábado, dia 14, Erick Silva nocauteou Carlo Prater em 29s, na segunda luta do card principal do UFC 142, na Arena da Barra, Rio de Janeiro. Entretanto, o árbitro Mário Yamasaki inverteu o resultado e desqualificou Silva por golpes intencionais na nuca, que são ilegais no MMA. O replay, entretanto, deixava dúvidas quanto à precisão dos golpes e a intenção de Erick. Sua equipe recorreu, incentivada pelo presidente do Ultimate, Dana White, mas não conseguiu mudar a decisão para "No Contest" ("luta sem resultado"). O capixaba segue assim com sua segunda derrota na carreira, enquanto Prater estreia na franquia com vitória, a 30ª no seu cartel.

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