'Vilão sem querer' no UFC Rio, Prater se defende: 'Foram golpes ilegais'
Lutador nega ter feito cena para tirar a vitória de seu rival Erick Silva e critica duramente o comentarista Joe Rogan: 'Não conhece nada de luta'
Pouco mais de uma semana depois da polêmica luta (assista no vídeo acima) no UFC 142, que venceu devido à desclassificação de Erick Silva, o novo xodó do UFC, Carlo Prater enfim deu a sua versão da história. Visivelmente chateado, o lutador de 30 anos afirmou que jamais fez cena para mudar o resultado da luta e que, de fato, sentiu golpes duros na região da nuca, que o deixaram no hospital por dois dias. Segundo ele, a decisão de Yamasaki foi correta.
Carlo Prater coloca gelo na nuca após luta diante de Ercik Silva no Rio (Foto: André Durão / Globoesporte.com)
- Acho que me pintaram de vilão. Eu não fiquei estendido à toa no chão. Que fique claro. Eu fiquei no hospital até segunda-feira. Me pediram para abafar porque, de fato, não acrescenta nada para mim e nem para o Erick. Para mim, o Mário agiu certo. Já faz tempo que o esporte não é mais vale-tudo. Não vale tudo. Olhando o vídeo, pude reparar que houve pelo menos nove golpes atrás da cabeça. São ilegais - disse Prater.No momento em que Yamasaki anunciou que Erick Silva estava desclassificado por acertar a nuca do rival, uma situação desconfortável foi criada dentro do octógono. O comentarista do UFC, Joe Rogan, questionou a decisão do juiz, mostrando o replay no telão da arena e dizendo que todos os golpes aplicados por Erick eram considerados legais. Carlo Prater, que acompanhou tudo estendido no chão, não poupou criticas a Rogan, a quem considera um "tira onda".
Prater (à direita) encara Erick Silva na pesagem
(Foto: Marcelo Russio/Globoesporte.com)
- Acho que a maneira como o Joe Rogan agiu foi totalmente antiética. Ele apelou para o nacionalismo daquele momento. Deixou ser levado pela plateia. Um verdadeiro profissional não faz isso. Ele foi torcedor e deveria agir como um comentarista. O Mário é um milhão de vezes mais competente que o Joe Rogan. Vive de luta há 20 anos. Joe Rogan é um ‘’tira onda’’, amiguinho da galera. Não conhece nada de luta. Mas nada contra, seres humanos erram e eu não tenho ressentimento - afirmou o lutador brasileiro.(Foto: Marcelo Russio/Globoesporte.com)
Sobre o "nocaute" relâmpago aplicado por Erick Silva, Carlo Prater revelou que a dor sentida na região de sua nuca foi a maior de toda a sua vida.
- Senti golpes muito fortes na região da minha nuca e no meu ombro direito. Senti choques muitos dolorosos. Eu estava tentando derrubar o Erick no chão, é coisa de instinto. Mas não conseguia porque foram as piores dores físicas que já senti em toda a minha vida. Meio que um choque de nervos. Foi assustador para mim e achei que tivesse rompido o disco.
Ao falar do rival Erick Silva, Carlo Prater deixou claro que não existe nenhuma situação ruim entre eles e que julgou correta a postura do lutador diante da situação criada.
Entenda o caso:
No sábado, dia 14, Erick Silva nocauteou Carlo Prater em 29s, na segunda luta do card principal do UFC 142, na Arena da Barra, Rio de Janeiro. Entretanto, o árbitro Mário Yamasaki inverteu o resultado e desqualificou Silva por golpes intencionais na nuca, que são ilegais no MMA. O replay, entretanto, deixava dúvidas quanto à precisão dos golpes e a intenção de Erick. Sua equipe recorreu, incentivada pelo presidente do Ultimate, Dana White, mas não conseguiu mudar a decisão para "No Contest" ("luta sem resultado"). O capixaba segue assim com sua segunda derrota na carreira, enquanto Prater estreia na franquia com vitória, a 30ª no seu cartel.
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