Ricardo e Pedro Cunha perdem, e etapa de Brasília verá final americana

Dupla brasileira, até então invicta, cai diante dos campeões olímpicos Rogers e Dalhausser. Decisão do título será contra Fuerbringer e Lucena (EUA)

Por Helena Rebello Direto de Brasília

Depois de uma manhã de sábado ruim para os brasileiros, a única esperança de medalha no masculino ficou por conta de Ricardo e Pedro Cunha. Mas a dupla, até então invicta em Brasília, não resistiu aos campeões olímpicos Rogers e Dalhausser e perdeu a semifinal de virada, por 2 a 1 (parciais de 26/24; 13/21; e 10/15). Agora, a capital federal verá uma decisão americana na etapa de estreia do Circuito Mundial de Vôlei de Praia.
Rogers e Dalhausser encaram os compatriotas Fuerbringer e Lucena, que venceram os espanhois, também de virada, Herrera e Gavira (21/13, 18/21 e 13/15), enquanto Brasil e Espanha fazem a disputa do terceiro luga neste domingo.
- Foi um jogo muito difícil para a gente, apesar de eles estarem cansados pela quantidade de jogos no dia (três). Eles jogaram muito bem, tentaram me colocar de lado, pressionando sempre durante toda a partida. O meu forte mesmo é o bloqueio, e eu estava tendo que dividir em tirar a bola, tentar sacar. Isso me deixou um pouco desconfortável. Mas foi bom para um começo de temporada. Pegamos os atuais campeões olímpicos e fizemos um jogo disputado. Errei demais, mas daqui a pouco é só melhorar - disse Ricardo.
O jogo
Bloqueio e defesa decidiram o primeiro set. Os brasileiros souberam explorar bem o bloqueio, mas os americanos também tinham o paredão Dalhausser para pontuar. Pedro Cunha mostrou que, se dependesse dele, a bola não cairia facilmente na quadra verde e amarela. Ponto a ponto, as duplas não se desgrudavam no placar. O Brasil salvou um set point, mas os EUA tinham a vantagem. Até um ataque para fora, que colocou os donos da casa na frente: 24/23. E foi depois de uma bela defesa de Pedro Cunha que começou o ponto final do set. Ricardo atacou no contra-ataque, e os americanos devolveram para fora: 26/24.

Brasileiros param no forte bloqueio do americano Dalhausser (Foto: Divulgação / FIVB)

Depois da vitória no primeiro set, os brasileiros voltaram para o segundo com o pé no freio. Os americanos aproveitaram a situação e abriram 9/4, explorando a eficiência no bloqueio. Ricardo não conseguia superar Dalhausser na rede, e Rogers garantia no fundo da quadra. A vantagem foi aumentando até o erro de saque de Pedro Cunha, que fechou o set em 21/13.
A decisão ficou para o tie-break. A experiência da dupla campeã olímpica pesou, e Rogers e Dalhausser aproveitaram o embalo do segundo set para largar na frente. Os brasileiros correram atrás do prejuízo e diminuiram a diferença para dois pontos 8/6. Mas Ricardo e Pedro Cunha voltaram a errar muito, e os americanos abriram novamente: 12/7. Em mais um saque para fora dos brasileiros, os americanos fecharam o terceiro set (15/10) e o jogo em 2 a 1.
Os jogos eliminatórios da manhã deste sábado
Os EUA deram um banho no Brasil na manhã deste sábado. No primeiro jogo do dia, Fuerbringer/Lucena eliminaram Vitor Felipe e Moisés com vitória fácil por 2 a 0 (21/14, 21/12). Como venceram o jogo seguinte, contra os alemães Erdmann/Matysik, os americanos se classificaram para a semifinal.

Alison corta o braço e precisa abandonar o jogo em
Brasília (Foto: Helena Rebello / Globoesporte.com)

Na quadra central, Todd Rogers e Phil Dalhausser venciam Alison e Emanuel por 17 a 15 quando um acidente com o capixaba interrompeu a partida. O bloqueador, ao tentar salvar uma bola, cortou o antebraço direito em uma placa de publicidade e precisou levar 11 pontos no local. Sem condições de jogo, os dois abandonaram a competição, enquanto os atuais campeões olímpicos avançaram.
No duelo que definiria o classificado para a semifinal contra Ricardo e Pedro Cunha, Rogers e Dalhausser duelaram com Harley e Evandro. Os brasileiros sairam na frente nos dois sets, mas perderam a concentração nas duas ocasiões após marcações polêmicas da arbitragem e também ficaram pelo caminho por duplo 21/17.
Harley elogiou o parceiro Evandro, estreante na competição, e o fair play dos adversários, mas fez duras críticas às marcações dos árbitros.
- O Evandro está de parabéns por ter tido um começo assim. Ele tem muito potencial e tem tudo para representar o Brasil nas próximas Olimpíadas. Os americanos também merecem os cumprimentos porque nos ganharam na bola e tiveram muito fair play. Temos inclusive que aprender com eles nesse quesito. O árbitro marcou duas conduções que, na minha opinião, não foram, uma invasão de ataque que nunca vi na vida. Até o Rogers perguntou o que ele tinha marcado e riu quando ouviu a resposta. Porque foi brincadeira mesmo – disse o brasiliense.

Harley e Evandro também perderam para Rogers e Dalhausser (Foto: Helena Rebello / Globoesporte.com)