segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Marcação dura, falta de ritmo e hábito fazem Felipe recuar e produzir pouco

Meia leva cartão cedo, não funciona como elo com ataque, e dupla com Juninho fracassa. Técnico pondera, mas lembra: time melhorou sem ele

Por André Casado Campinas, SP
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A ordem era deixar a ajuda na marcação de lado e se concentrar em municiar os atacantes com tabelas, passes e dribles insinuantes. Na teoria, parecia promissor para Felipe, mas, na prática, a atuação do Vasco diante da Ponte Preta, neste domingo, em Campinas (veja os melhores momentos do 0 a 0), não permitiu que essas alternativas saíssem do papel. Apesar de o técnico Marcelo Oliveira ter oferecido um esquema que privilegiasse seu camisa 6, a produção foi nula - apenas um chute certo - diante de alguns fatores: marcação rival, falta de ritmo e até o hábito de recuar para armar o time.
Logo aos quatro minutos, o primeiro indício de que a tarde não era do Maestro: cartão amarelo por falta em seu campo. Mais alguns minutos e um lançamento errado para Eder Luis em um contragolpe perigoso, que fez o chefe levar as mãos à cabeça à beira do gramado. Vigiado de perto e notando a dificuldade na saída de bola, Felipe voltou e dividiu a função com Juninho e Wendel. No entanto, criou um buraco entre o meio e o ataque, antes preenchido por ele.
Incomodado com o cenário, reclamou e tentou solucionar na base do papo, puxando um outro companheiro para orientar. De nada adiantou. O mais perto que passou da área foi quando a cruzou para bater um escanteio, após combinar com o Reizinho. Na volta do intervalo, o Vasco até avançou e ganhou terreno. Felipe, que só distribuiu oito passes ao todo, cresceu, fez duas jogadas a seu estilo - em uma, o goleiro antecipou bom cruzamento que chegava para Alecsandro. Mas cansou, na visão de Oliveira, e foi sacado aos 14 minutos para a entrada de Jhon Cley, que, coincidência ou não, melhorou a equipe ofensivamente.
Posicionamento tático Vasco - Felipe (Foto: André Casado / Globoesporte.com)Felipe (6) em um dos raros momentos que encostou no ataque (Foto: André Casado / Globoesporte.com)
Compreensivo, o treinador lamentou o fracasso da tentativa e a falta de brilho com a dupla de ídolos no setor, situação que só ocorreu em menos de 25% das vezes neste Campeonato Brasileiro - oito em 26, sendo que apenas quatro dividindo espaço no meio de campo. As justificativas dão esperança de que na reta final o desempenho dele e de outros vá melhorar.
Vasco e Felipe discretos em campo:

Finalizações: 9 (só uma no gol) / 0
Passes errados: 21 / 1
Roubadas de bola: 9 / 0
Faltas cometidas: 23 / 1
Faltas sofridas:  16 / 1
- Percebo que alguns voltam de lesão ou de tempo parado, como Renato Silva, Eder e o próprio Felipe. É difícil render o melhor possível assim. A ideia era que ele não voltasse tanto realmente e ajudasse os atacantes ficando mais próximo, com dribles, batendo de longe a gol, o que não aconteceu nenhuma vez. Foi muito bem marcado também. Depois, preferi colocar um jogador que desse mais mobilidade por estar descansado e acho que melhoramos bem - crê.
Ao deixar o banco de reservas, quando a bola parou de rolar, Felipe caminhou lentamente, sozinho, pensativo e com as mãos para trás, sem saber se seu futuro é entre os titulares. Na próxima rodada, o Vasco enfrenta o Figueirense, sábado, em São Januário, e a chance de Carlos Alberto retornar abre espaço para nova disputa de posição. Tenorio também volta e pode substituir Eder Luis. A defesa é que virou problema, com as suspensões de Jonas e Renato Silva, e a preocupação por William Matheus, que saiu com dores na coxa esquerda.
Felipe e juninho pernambucano vasco e ponte preta (Foto: André Casado / Globoesporte.com) Felipe pede que Juninho o deixe bater um escanteio (Foto: André Casado / GLOBOESPORTE.COM)

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