Dois minutinhos com... Bolt: caras, bocas, nostalgia e medo de crocodilo
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Naquela época, a mãe ainda passava horas a fio costurando, o pai trabalhava na produção de café e ele brincava com os colegas, ainda sonhando ser um jogador de futebol ou de críquete. Não fazia ideia do que o destino tinha em mente. Bolt pode ter saído de Sherwood Content, mas Sherwood Content não saiu dele. As árvores e o jardim que lembravam sua infância foram plantados na nova residência. No ano passado, resolveu abrir uma fundação em sua terra natal para auxiliar alunos de diferentes escolas. Se fisicamente a agenda apertada de treinos, competições e compromissos não permite que apareça por lá com a frequência desejada, em pensamento é onde Bolt, aos 26 anos, parece sempre estar.
- Se pudesse voltar no tempo para o melhor período da minha vida? Dos 6 aos 15 anos. Foi um período bom - sorri.
- Acho que a última vez que chorei foi quando senti falta da minha mãe.
Só a saudade parece ser capaz de tirar o sorriso do rosto de Bolt. Mesmo em dias ruins ou de muito cansaço, como na breve visita ao Rio na semana passada, o riso se fez presente. Na brincadeira, ao avistar a piscina em um dia de muito calor, no momento de admitir o medo de feras e a feiura dos pés, na hora de falar sobre a pior derrota fora das pistas: no videogame.
- Medos? De morrer, de crocodilos, de leões. Tenho medo de qualquer animal perigoso.
Tudo pontuado por gestos e muitas caras, bocas e expressões sérias que precedem a piada. Foi com esse jeito brincalhão e descontraído, sem meias palavras, que arrebatou fãs mundo afora. Até hoje jura que nunca precisou correr de nenhum mais ousado. Mas garante que nem sempre é bom ser Usain Bolt. Principalmente quando vai a alguma festa. E é ali que sente falta de ser mais um na multidão.
Medos? De morrer, de crocodilos, de leões. Tenho medo de qualquer animal perigoso"
Bolt
Até lá, Bolt quer escrever mais uma página importante para ser contada na telona. Sonha ser o primeiro a conquistar o tricampeonato olímpico nas provas que disputa. O Engenhão poderá ser o palco da façanha em 2016. Depois de lá, o jamaicano poderá dar realizar outros dois sonhos: jogar num time de futebol profissional e aprender a tocar um instrumento musical.
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