domingo, 2 de dezembro de 2012

Lusa fica no zero com a Ponte, mas garante permanência na elite
Em jogo monótono, Portuguesa administra empate e se tranquiliza com gol do Náutico. Macaca fecha participação na Série A com tranquilidade
 
DESTAQUES DO JOGO
  • arbitragem
    Ricardo Ribeiro
    O comandante do jogo não deixou a polêmica se instalar no Canindé. Com uma atuação firme, o árbitro marcou em cima todas as faltas e expulsou o zagueiro Gustavo.
  • torcida
    Festa lusitana
    A torcida da Lusa atendeu às expectativas e compareceu em bom número ao Canindé depois que a diretoria reduziu o preço dos ingressos: 5.739 pagantes..
  • deu certo
    Luís Ricardo
    Lateral-direito da Lusa foi o melhor jogador em campo e um dos poucos que tentou alguma coisa diferente no Canindé. Dos pés dele saíram cruzamentos certeiros.
A CRÔNICA
por Diego Ribeiro
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A torcida da Portuguesa que encheu o Canindé esperava uma atuação de gala para selar a permanência do time na Série A do Campeonato Brasileiro. O espetáculo não se concretizou, mas o objetivo sim. Com um empate por 0 a 0 contra a tranquila Ponte Preta, neste domingo, a Lusa está garantida na elite do futebol brasileiro em 2013. O jogo foi fraquíssimo, com a Macaca sem pretensões e só esperando o rival atacar. Sem o artilheiro Bruno Mineiro, machucado, o time da casa passou em branco.
A vitória do Náutico sobre o Sport só fez o jogo ficar mais arrastado, pois apenas uma vitória do rubro-negro pernambucano traria alguma possibilidade de rebaixamento à Lusa. A equipe de Geninho termina o Brasileirão com 45 pontos, numa campanha cheia de altos e baixos, mas que teve sua meta cumprida – os rubro-verdes buscavam a estabilidade no primeiro ano após o retorno à Série A.
Do outro lado, uma Ponte desinteressada se mostrou contente com o empate. A equipe de Guto Ferreira atingiu os 48 pontos e termina o campeonato sem sustos, também garantida na elite do futebol brasileiro em 2013.
O ano que vem, porém, começa diferente para os rivais. Enquanto a Ponte vai disputar o Campeonato Paulista ao lado dos grandes, a Lusa terá de se contentar com a Série A-2 do estadual. O desastroso rebaixamento no Paulistão pode prejudicar o planejamento para a montagem da equipe.
Sem referência, Lusa erra o alvo
A Portuguesa bem que tentou atacar e buscar o gol que lhe daria maior tranquilidade para a permanência na Série A. Mas sem a referência Bruno Mineiro, 14 gols no Brasileirão, ficou difícil se encontrar. O goleador foi desfalque de última hora da Lusa, com uma lesão no púbis. O substituto Rodriguinho não tem as mesmas características, e, por isso, Geninho teve de mudar o estilo de jogo do seu time.
Sem pretensões, a Ponte ficou na dela, com duas linhas de quatro jogadores sempre postadas na defesa, e Rildo e Giancarlo isolados no ataque. As entradas dos alas Cicinho e Uendel mais avançados mostraram que a intenção do técnico Guto Ferreira era mesmo se defender e buscar espaços nos contra-ataques pelas laterais – a torcida de Campinas, em bom número no Canindé, aprovou a decisão e ficou na dela, provocando os rivais com gritos de “Segunda divisão”.
Seria natural que a Lusa mandasse no jogo, até por ter um time com mais valores individuais. Os rápidos Moisés e Ananias se encontraram quando conseguiram se colocar entre as duas linhas de marcação da Ponte. A partir daí, as chances surgiram, uma atrás da outra: dois chutes de Ananias e um de Rodriguinho exigiram boas defesas de Edson Bastos. Luís Ricardo apareceu pela direita, quando driblou Edson, mas perdeu o ângulo, e pela esquerda, em cruzamento preciso para cabeçada de Ananias, aos 36 minutos.
O gol parecia questão de tempo, e a torcida da Lusa se animou. O toque de bola rápido da equipe do Canindé fez a Ponte chegar atrasada em algumas jogadas, e esses lances mais ríspidos geraram um princípio de confusão no fim da primeira etapa. Tranquilo, o árbitro Ricardo Marques Ribeiro controlou os ânimos e marcou faltas em todas as jogadas mais fortes. O importante para os rubro-verdes era que o empate sem gols era garantia de Série A.
Já no intervalo do Canindé, a torcida da Lusa acompanhou com apreensão um pênalti do Náutico contra o Sport, adversário direto contra a degola. Quando Saulo defendeu a cobrança de Kieza, um burburinho se fez ouvir por todos os setores do estádio - o retrato da frustração com o erro do Timbu.
Ritmo cai, e Timbu salva a Lusa
Com 45 minutos pela frente e um resultado suficiente para ficar tranquila, a Portuguesa diminuiu o ritmo e tocou a bola com tranquilidade. A Ponte, desinteressada desde o início, também não fez questão de jogar futebol. A partida ficou chata demais para o caráter decisivo que ela tinha para uma das equipes. Geninho percebeu isso, e lançou Diego Viana no ataque para tentar um esquema semelhante àquele usado com Bruno Mineiro.
O centroavante reserva da Lusa entrou com vontade e foi um dos poucos a correr em campo, assim como Luís Ricardo, melhor jogador do duelo. Dos pés do lateral saiu o cruzamento para Diego Viana quase marcar de cabeça, aos 22 minutos, no único lance perigoso dos donos da casa. Enquanto isso, a Ponte jogava para o gasto – Marcinho entrou para dar alguma graça ao ataque, mas não mudou o panorama.
A ansiedade da torcida da Lusa acabou aos 25 minutos, quando o sistema de som anunciou que Araújo fazia 1 a 0 para o Náutico em cima do Sport. Não havia mais como os rubro-verdes se preocuparem. O gol também tirou a possibilidade de a Ponte conquistar uma vaga na Copa Sul-Americana, mas as duas torcidas cantaram pelos seus times no fim do jogo. Afinal, o principal objetivo de ambos foi cumprido: Portuguesa e Ponte Preta continuam na Série A em 2013.
 

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