quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Para superar impasse, Grêmio admite acabar com avalanche na Arena

Corpo de Bombeiros e Polícia Militar exigem colocação de cadeiras na Geral. Clube, no entanto, deseja manter espaço com preços populares

Por Hector Werlang Porto Alegre
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A repercussão do acidente ocorrido na Arena provocou um impasse entre autoridades policiais do Rio Grande do Sul e o Grêmio. Depois da queda da grade da Geral, que não resistiu à comemoração do gol de Elano diante da LDU, quarta-feira, pela Libertadores, o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar exigem a colocação de cadeiras no setor. A direção do Tricolor, no entanto, deseja manter o preço mais acessível do espaço e, para isso, admite inclusive acabar com a avalanche.

No próximo dia 6, as partes, em conjunto com o Ministério Público, irão se encontrar para tentar encontrar um acordo. Até lá, a Geral está interditada. Os jogos com São José, dia 6, e Esportivo, dia 13, pelo Gauchão, não terão o espaço. O Grêmio e a Arena Porto-Alegrense, empresa responsável por gerir o estádio, tentam resolver tudo para a partida contra o Huachipato, do Chile, dia 14, na abertura da fase de grupos da Libertadores.

A posição das autoridades foi revelada pelo secretário da Segurança Pública, Airton Michels, após reunião com o comando da PM e dos Bombeiros, na tarde desta quinta-feira.

- Para ganhar o alvará definitivo, o espaço precisa ter cadeiras. Entendemos que a avalanche gera riscos ao público, como aconteceu na partida. Para os próximos jogos, com a licença provisória, o espaço precisa, no mínimo, estar interditado. Caso contrário, não daremos condições - disse o secretário.
Antonini, Koff e Pinto deram explicações para incidente na Arena do Grêmio (Foto: Hector Werlang/Globoesporte.com)Antonini (E), Koff e Pinto deram explicações (Foto: Hector Werlang/Globoesporte.com)
Logo depois, foi a vez de o Grêmio se manifestar. O presidente Fábio Koff convocou o presidente da Grêmio Empreendimentos, Eduardo Antonini, e o da Arena Porto-Alegrense, Eduardo Pinto, para o acompanharem em entrevista coletiva no Olímpico. Todos se mostraram preocupados com o caso, afirmaram que a prioridade é a segurança do torcedor, que acatarão as decisões das autoridades e... que pretendem manter a Geral. Mesmo que para isso a Avalanche tenha de ser extinta.

- Se for a determinação (acabar com a Avalanche), sim, acataremos. Se for a solução a ser adotada, vamos cumprir. Queremos preservar a área popular. Se ela tiver limitações, vamos acatar. O Grêmio tem na sua origem o torcedor. O presidente atual foi de arquibancada, hoje a Geral. Tenho enorme respeito a esse torcedor. Ao mesmo tempo, responsabilidades. E as assumimos. Antes de qualquer órgão, reuniu os doutores e tomamos a decisão de interditar a área - explicou Koff.

- Colocar cadeiras é a última instância que o Grêmio não deseja chegar. Não necessariamente para se ter segurança se precisa colocar cadeiras. É um desafio que temos pela frente. Podemos colocar barras, algo para impedir a Avalanche. Temos este tempo ainda para estudar o que aconteceu e avaliar o que fazer. Vamos acatar as decisões, mas queremos a segurança e manter o espaço popular - comentou Antonini.
Torcida do Grêmio cai na comemoração do gol na Arena (Foto: AP)Oito torcedores ficaram feridos na Arena (Foto: AP)
- A concepção da Arena, desde o começo do projeto, e isto foi um desejo do clube e, nós como parceiros, acatamos, foi de manter o espaço da Avalanche. Foi dimensionado, calculado e estruturado para isso. Houve um incidente, que será investigado. O importante é que estamos dedicados e envolvidos para ter segurança ao público. Não existe a possibilidade de ter sido usado qualquer tipo de material de baixa qualidade ou algum serviço ter sido mau feito - finalizou Pinto.

As licenças temporárias terminam dia 19. Os 3 mil sócios que migraram ao setor da Geral serão realocados temporariamente atrás do gol oposto.

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