sexta-feira, 15 de março de 2013

'Super empolgado', Massa se vê em condições de brigar por título em 2013

Às vésperas do GP da Austrália, piloto da Ferrari fala sobre diferença para começo de 2012, concorrência com Alonso e relação com torcida brasileira

Por Felipe Siqueira e Rafael Lopes Rio de Janeiro
 Um Felipe Massa diferente. Essa é a promessa do brasileiro da Ferrari para a temporada 2013 da Fórmula 1, que começa neste fim de semana com o GP da Austrália. Um Felipe Massa mais feliz, mais confiante e capaz de lutar pelo título de igual para igual com nomes como Sebastian Vettel e Fernando Alonso. Um Felipe Massa mais forte, como o que quase faturou o campeonato de 2008. Muito diferente do piloto que começou o ano de 2012 em baixa e foi alvo de muitas críticas até dar a volta por cima e emplacar uma reação impressionante na segunda metade da temporada.
O novo astral do brasileiro fica evidente no sorriso fácil e na voz tranquila e segura. O carro também ajuda. O novo F138 nasceu melhor do que o complicado F2012, com o qual Massa teve muitas dificuldades de adaptação. E a diferença já pode ser vista nos testes de pré-temporada, onde o brasileiro, inclusive, liderou uma das semanas, em Jerez de la Frontera (Espanha). Antes de embarcar para Melbourne para a 1ª etapa do ano, Massa bateu um papo descontraído com as equipes da TV Globo e do GLOBOESPORTE.COM em sua passagem pelo Rio de Janeiro, onde acelerou a quase 300 km/h em uma exibição nas ruas do Aterro do Flamengo. O piloto falou sobre as perspectivas para 2013, a concorrência interna com o bicampeão Fernando Alonso, a melhora do carro da Ferrari e a relação com a torcida brasileira.
Felipe Massa - Ferrari (Foto: Felipe Siqueira)Felipe Massa começa ano mais confiante e de olho na briga pelo título (Foto: Felipe Siqueira)
O GP da Austrália está marcado para as 3h de domingo e será transmitido ao vivo pela TV Globo e em Tempo Real com vídeos pelo GLOBOESPORTE.COM. O treino classificatório também será exibido ao vivo, no sábado, no mesmo horário.
Confira a entrevista completa:
Qual a mudança do Felipe Massa de hoje para o que começou a temporada de 2012?
- O Felipe Massa que começou a temporada do ano passado é bem diferente. Estou feliz, super empolgado, a segunda parte do ano foi muito boa. Vou tentar continuar e usar tudo aquilo que a gente fez na segunda parte do ano, que foi muito competitiva, onde eu consegui ser aquilo que sempre fui: um cara competitivo, rápido, só que feliz. Esse é o meu pensamento de agora, começar um ano diferente, competitivo do começo ao fim. Espero fazer um ano muito, muito bom, ter um carro competitivo. O trabalho é 100% voltado em cima de começar bem para ter um ano como a gente já teve muitas vezes.
Sentiu diferença do apoio do público nos momentos difíceis para os dias de hoje?
- Lógico que tem uma fase onde tudo está ruim, onde nada acontece direito. Você recebe críticas, não só do público, mas como da imprensa em geral. Isso é totalmente normal e aceitável. A gente tem sempre que botar a cabeça no lugar para tentar transformar isso, mas sempre tive muito apoio do público brasileiro, a torcida sempre foi muito grande. Independentemente do momento difícil, sempre tiveram aquelas pessoas que davam ou tentavam passar boas energias, bons pensamentos. A partir do momento em que as coisas começam a melhorar, cresce ainda mais a força e o carinho da torcida, e acho que torcida igual à brasileira é difícil de você encontrar em qualquer lugar. Lógico que tem pressão, tem cobrança, mas acho que tem aquela força que é muito difícil de achar em outros países.
Felipe Massa no pódio do GP do Brasil, em Interlagos (Foto: Getty Images)Apesar das críticas sofridas em 2012, Massa enaltece relação com torcida brasileira (Foto: Getty Images)
Após assinar por mais um ano com a Ferrari, você entra novamente precisando mostrar serviço para renovar outra vez. Você se sente pressionado?
- Pressão você sempre tem. Tive muita pressão ano passado até em alguns momentos aonde todo mundo apostava até dinheiro que eu não ia continuar na Ferrari, que eu não ia talvez nem continuar na Fórmula 1. E as coisas mudam muito rápido no meio do esporte, no meio desse mundo que a gente vive. Então a pressão sempre tem, sempre vai ter. Independentemente se você está em um momento bom, em um momento difícil, sempre vai ter muita pressão. Até porque o momento aonde eu comecei a acertar e fazer as coisas voltarem ao normal, era o momento aonde a pressão era maior, não é? Então a gente sempre tem que usar isso como incentivo, motivação e tentar sempre trazer a força da pressão que você tem no seu país, na sua equipe, e muitas coisas em cima, para fazer a coisa decente e o trabalho certo dentro da pista.
Como é lidar com a concorrência interna de Fernando Alonso, considerado um dos melhores pilotos do grid?
- É um piloto muito forte, que já venceu alguns campeonatos, sempre demonstrou, até com um carro inferior, aquilo que é capaz, o talento que tem. Já disputou campeonato com carro que talvez não tinha condições de vencer um campeonato. Mas desde que eu entrei na Fórmula 1, sempre tive um companheiro forte, na Ferrari principalmente. A competição mais forte que tem é o cara que está guiando o mesmo carro que você. É preciso sempre tentar aprender e usar aquilo que você enxerga que ele faz para tentar fazer mais. É, sem dúvida, competitivo, difícil, mas a gente sabe que tem condição. Como eu já demonstrei na segunda parte do ano, tive uma segunda parte melhor que a dele, acho que isso mostra que a possibilidade existe e a gente tem que acreditar e trabalhar o máximo possível para conseguir isso.
Alonso e Massa com uma Ferrari de brinquedo na Austrália (Foto: AFP)Brasileiro precisa superar a forte concorrência interna de Alonso na Ferrari (Foto: AFP)
Nos últimos anos, a disputa se polarizou entre Vettel e Alonso. Você se vê em condição de brigar de igual para igual? A torcida brasileira pode esperar por aquele Massa de 2008 novamente?
- Eu me vejo em condição de lutar (pelo título). Eu acho que no momento em que você entra no carro pensando que não tem a condição de lutar, de disputar o campeonato, de vencer corridas, é o momento em que você tem que procurar fazer outras coisas. Então não é o aquilo que eu penso, não é aquilo que eu tenho dentro da minha cabeça, estou super motivado e acredito muito no que sou capaz, naquilo que já demonstrei muitas vezes. Até em momento difíceis, onde ninguém mais acreditava em mim, consegui demonstrar de novo. Então é usar isso para começar um ano bom e pensar sempre no máximo, que é o campeonato.
A Ferrari fez uma pré-temporada melhor que no ano passado, o carro F138 parece melhor que o de 2012. Dá para fazer frente à RBR neste início de ano?
- Tivemos uma pré-temporada muito boa. Conseguimos fazer bons tempos tanto em Jerez de la Frontera como em Barcelona. Vimos equipes competitivas como a própria Mercedes, que teve um excelente fim de pré-temporada em Barcelona, e equipes como a Lotus virando sempre rápido, constante. Teve a RBR se escondendo, mas na hora que você via eles fazendo uma simulação de corrida dá para enxergar que eles tem um carro muito competitivo e acredito que uma equipe que venceu o campeonato e acabou em um nível que eles acabaram no fim do ano passado, é difícil não terem um carro competitivo, talvez até o carro mais rápido no começo do ano.  Acho que está tudo meio embolado, acredito que devem ter aí umas quatro equipes em condição de vencer corrida, em condição de disputar campeonato, agora o quanto, dois décimos para cima para baixo, é difícil dizer. Então vamos esperar agora na primeira corrida para a gente ver exatamente onde a gente está, e ver exatamente qual o melhor carro para o começo do campeonato.
Felipe Massa Ferrari testes Jerez de la Frontera (Foto: Agência Getty Images)Massa foi o mais rápido nos testes de pré-temporada em Jerez de la Frontera (Foto: Getty Images)
01_Circuito_Australia (Foto: Infoesporte)

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