GSP revela que política antidoping do UFC influenciou sua decisão de parar
Ex-campeão peso-meio-médio do Ultimate afirma, mesmo sem citar nomes, que 'onde existe dinheiro, existe trapaça' e por isso, abandonou o MMA
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- Essa (testes antidoping) é uma das razões de porque eu parei. Não para ensinar uma lição, até mesmo porque eu me penalizei também. Isso me incomodou bastante. Mas sou uma pessoa pública e preciso ficar quieto sobre algumas coisas. Mas eu queria fazer algo pelo esporte que eu amo. Vejo a direção que as coisas estão indo e acho que não faz nenhum sentido. Ninguém quer falar sobre isso (testes antidoping), mas é preciso debater. Isso é um problema. Isso é estúpido - disse St-Pierre ao site do canal de TV canadense "RDS".
Georges
St-Pierre revelou que a política antidoping do UFC foi um dos motivos
para sua pausa por tempo indeterminado (Foto: Evelyn Rodrigues)
O assunto antidoping marcou por muito tempo a carreira do ex-campeão.
Diversas vezes acusado por seus adversários de usar substâncias ilegais,
Georges St-Pierre queria que fossem realizados mais testes antidoping
para os atletas do UFC. Antes do UFC 167, quando enfrentou Johny Hendricks,
o canadense sugeriu que os dois atletas se submetessem ao teste da
Agência Voluntária de Antidoping (VADA) além dos testes da Agência
Mundial de Antidoping (WADA). A recusa do americano em realizar o teste
adicional deixou o canadense e sua equipe bastante contrariados.- Acho que a questão do antidoping é um grande problema dentro do esporte. Lembre-se que eu sou um atleta e tenho informações internas. Sei o que acontece. Infelizmente, algumas pessoas, talvez por medo de perder dinheiro, não querem mudar nada. Porque como ficaria a imagem do esporte se você é obrigado a cancelar lutas porque o lutador testou positivo. Se você começar a testar todo mundo, quantos irão ser pegos? Não quero falar em público, e não estou acusando ninguém, mas a imagem do esporte seria afetada. O MMA é um esporte relativamente novo e existe um monopólio, então os lutadores não têm muito poder. Eles não podem falar porque se disser o que pensa, pode ser punido - falou GSP.
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Apesar do UFC ter aumentado o rigor de seus testes antidoping já no UFC 168, para a luta entre os pesos-pesados Travis Browne e Josh Barnett, Georges St-Pierre não se sente confortável em afirmar que já seria o suficiente para um retorno ao octógono. Incrédulo com as medidas adotadas pelo Ultimate para um maior controle na questão do TRT (Terapia de Reposição de Testosterona), GSP manteve o tom de acusação.
A
luta contra Johny Hendricks foi a última de St-Pierre. Antes dela, o
canadense que ele e o americano fizessem testes antidoping adicionais ao
estipulado pelo UFC (Foto: Agência Getty Images)
- Todo mundo sabe quem,
quando, onde e como. Existem pessoas, alguns médicos, e todo mundo vai
se consultar com eles. Tipo todo o esporte. Onde existe dinheiro,
existem maneiras de trapacear e isso sempre será assim. Mas acho que
deveríamos implementar algumas medidas para minimizar essas práticas
porque isso não é justo. Eu tentei mudar algumas coisas usando a
diplomacia. Infelizmente, as pessoas não estavam preparadas para mudar.
Então, tudo bem, mas eu fiquei desapontado. Sei que tudo é uma questão
de tempo e um dia, se as coisas mudarem, talvez eu volte - finalizou o
lutador canadense.Georges St-Pierre deu uma pausa na carreira aos 32 anos após vencer Johny Hendricks em uma controversa decisão dividida dos jurados no UFC 167, dia 16 de novembro de 2013. Seu cartel como profissional de MMA terminou com 27 lutas, sendo 25 vitórias e apenas duas derrotas. No UFC foram 21 combates, com 19 triunfos. Ele saiu de cena invicto há 12 lutas, sendo que as nove últimas foram defesas do cinturão dos meio-médios, o qual conquistou pela segunda vez em abril de 2008.
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