quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Sem polêmica, Cristiano Marcello abriga Kevin Souza em sua academia

Peso-pena do UFC treina em Curitiba com o peso-leve há um mês, desde que deixou a Team Tavares, e ajuda no camp do carioca para luta com Joe Proctor

Por Rio de Janeiro
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Lutador com vasta experiência nas artes marciais, tendo passado inclusive pelo auge do extinto Pride, Cristiano Marcello é firme quando o assunto é a fidelidade de um atleta a uma equipe. Sob o argumento da necessidade de ter uma "raiz", o carioca não vê com bons olhos aqueles que ficam "pulando de galho em galho". Entretanto, hoje à frente da CM System, em Curitiba (PR), o peso-leve vez por outra recebe  lutadores de diferentes academias, como foi o caso do peso-pena do UFC Kevin Souza, que se juntou à equipe há um mês.
- O Kevin é um menino que vejo um grande futuro para ele profissionalmente. Tem enorme potencial, é agressivo e bom em pé. Eu encontrei com ele antes da virada do ano e ele já não estava treinando no time dele de antes (Team Tavares). Ele falou comigo sobre me ajudar com a minha luta, veio ajudar no camp e a gente tá deixando ele bem à vontade para tomar a melhor decisão para ele. Se ele quiser mesmo ficar, vai ser ótimo - disse Cristiano Marcello em entrevista pelo telefone ao Combate.com.
MMA Cristiano Marcello e Kevin Souza (Foto: Divulgação)Kevin Souza treina na CM System e ajuda na preparação de Cristiano Marcello para a luta contra Joe Proctor em fevereiro, no UFC em Jaraguá do Sul (Foto: Divulgação)
Além de atualmente estar à frente da CM System, Cristiano teve apenas duas "casas" em sua carreira: A Academia Gracie, que saiu por não ter na época MMA, e a Chute Boxe. Mesmo tendo sido fiel às equipes, e sem querer criar polêmica com outras academias, o peso-leve não vê com naturalidade a prática de lutadores mudarem constantemente de time.
- Eu não vejo com naturalidade o cara ficar mudando toda hora. Quando chega alguém aqui na CM que nós sabemos que ele fica mudando muito, a gente fica com pé atrás. Acho que o cara tem que ter a sua raiz. Por outro lado, você não pode ficar em um lugar que não te dá uma estrutura de trabalho, o que não era o caso do Kevin Souza com a outra equipe. Você tem que procurar o melhor para você. Eu tive só duas casas e tenho minha história, minha raiz lá. Mas a academia tem que te proporcionar o melhor para o seu crescimento profissional - afirmou o peso-leve.
Acho que o cara tem que ter a sua raiz. Por outro lado, você não pode ficar em um lugar que não te dá uma estrutura de trabalho"
Cristiano Marcello
Estrutura que, segundo Cristiano Marcello, não tem faltado na CM System, o que acarreta na concentração em um lugar só do seu camp para a luta contra Joe Proctor, dia 15 de fevereiro em Jaraguá do Sul (SC). Para o lutador, as condições de seu treinamento estão em um nível tão alto que representantes da conceituada Team Alpha Male, nos Estados Unidos, prometeram fazer camp com ele quando vierem ao Brasil.
-  Eu tenho uma parceria muito forte com o (Fabio) Pateta, com o (Urijah) Faber e com o Duane (Ludwig) da Team Alpha Male. Acredito que eles vejam a CM System como a casa deles aqui no Brasil e a tendência é vir mais gente treinar com a gente aqui. O meu adversário mesmo, se não fosse lutar comigo, estaria aqui agora. Já fui córner do Benavidez, do TJ Dillashaw e do (Daron) Cruickshank, então a relação com os estrangeiros é muito boa. E para a luta contra o Proctor está tudo correndo muito bem. Já estou muito perto do peso ideal e mantenho minha força nos treinamentos. Nunca tive uma preparação tão boa e tive uma evolução muito grande no muay thai, no wrestling com o (Marcelo) Zulu e tive o acompanhamento espetacular com meu preparador físico e o médico. Estou muito tranquilo e focado só na luta, já que conto com meu sócio Crisanto para tocar a academia nesse período. Posso fazer tudo aqui sem precisar sair para treinar em outros lugares do mundo - comentou Cristiano Marcello.
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Oriundo do jiu-jítsu, Cristiano espera que a luta contra Joe Proctor se desenvolva mais em pé, mesmo que o americano também goste do chão. Bem tranquilo, o peso-leve revelou que tem se preparado para enfrentar um adversário em pé ou não, mas que pretende encerrar o combate com uma finalização. O mais importante para ele é fazer uma luta emocionante para o UFC e para os fãs que estarão presentes na Arena Jaraguá.
- Proctor é muito forte, tem a mão pesada e nós nos conhecemos bastante pelo tempo que passamos juntos lá no TUF americano. Mas ele gosta da luta agarrada e pretendo jogar ele no chão para finalizar. Tenho como objetivo no UFC me manter em bom nível, fazendo lutas emocionantes e com gás. Sei que chegar a uma disputa pelo cinturão com 36 anos é difícil, mas quero continuar mostrando meu jiu-jítsu no Ultimate e fazendo combates emocionantes - falou o peso-leve.
UFC - Montagem - Cristiano Marcello e Joe Proctor (Foto: Editoria de Arte)Cristiano Marcello quer finalizar Joe Proctor (Foto: Editoria de Arte)
Apesar de se considerar realizado profissionalmente, Cristiano Marcello admite a dificuldade em parar de lutar. Mas, mesmo sem estipular um prazo para se aposentar, o carioca deu detalhes de seu próximo projeto: escrever um livro que conte suas histórias através dos personagens que ilustraram sua vida ao longo de tantos anos como profissional das artes marciais.
- Acho que a gente não tem um prazo de validade, mas sou um cara muito experimentado e extremamente realizado profissionalmente. Lutei jiu-jítsu, boxe, muay thai, participei do auge do Pride, estou no UFC. Enquanto conseguir ir treinando e lutando de igual pra igual com o pessoal mais novo, vou levando. A hora que não der mais, eu paro. Já estou vendo o formato do livro que vou escrever e quero ir atrás das pessoas que trabalharam comigo nesses anos. Buscar relatos e contar um pouco de mim através da versão dessas diferentes pessoas. Vou falar muito de jiu-jítsu, muito de MMA e da evolução do esporte. Não quero criar polêmica, mas são tantas histórias - adiantou Cristiano Marcello.
Aos 36 anos, Cristiano Marcello possui um cartel de 13 vitórias e cinco derrotas como profissional de MMA. No UFC foram três lutas: derrota na estreia para Sam Sicilia em junho de 2012 e na última luta, em março de 2013, para Kazuki Tokudome. A única vitória no Ultimate veio em outubro de 2012 contra Reza Madadi por decisão dividida.

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