quarta-feira, 16 de abril de 2014

Sonho das mil e uma noites se transforma em pesadelo para Jobson

Atacante, que ainda pertence ao Botafogo, sofre com atraso de salários no Al Ittihad e não consegue permissão para deixar a Arábia Saudita

Por Rio de Janeiro
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Jobson na Arábia Saudita (Foto: Reprodução )Jobson e os bons momentos na Arábia Saudita (Foto: Reprodução )
Em agosto de 2013, Jobson deixou o Brasil para tentar retomar sua carreira na Arábia Saudita. Emprestado pelo Botafogo ao Al Ittihad até junho deste ano, curtiu os primeiros meses, viveu um sonho árabe, típico das mil e uma noites, foi presentado com carros e um relógio. No entanto, sua vida virou um pesadelo e passou a conviver com salários atrasados e sequer consegue deixar o país nesse momento.

Na Arábia Saudita, quem cuida de seus interesses é o empresário Diego Lemos, agente Fifa há quase 10 anos que atua no mercado asiático. Testemunha do drama do brasileiro, ele vem ajudando Jobson a pagar o hotel, que antes era responsabilidade do clube. Já são quase três meses sem receber salários.

- Houve uma mudança de presidente no fim do ano e o atual havia prometido pagar os salários, mas não cumpriu. Estamos esperando o prazo para entrar com uma ação na Fifa - afirmou Diego.

Esse período de espera é de duas semanas. Por enquanto, Jobson não tem como sair do país, pois seu passaporte está em poder do clube. Na Arábia Saudita, quem possui visto de trabalho precisa de uma autorização especial para viajar. A expectativa é pelo fim da temporada no fim do mês para que ele possa embarcar para o Brasil.
 Houve uma mudança de presidente no fim do ano e o atual havia prometido pagar os salários, mas não cumpriu. Estamos esperando o prazo para entrar com uma ação na Fifa
Diego Lemos
O momento é péssimo para o jogador, que tem contrato até o fim de 2015 com o Botafogo. Desde o dia 17 de janeiro, entrou em campo apenas uma vez, no dia 8 de março. Durante um longo período, pagou pela fama quando o uruguaio Juan Verzeri assumiu o cargo de técnico. Foi afastado. Reintegrado depois de sua demissão no fim de fevereiro, teve apenas mais uma chance e não foi relacionado novamente.

No começo, Jobson foi presenteado pelo presidente Mohammed Al-Fayez com dois carros (uma Ferrari e um Camaro). Já sabe que dificilmente ficará com eles. O atual mandatário do clube, Mohammed Bin Dakhel, adotou outra postura e vem pressionando o jogador a abrir mão de tudo que tem a receber para permitir a sua volta ao Brasil.

Em janeiro deste ano, pouco antes de ser afastado, Jobson ainda sofreu um baque quando Dioni Sousa, um de seus melhores amigos, morreu em um acidente de carro, saindo de Brasília para o Rio de Janeiro. O atacante fez uma homenagem a ele em um jogo na Arábia Saudita, mostrando uma camisa com a sua foto e de Rafael, outro que morreu no mesmo acidente.

Jobson, pelo menos, não tem passado dificuldade financeira na Arábia Saudita. O dinheiro que recebeu até o momento vem sendo suficiente para se manter. O atual presidente considera seu salário alto para os padrões locais. Ele não é o primeiro a sofrer com isso. Diego Souza tem ainda uma ação na Fifa contra o clube saudita.

Mesmo passando por problemas, Jobson também causou os seus, com alguns atos de indisciplina. Atualmente, tem como companheiro de clube Leandro Bonfim, que vem sendo utilizado normalmente nos jogos e, algumas vezes, é escalado como titular. O futuro do atacante segue uma incógnita. Aos 26 anos, sua carreira está cada dia mais a perigo.

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