terça-feira, 29 de julho de 2014

Golaços, título histórico e frustração: momentos marcantes de R10 no Galo

Após dois anos, Ronaldinho encerra sua passagem pelo Atlético-MG e deixa três títulos entre atuações inesquecíveis e alguns momentos de pouco brilho; relembre

Por Belo Horizonte
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Uma relação que rendeu três títulos, gols inesquecíveis e algumas frustrações. Os dois anos de Ronaldinho no Atlético-MG deixaram não apenas o maior título do clube, mas vários outros momentos marcantes. No Galo, o craque se reergueu e recolocou os atleticanos entre os protagonistas do futebol brasileiro após 42 anos de espera por um título de expressão. Segundo o próprio, ele merece uma estátua na Cidade do Galo. Nesta segunda-feira, a história entre os dois acabou, e o GloboEsporte.com reuniu dez momentos que marcaram a trajetória de R10 no Alvinegro mineiro.
Ronaldinho Atlético-MG festa título Libertadores (Foto: AP)Ronaldinho e a medalha de campeão da Libertadores: maior título da história do Atlético-MG (Foto: AP)

O PRIMEIRO TREINO
 
O dia 4 de junho de 2012 foi atípico na Cidade do Galo. O que era para ser apenas mais um treino para o confronto contra o Bahia, pela terceira rodada do Brasileirão daquele ano, virou notícia de repercussão mundial com a presença deRonaldinho Gaúcho na atividade. Após a saída conturbada do Flamengo, que terminou com briga judicial e a cobrança de R$ 40 milhões pelo jogador, a ida do meia para o Atlético-MG ainda não era oficial. R10 não perdeu tempo. Vestiu o uniforme, se apresentou a todos, foi para o treino e mudou para sempre a história do Galo a partir daquele dia. A estreia foi na vitória por 1 a 0 contra o Palmeiras, pela quarta rodada, cinco dias depois.
GOLAÇO NO PRIMEIRO CLÁSSICO
 
O primeiro grande teste de Ronaldinho no Atlético-MG aconteceu no dia 26 de agosto de 2012: o clássico com o Cruzeiro. A vitória não veio, e os torcedores atleticanos não puderam ir ao Independência – o jogo contou apenas com cruzeirenses – , mas os alvinegros nunca se esquecerão daquele empate por 2 a 2. A arrancada do meio-campo, os dribles em dois adversários e o toque no canto esquerdo de Fábio lembraram os melhores dias de Ronaldinho. E ainda ofuscaram as três expulsões, objetos arremessados em campo e o empate do Cruzeiro no fim do jogo.
EMOÇÃO E TRÊS GOLS: A MELHOR ATUAÇÃO
 
Ainda no Brasileirão de 2012, R10 teve sua melhor atuação pelo Galo. Foi na 28ª rodada, no Independência, na goleada por 6 a 0 contra o Figueirense. Foram três gols e duas assistências. Desempenho digno de uma das raras notas 10 do Troféu Armando Nogueira, além da terceira maior pontuação na história do Cartola FC. Não bastasse a atuação de gala, outro fator contribuiu para que aquele jogo se tornasse destaque na passagem do meia pelo Atlético-MG. Após fazer seu primeiro gol, Ronaldinho se emocionou, chorou e apontou para os céus, prestando uma homenagem ao padrasto Vanderlei, que havia falecido.   
BRILHO NA VITÓRIA CONTRA O FLU
 
Após terminar o primeiro turno na liderança, o Atlético-MG viu o Fluminense arrancar e encaminhar seu quarto título brasileiro. Os dois se encontrariam na 32ª rodada, no Independência, em jogo que poderia deixar o Tricolor ainda mais à vontade na ponta. Antes de a bola rolar, um mosaico dos atleticanos com a sigla da CBF ao contrário, e nas cores do Flu chamaram atenção. Era um protesto contra as polêmicas arbitragens e um suposto benefício aos cariocas. Dentro de campo, Ronaldinho brilhou novamente e manteve as esperanças do segundo título do Galo. Foram duas assistências e atuação decisiva na vitória por 3 a 2, que não seria o suficiente para tirar a conquista do Fluminense.   
DRAMA FAMILIAR
 
No Atlético-MG, Ronaldinho viveu um drama familiar. E o alívio por superá-lo. Sua mãe se tratava de câncer desde o início de 2012. O meia sofreu com a doença de Dona Miguelina, e tal dor rendeu um momento marcante na partida entre Galo e Grêmio, no Independência, em setembro daquele ano. A torcida atleticana estendeu um bannercom uma foto do craque e sua mãe e a mensagem “Fé em Deus”. No começo da temporada seguinte, o meia lembrou do período difícil e se emocionou ao comentar a atitude dos alvinegros naquele jogo. Pouco tempo depois, Dona Miguelina retribuiu o carinho da massa ao aparecer em campo com o filho no dia das mães de 2013, no primeiro duelo da decisão do Campeonato Mineiro.   
O PRIMEIRO TÍTULO
 
Poucos dias antes de completar um ano jogando pelo Atlético-MG, Ronaldinho comemorou seu primeiro título pelo clube. E, mais uma vez, comandou o Galo. Na vitória por 3 a 0 no jogo de ida, foram duas assistências. Na partida de volta, no Mineirão, ele fez o gol atleticano na derrota por 2 a 1, que garantiu a primeira das três conquistas do jogador no Alvinegro mineiro.  
"AQUI É GALO!": A CONQUISTA DA LIBERTADORES
Grandes atuações, partidas memoráveis, mas faltava um título de peso. Faltava entrar, definitivamente, para a história do Atlético-MG. Mas a partir do dia 24 de julho de 2013, não faltou mais. Ronaldinho foi decisivo na campanha da maior conquista do Galo. Logo na estreia, contra o São Paulo, o polêmico lance no qual bebe a água de Rogério Ceni, e se aproveita da posição para servir Jô e abrir caminho para a vitória. Após brilhar na primeira fase, R10 encontraria o Tricolor nas oitavas de final e, no Morumbi, marcaria um gol cuja comemoração virou símbolo de identificação com o clube, quando saiu correndo e berrando: “Aqui é Galo”. Nos confrontos seguintes, Victor teve mais destaque. Mas R10 levantou a taça que devolveu o orgulho aos atleticanos.  


A FRUSTRAÇÃO: QUEDA NO MUNDIAL
 
Após a redenção na Libertadores, a frustração no Mundial de Clubes. O sonho de conquistar o mundo virou pesadelo para os atleticanos e para Ronaldinho, que foi dúvida para o torneio durante muito tempo devido a uma lesão na coxa. Apesar do golaço de falta e a boa atuação, o camisa 10 viu a queda precoce do Atlético-MG diante do Raja Casablanca, que venceu por 3 a 1 na semifinal. O tão aguardado confronto contra o Bayern de Munique não aconteceu.
O DIA DO FICO: NOVELA TERMINA COM FINAL FELIZ
 
A eliminação no Mundial aumentou as especulações sobre a saída de Ronaldinho do Atlético-MG. Os dias que seguiram a queda no Marrocos foram de dúvidas e uma novela que só terminou em 2014. O nome de R10 surgiu como contratação de inúmeros clubes pelo mundo, especialmente o turco Besiktas, mas no dia 9 de janeiro deste ano, o presidente Alexandre Kalil usou o twitter para anunciar o que a torcida atleticana tanto esperava:    
- A torcida é chata, mas o cara é apaixonado por ela. Renovou!
SUBSTITUIÇÕES E O TERCEIRO TÍTULO
 
Os últimos dias de Ronaldinho no Galo foram de crises e conquistas. O terceiro título do meia pelo Atlético-MG começou com um fato inédito na passagem dele pelo clube. No primeiro jogo contra o Lanús, pela Recopa Sul-Americana, o camisa 10 foi substituído por Levir Culpi ainda no intervalo. O craque se irritou e sequer ficou no banco para acompanhar a vitória por 1 a 0 do time brasileiro. Na segunda partida, o fato se repetiu.  

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