terça-feira, 23 de setembro de 2014

Mala é extraviada, Martine chega sem medalha e “divide ouro” com Kahena

Dupla chega ao Rio da Espanha um dia depois de título da classe 49er sem prêmio de Grael. Conquista emociona Torben e favoritismo para as Olimpíadas cresce

Por Rio de Janeiro
Primeiras campeãs mundiais da história da vela brasileira, Martine Grael e Kahena Kunze desembarcaram no Rio de Janeiro nesta segunda-feira, vindas da Espanha, sem metade da conquista alcançada na véspera, em Santander. Na correria para embarcar de volta, Martine colocou a medalha na mala que foi despachada, e a bagagem acabou extraviada. As duas posaram para as lentes da imprensa exibindo o prêmio de Kahena. Nada que abalasse a tranquilidade da timoneira da classe 49er.
- A mala chega amanhã. A medalha em si não tem tanta importância como o título. É um objeto que eu vou pendurar no quarto – disse Martine.
Martine Grael e Kahena Kunze "dividem" medalha no desembarque no Rio de Janeiro (Foto: Divulgação)
O Mundial de Santander foi o nono titulo internacional e o mais importante da dupla formada em 2013, ano em que chegaram aos vices mundial e europeu. Kahena destacou as condições adversas da raia espanhola e a vitória apertada sobre as dinamarquesas Ida Nielsen e Marie Olsen no desempate, por 50 a 54 pontos perdidos nas 13 regatas, incluindo a medal race.
- Foi um campeonato muito difícil, com condições de vento raras, fracos em uns dias e muito fortes em outros. Fomos para a medal race tranquilas com o segundo lugar. Vencemos diante de uma plateia incrível que torceu bastante por nós - disse Kahena.
Um exemplo do desempenho da dupla pode ser dado em uma regata que acabou sendo cancelada por causa dos ventos fortes. Diante da condição, elas só largaram depois das concorrentes para evitar que o barco virasse.
 A ficha do título ainda não caiu. Foi a realização de um sonho. Agora é manter os pés no chão, o resultado não muda nada para 2016
Martine Grael
- Fizemos uma tática que nunca havíamos feito. Ficamos esperando o máximo de tempo para sair para não ter que fazer a ribada, de dar chance para o barco virar, que era grande. Conseguimos virar a primeira boia, o que nenhuma das competidoras conseguiu. Era impossível. Bateu o desespero, mas depois eu olhei em volta e não tinha ninguém seguindo.
O título reafirma a primeira posição no ranking mundial e o favoritismo para as Olimpíadas. Uma situação que elas precisarão saber lidar. 
- A ficha do título ainda não caiu. Foi a realização de um sonho. Agora é manter os pés no chão, o resultado não muda nada para 2016 - disse Martine. 
Ter chegado a um desempenho tão bom em pouco tempo não ilude Kahena:
- Temos muito respeito pelas adversárias e tem muito tempo para elas crescerem. Quanto à pressão pelo ouro no Rio, nada que um bom trabalho para chegarmos bem. 
conquista da filha emociona torben
Martine Gral e Torben Grael, desembarque Rio (Foto: Leonardo Filipo)Martine Grael posa ao lado do pai, Torben (Foto: Leonardo Filipo)
Treinador da seleção brasileira de vela e pai de Martine, Torben Grael considerou a conquista da filha mais emocionante do que as suas:
- É uma emoção diferente. Muito mais do que ganhar para si próprio. Foi muito mais bacana como pai acompanhar. As meninas têm tido dois anos fantásticos, de tirar o chapéu. Ano passado foi bom e esse ano ainda melhor.
A próxima competição importante da dupla será o Sul-Americano, em novembro, no Rio. 

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