quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Para Jones, vitórias sobre Gustafsson e DC o tornariam melhor da história

Campeão peso-meio-pesado do UFC traça plano para "limpar divisão" e entreter superlutas com pesados em seguida, e nega brigas na faculdade

Por Las Vegas, EUA
Jon Jones nunca escondeu que seu objetivo é ser considerado o melhor lutador de todos os tempos. O atual campeão dos pesos-meio-pesados do UFC acha que está perto de conquistá-lo. Durante bate-papo com os jornalistas após a coletiva de imprensa "The Time Is Now", que divulgou o calendário completo do Ultimate para 2015, o atleta americano afirmou que vitórias sobre Daniel Cormier, seu próximo adversário, e numa revanche contra Alexander Gustafsson tornariam indiscutível seu status como melhor artista marcial peso-por-peso.
Jon Jones, Coletiva UFC (Foto: Evelyn Rodrigues)Jon Jones já tem o cronograma em mente: Cormier, Gustafsson e pesos-pesados (Foto: Evelyn Rodrigues)
- Sobre eu ser o melhor de todos os tempos, acho que, se eu bater Gustafsson e DC, como você discorda disso? O argumento acaba ali. Neste momento, acredito que tenho o melhor currículo na história do esporte, acho que ninguém bateu em tantos campeões, mas depois disso, bater em DC e Gustafsson, não importa qual seja seu favorito, não se pode negar que terei o melhor currículo do esporte. (Quero Gustafsson) Só para deixar todas as dúvidas para trás. Talvez (conquistar) um daqueles caras que digam "Talvez eu não goste de Jon Jones, mas ele ganhou a luta." Quando eu ganhar de Gustafsson uma segunda vez, será, "Você gosta de mim ou não, não importa, você viu o que viu, eu ganhei claramente." No momento, eu não ganhei claramente para algumas pessoas. Considero uma vitória, mas algumas pessoas não consideram. Eu venço Gustafsson e DC, será, "Este cara ganhou dos caras mais maus dos últimos 10 anos, ganhou de todos". Como você pode discordar que ele é o melhor peso-por-peso? Este é meu objetivo. Não estou dizendo isso de um ponto de vista arrogante, mas porque, droga, é isso que as pessoas deviam querer ser, o melhor - argumentou "Bones" Jones.
Cormier é o primeiro obstáculo neste plano, no evento principal do UFC 182, em 3 de janeiro de 2015. Em seguida, viria Gustafsson, caso o sueco derrote Anthony Johnson no dia 24 de janeiro, na Suécia. Depois, poderia vir a sempre tão comentada subida de Jones ao peso-pesado.
- Isso seria tudo (subir ao peso-pesado). Sempre terá um cara novo (no meio-pesado). Você ganha de DC, de Gustafsson, agora terá o Anthony (Johnson), todo mundo vai querer me ver contra Anthony, agora ele é o (melhor)... Depois desses dois, eu consideraria a divisão limpa. Depois dessas duas lutas, eu consideraria a divisão limpa e é aí que você começa a entreter superlutas. As principais superlutas que consideraria seriam contra pesos-pesados. Treino com pesos-pesados há anos e sei que posso vencer esses caras, me saio muito bem contra eles. Esse seria o próximo capítulo - detalhou o campeão.
A revanche contra Gustafsson parece ser uma questão de honra para Jones, que o derrotou numa controversa decisão unânime no UFC 165, em setembro de 2013. Uma derrota do sueco para Anthony Johnson, todavia, praticamente encerraria a possibilidade de um reencontro entre os dois.
- Sim, se Anthony ganhar de Gus, minha revanche contra Gus não seria tão importante, porque seria, "Cara, você perdeu para mim, você perdeu para Anthony, você não é um dos grandes". Seria mais para as pessoas que honestamente acham que eu perdi, deixem-me consertar isso - explicou.
Confira as demais declarações de Jon Jones na entrevista em Las Vegas:
Pesquisa sobre outras encaradas que geraram brigas:
- Eu realmente pesquisei isso, pela razão que eu iria defender meu caso com isso, quando falássemos com a comissão. "Ei, quando as pessoas fazem encaradas, elas tocam testas toda hora. Elas tocam nariz com nariz, lábios com lábios, toda hora, mas o que você não vê é um cara levar a mão na garganta do outro." Para mim, isso foi onde a verdadeira (atitude) antidesportiva começou. Eles me multaram em US$ 50 mil e em quatro horas de serviço comunitário, só porque botei minha testa na testa dele? Do que estão falando? Esse não foi o começo da briga, o enforcamento foi o início da briga! As pessoas simplesmente não viram dessa forma, e aceitei isso. Mas pesquisei sim, vi como Conor McGregor entra na cara dos outros, aconteceu tantas vezes em tantos casos que nem consigo lembrar agora. Mas foram os socos que tornaram isso diferente.
Jon Jones Daniel Cormier Dana White (Foto: Evelyn Rodrigues)Jon Jones ri após dizer a Cormier que "poderiam brigar no palco de novo" (Foto: Evelyn Rodrigues)
Serviço comunitário:
- O que estou fazendo para serviço comunitário é que estou abrindo minha academia todas as noites por duas horas para o público me assistir treinando, para eu assinar autógrafos, tirar fotos com as crianças, ensinar e falar sobre escola ou o que quer que eles queiram conversar com as crianças, e tem sido uma oportunidade perfeita para eu fazer meu serviço comunitário. Isso tem me forçado a ficar na academia. Estou devolvendo para a comunidade.
Importância de derrota para Matt Hamill:
- Ser invicto não muda nada. Estar invicto provavelmente tornaria tudo mais difícil para mim. Eu colocaria mais pressão sobre mim, me veria de uma forma diferente. Sei que não sou invencível, eu levo surras no treino o tempo todo. Ser invicto não é muito importante para mim. De um ponto de vista de marketing, ser invicto seria incrível para o UFC promover esta luta, "Jon Jones vs. Blá blá blá, o zero de alguém vai acabar", seria ótimo para vendas de ingressos, mas, para mim, pessoalmente, não significa nada.
Sobre Daniel Cormier:
- Não nos falamos, nem nos vimos. Falamos um sobre o outro, mas não olhamos um para o outro. É estranho.
Brincadeira sobre repetir confusão na encarada:
- Sim, eu disse, "Podemos fazer de novo agora, aqui no palco". Foi só uma piada, não tenho intenções de fazer o que fiz de novo, fora do cage. Sabiam que aquela foi a primeira "briga de rua" em que entro em 11 anos? Eu não entro em confrontos fora do que faço para viver. O negócio foi bastante não-característico para mim.
Brigaria com outro lutador fora do cage de novo?
- Eu faria, só porque é parte de quem sou. Não enfrentaria um civil, que não sabe como lutar. Mas outro artista marcial de alto nível, é o que eu faço. Nem consideraria agressão quando se briga com alguém que sabe lutar.
Sobre declarações de Colby Covington, ex-colega de faculdade, de que Jon Jones brigava e já teria jogado pessoas através de janelas:
- Viram uma entrevista que saiu sobre eu jogar pessoas pela janela? Aquilo foi mentira total. Esse cara sai do nada e se associa ao meu nome. Nós nem gostávamos um do outro na faculdade. Não minta e faça parecer que somos amigos e brigamos com pessoas juntos, tudo isso. Para com isso, cara.
Motivação:
Toda vez que você tem uma grande luta, você tem que achar sua motivação. Você tem que lembrar por que você faz isso, o que significa para você e é isso que eu faço. Toda vez, encontro uma razão pela qual quero vencer e me seguro nela. Lembro das minhas filhas e lembro dos objetivos que eu marco para mim mesmo, lembro que os objetivos não serão fáceis. Ser o melhor de todos os tempos, não é algo fácil de se tentar ser, sabe? Mas é isso que quero ser. Então, às vezes, quando você fica cansado, você pensa, "O quanto vale continuar fazendo esse tipo de coisa?" Você precisa lembrar que vai ser difícil, nem sempre vai ser divertido, às vezes vai parecer mesmo um emprego, mas você precisa se levantar, põe para fora e supera, se não por você, mas pelas pessoas que acreditam em você, como sua família. Sempre encontro motivação nas pessoas que me cercam, elas querem que eu me saia muito bem, e eles me mantêm na caça.
Sobre andar com o cinturão:
- Quando eu enfrentei o Lyoto - quer dizer, qual era o nome do cara? Estou tentando lembrar de todos esses brasileiros... Shogun, quando enfrentei o Maurício Shogun, seu irmão, Ninja Rua, levou o cinturão para o cage, e quando vi Ninja com o cinturão sobre Shogun, lembro de sentir no coração que não havia nada que aconteceria no octógono que me impediria de sair com aquele cinturão. Aquilo me lembrou de por que eu estava ali. Eu estava no cage, estava nervoso, entrei primeiro porque estava no córner azul, estou vendo Shogun e vi o cinturão. Todos o meu nervosismo foi embora, tudo foi embora, porque eu pensei, "Uau, o cinturão está logo ali. Posso fazer isso, está tão perto! Estou lutando pelo cinturão". Me tornei super-humano depois disso, e por isso que Shogun perdeu tanto, porque eu pude ver o cinturão antes da luta. Eu nunca levaria o cinturão ao cage, porque, para o desafiante, ver aquilo logo antes da luta, é como beber um galão d'água antes de entrar no deserto.
Onde guarda o cinturão?
- Eu mantenho meu cinturão em casa, numa caixa. Levo para os camps de treino comigo. Durante os treinos, mantenho no armário.
Potencial superluta contra Cain Velásquez:
- Seria uma grande luta, cara, seria a luta da minha vida, com certeza. É isso que importa. Não é divertido participar daquela luta contra o Gustafsson, sair sangrando, exausto, mas estaria disposto a fazê-lo, pelo preço certo, principalmente, e pelos fãs. Há muitas lutas que podemos fazer e ainda receber para isso, mas seria uma coisa mais para os fãs, porque sei que as pessoas realmente gostariam disso.

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