sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Bandeira diz que foi ofendido em reunião na Ferj: "Falou da minha mãe"

Presidente do Flamengo afirma que levará o caso à Justiça. Eurico Miranda desdenha de plano de Liga independente e explica dificuldade dos planos de sócio-torcedor

Por Rio de Janeiro
Eduardo Bandeira e Michel Assef Filho, Ferj (Foto: Vicente Seda)Bandeira chegou acompanhado do advogado do Fla Michel Assef Filho (Foto: Vicente Seda)
A Federação de Futebol do Rio (Ferj) realizou nesta sexta-feira mais um Conselho Arbitral, e os ânimos estiveram bem exaltados. Após divulgar um nota com críticas à entidade, o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, deixou a reunião indignado, dizendo ter sido ofendido pelo presidente Rubens Lopes. O motivo da discussão teria sido justamente o comunicado assinado pelo Rubro-Negro em conjunto com o Fluminense.
- O desfecho não foi nada positivo. Estou acostumado a me relacionar com pessoas educadas e de alto nível. Além das injustiças e das intenções em nos prejudicar, o presidente (Rubens Lopes) partiu para ofensas pessoais. Não considero que emitimos uma nota ofensiva e nem mal educada, que foram os termos que ele usou quando estava mais calmo. O Flamengo irá à Justiça. O presidente da federação se emocionou e usou até palavras de baixo calão, coisas que não posso reproduzir. Falou coisas da minha mãe e sugeriu o que eu deveira fazer com a nota. Não sei como posso ser mais explícito. Me retirei porque não posso conviver com isso - disse o dirigente.
Após um encontro na terça-feira, o Flamengo foi representado nesta sexta novamente pelo seu presidente, Eduardo Bandeira de Mello, bem como o Vasco, representado por Eurico Miranda. Pelo Fluminense, compareceu o assessor especial da presidência Marcelo Penha. Pelo Botafogo, esteve na reunião o vice de futebol Antonio Carlos Mantuano. A participação do dirigente cruz-maltino, inclusive, iniciou a confusão, segundo Bandeira.
- Parecia que tudo caminhava bem, até o presidente do Vasco começar a ler a nota. 
Com a reação mais exaltada de Rubinho, Bandeira disse que por pouco a reunião não terminou em briga.
- Em mais 30 segundos, poderia até ter se partido para outra situação. O representante do Fluminense foi até mais ofendido do que eu, mas respondi primeiro, e o presidente da Ferj se voltou para mim. O Eurico somente se mostrou revoltado com a nota, quando fala em empobrecimento do futebol carioca. Mas não ofendeu. - continuou Bandeira.
Em entrevista coletiva após o fim da reunião, alguns presidentes explicaram o que aconteceu na sede da Ferj.
 - Na verdade, o que aconteceu foi que, em função da nota, que foi considerada pelo presidente altamente ofensiva, mentirosa, pura e simplesmente, ele, presidente do Flamengo, confirmava todos os tópicos na nota. A ofensa, o que houve na verdade, foi uma retorção. O presidente falando sobre a nota publicada, as ofensas que estão na nota, estava repudiando uma a uma. Só que o presidente do Flamengo confirmava que era aquilo mesmo. Ele confirmava, quando o presidente dizia que estava se sentindo ofendido, aí a coisa virou um bate-boca pessoal. Eu pessoalmente, acho que falo por todos, acho que na verdade o que aconteceu foi fruto da confirmação, depois do presidente estar contestando uma a uma, a coisa ficou daqui para lá e terminou realmente em uma discussão pessoal, com intervenção dos outros, evidentemente também - relatou Eurico Miranda, mandatário do Vasco.
- Claro que havia discussão. O presidente mostrava o que era verdade e o que não era. E culminou com eles chamando todos os presidente ali presente de palhaços. Eu retruquei e ele foi embora - afirmou Elias Duba, presidente do Madureira.
Eduardo Bandeira de Mello Flamengo, coletiva, FERJ (Foto: Uanderson Fernandes / Ag. Estado)Bandeira de Mello Flamengo fala sobre criação de liga independente (Foto: Uanderson Fernandes / Ag. Estado)
liga independente

Além das críticas à postura da Ferj, a nota de Flamengo e Fluminense falava na criação de uma liga independente, e Bandeira disse que a ideia ainda está sendo estudada.
- A ideia é estudar a criação de uma liga municipal, que está prevista em lei. Existem várias, por que o Rio de Janeiro não pode ter uma? Vinculada à Ferj, como previsto. Mas é só uma ideia para ser estudada e, quem sabe, implementada no momento certo.
Essa ideia foi desdenhada pelo presidente do Vasco, Eurico Miranda.
- Se vocês querem saber a verdade do presidente Bandeira de Mello, esse é um filme que se repete. Não é uma coisa nova. Só estão mudando os diretores. Os produtores são sempre os mesmos. Isso de criação de liga, que não vai disputar, isso é história do boitatá. Ninguém joga sozinho. Ele ir a Justiça comum, pode ir, é um direito de cada um. Mas é filiado a uma federação. Até pode dizer que não vai disputar, só que não disputa campeonato nenhum. Tem de pedir licença para não disputar.
projetos de sócio-torcedor

O presidente do Vasco também aproveitou para explicar porque a situação dos planos de sócios-torcedores não podem ser aplicados no Campeonato Carioca, como são usados em outros torneios.
- O grande fator que tirou o público do estádio é o preço do ingresso. Prejuízo financeiro? Qual? Quanto cada clube recebe pela transmissão? É computado? Mas você pode participar de uma competição em que você beneficia um ou dois, e prejudica os outros 10, 14 restantes. Ninguém aqui é contra o projeto sócio-torcedor. O que não pode é fazer um projeto desse, que é uma relação individual com o clube, e dar um benefício. Tem de subsidiar o adversário. Não pode dar o benefício. A renda do Campeonato Carioca não é renda de mandante, é aquela divisão tradicional. Em caso de empate é 50(%) e 50(%), e 60 (% para o vencedor) e 40 (% para o perdedor). Não pode dar um benefício a um torcedor, mas não ao outro. Porque você está prejudicando o adversário desse clube que tem o sócio-torcedor - explicou Eurico.
Flamengo x macaé fora do maracanã

Após ameaçar tirar o Flamengo do Maracanã no Campeonato Carioca, justamente em razão da polêmica dos ingressos, Bandeira disse que o clube voltará a Macaé na quarta-feira para encarar o Barra Mansa.
- Os nossos dois primeiros jogos não serão no Maracanã. O outro também foi transferido para Macaé.
Diversos temas envolvendo o formato da competição do próximo ano foram discutidos. A criação do programa de sócio-torcedor do futebol do Rio, sugerido pela Ferj, por enquanto não emplacou. O debate sobre o tema será feito durante a temporada. O assunto foi motivo de críticas na nota oficial publicada no site rubro-negro e constava no edital de convocação do arbitral.

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