quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Conquistas, extracampo e despedida: polêmico, VR3 revela erros e acertos

Perto de encerrar terceira passagem pelo Vitória, Victor Ramos avalia temporada agitada no clube: "Costumo dizer que, nesse ano, envelheci uns dois anos", admite

Por Salvador
A felicidade da conquista, a indignação pela acusação, a frustração da eliminação, o medo do rebaixamento, a tristeza pela violência, o desapontamento com o erro. Não seria exagero dizer que, em dez meses de Vitória, o zagueiro Victor Ramos sentiu, pelo menos um pouco, todas essas sensações. Formado nas categorias de base do Leão, o defensor de 27 anos retornou em fevereiro para iniciar a sua terceira passagem pelo clube. Nesse período, dentro de campo, foi campeão Baiano, caiu com o time nas copas do Brasil e Sul-Americana e lutou contra o Z-4 no Brasileirão. Fora das quatro linhas, VR3 foi apresentado com festa, teve o nome envolvido em polêmica de escalação, foi agredidosuspenso e perdoado pela diretoria.
- Se foi assim ganhando o Campeonato Baiano, imagine se não tivesse ganho. Era uma pressão muito grande. Costumo sempre dizer ao pessoal mais próximo de mim que, nesse ano, envelheci uns dois anos. Foi um ano muito desgastante. Se não foi o principal, foi um dos anos mais desgastantes por essa situação que o Vitória se encontrou, de brigar lá embaixo - avalia Victor Ramos.
victor ramos; victor ramos (Foto: Ruan Melo)Victor Ramos mostra algumas das cerca de 20  tatuagens espalhadas pelo corpo (Foto: Ruan Melo)
Em um ano de variadas emoções, Victor Ramos não foge ao rótulo de jogador polêmico, muito menos nega os erros cometidos extracampo. Ele assume que não deveria ter discutido com um torcedor em uma rede social, nem faltado a um treino sem comunicar ao clube. Contudo, o defensor também valoriza os acertos. Ao longo da temporada, avaliada por ele com positiva, VR3 disputou 38 jogos, todos como titular, e marcou dois gols. É o líder em desarmes do Vitória no Brasileirão, e o 38º na competição, com 55 roubadas de bola.
Muito mais que a fama de boêmio ou o sucesso com as mulheres, Victor Ramos também mostra um outro lado e, no corpo e nas palavras, faz questão de registrar o amor pela família e pela torcida do clube que o revelou. Entre as cerca de 20 tatuagens espalhadas, o defensor tem os nomes dos pais e da irmã gravados no braço, além do rosto da avó, Maria Elísia, registrado em um dos ombros, e de um Leão, na mão. Quanto às palavras, não se priva de dizer e repetir:
- A torcida do Vitória sempre vai morar no meu coração onde quer que eu esteja.
Suspenso pelo terceiro cartão amarelo da última partida do Vitória na temporada, contra o Palmeiras, Victor Ramos está se despedindo do clube. Emprestado pelo Monterrey, do México, até dezembro, ele ainda treina com os companheiros, mas não vai ficar para a próxima temporada. Com tanto a dizer, VR3 concedeu entrevista coletiva ao GloboEsporte.com para falar do seu ano no Vitória. Confira tudo abaixo.
GloboEsporte.com: Você se acha um jogador polêmico?
Victor Ramos: Me acho. Engraçado, quando eu cheguei para conversar com Argel, ele até me falou: "Você é meu estilo, você é polêmico. Isso é bom, às vezes, para o jogador. Você é um jogador temperamental, faz parte, é de você". Eu não pedi para ser polêmico. Também não tenho vergonha, é o meu jeito de ser. Não penso muito no amanhã, nem no depois. Penso no agora. Já quebrei a cara com isso. Mas também já foi bom ser assim em alguns momentos. Tem seus prós e seus contras como tudo na vida.
Ao longo dos anos, foi criada uma espécie de fama de jogador boêmio sobre você. Isso te prejudicou em algum momento?
Complicou um pouco. Minha vida extracampo prejudicou um pouco. Meu passado me prejudicou um pouco de fazer contratos muito bons. Tive várias sondagens, mas acho que meu extracampo pesou um pouco. Isso e, principalmente, polêmica com mulheres. Isso aí não foi uma mancha. Mas em alguns momentos deixei de fazer alguns contratos. Mas, graças a Deus, tenho mais um ano no Monterrey. Me deu uma tranquilidade na vida. Para onde eu for agora pretendo ficar mais três, quatro anos.
Apresentação de Victor Ramos no Barradão (Foto: Rafael Santana)Victor Ramos foi apresentado no Barradão com Kieza e Dagoberto (Foto: Rafael Santana)
Em fevereiro, você retornou ao Vitória para a sua terceira passagem pelo clube. O que te fez aceitar esse novo desafio?
Eu tinha algumas sondagens de outros times. Mas o Vitória é minha casa, me sinto em casa. Foi onde tudo começou na minha vida. Eu falei: "Pô, lá no México já está com a cota de estrangeiros". Eu saí do Palmeiras e aí pensei em voltar para o Vitória. Entramos em acordo salarial, com o meu time pagando metade, e o Vitória a outra metade. Então, por que não voltar? O Vitória é um time grande, que representa muito na minha vida. Achei que esse era o momento. O Vitória também me apresentou um projeto muito bom. O Anderson Barros [diretor de futebol do Vitória] é um cara que me apresentou esse projeto. Pode até ter diretor de futebol como ele, mas melhor não tem.
E qual o balanço que você faz da temporada?
Acho que fiz um bom campeonato no Vitória. Individualmente, eu fiz um bom ano. Se eu não me engano, fui um dos maiores desarmadores do Campeonato Brasileiro em estatística. Isso é muito bom. Fui campeão Baiano. No Brasileiro fiz algumas partidas muito boas, outras nem tanto. Isso é normal. Ninguém vai jogar 100% bem todos os jogos. Mas foi um ano positivo para mim e fico feliz. Não 100% porque o Vitória está assim, mas 70% para mim individualmente.
Se arrepende de alguma coisa?
Não me arrependo. Foi um ano positivo. Foi um ano meio complicado porque a gente estava lutando contra o rebaixamento. E eu nunca passei por isso de jogar com a faca no pescoço. É pressão, é torcida, é imprensa. Mas foi um ano positivo. Ganhamos o Campeonato Baiano, o que não acontecia há dois anos. Se eu não me engano, é o quarto que eu ganho. Na Copa do Brasil dava para a gente ter avançado mais. Demos um vacilo e perdemos do Cruzeiro.
O que você vê de diferente entre o Victor Ramos de agora e o das primeiras passagens pelo Vitória?
Eu amadureci muito. Amadureci dentro e fora de campo, como ser humano. A vida é assim, faz com que você amadureça mais e mais. Sou outro Victor Ramos. Todos viram minha evolução. Claro que todos nós temos probleminhas dentro e fora de campo. Mas [em relação] ao Victor de 2012, 2013, amadureci bastante. Tenho 27 anos e me sinto mais maduro pela postura, pela maneira de pensar a vida. São vários fatores. Me sinto mais maduro e preparado para as coisas da vida.
O que você não faz hoje que teria feito antigamente?
Me expor demais. Antigamente, me expus muito na rua, em qualquer lugar. Hoje sou mais tranquilo. Claro, sempre vão sair coisas minhas. Normal, sempre vai sair. Eu sou solteiro, tenho 27 anos, graças a Deus bem-sucedido. É normal. Mas melhorei muito essa exposição. Antigamente era Victor Ramos ali, Victor Ramos aqui. E muita exposição negativamente. E hoje, graças a Deus, reverteu bastante. Hoje é uma exposição mais positiva que negativa.
AÇÃO DO INTER NO STJD
Victor Ramos treino do Vitória (Foto: Francisco Galvão / Divulgação / E.C. Vitória)"Eu não esperava que o Inter ia na onda de outros dirigentes", diz VR3 (Foto: Francisco Galvão / Divulgação / E.C. Vitória)
 Em março, surgiu a polêmica sobre a suposta irregularidade da sua transferência. Como você recebeu aquilo? Temeu que isso pudesse prejudicar o Vitória?
Na verdade, ali foi desespero. Desespero do rival. Faz parte do futebol. Futebol tem que ser jogado nas quatro linhas. Momento nenhum o Vitória, nem a direção, os profissionais deixariam isso acontecer, sem estar de acordo com a FIFA, a CBF. Então, isso foi mais uma apelação do outro lado que não queria contar com minha presença nas finais. Foi tanto que, graças a Deus, eu fui um dos melhores em campo, junto com o Caíque. Foi uma partida boa com a equipe toda.
Esse assunto voltou a ser discutido agora, com a ação do Internacional no STJD. Como vê essa nova tentativa de punição ao Vitória em uma competição?
Agora voltou novamente com Internacional apelando como o rival. Não tenho certeza, mas acho que foi até indicação deles, do nosso rival. Faz parte. Futebol é jogado, não é no tribunal, no STJD. Tem que ser nas quatro linhas. Estou tranquilo e tudo está sob comando da direção do Vitória. 
Esses casos afetaram o seu rendimento dentro de campo em algum momento?
Não, não. Falei para o professor na época que estava bem, que queria jogar as finais. O Anderson Barros esclareceu bem para a gente. Não afetou nada. Eu sou profissional. Quando o Vitória me fez na base, me fez para ser profissional, para jogar futebol e honrar a camisa. Então, isso não vai me abalar. Sempre tive muita personalidade. Não me abalou e nunca vai me abalar. 
Depois de passar por uma situação semelhante a essa em março, pegou a você de surpresa ter que passar por tudo de novo agora?
Fiquei surpreso porque o Internacional é uma equipe muito grande. Eu não esperava que o Inter ia na onda de outros dirigentes. Para mim, isso é apelação. Eu não esperava isso do Inter, fiquei surpreso. Mas faz parte. Isso é desespero. Eles tinham que fazer isso dentro do campo, não fora do campo. O campeonato está acabando.
QUEDA DE RENDIMENTO E AGRESSÃO
vitória x santos (Foto: Francisco Galvão/EC Vitória)Victor Ramos teve carro cercado após derrota para o Santos (Foto: Francisco Galvão/EC Vitória)

O Vitória superou esse episódio de março e foi campeão do Baianão. No Brasileiro, o time não teve o mesmo sucesso e brigou contra o rebaixamento. Por que o desempenho foi diferente?
Não teve liga. Acho que o grupo, com algumas vaidades, não estava fechado em alguns momentos. A gente veio se fechar para o final do campeonato. É tanto que se você pegar os números de agora do Vitória são muito positivos. Teve a vinda do Argel, não desmerecendo o professor Mancini, que é um professor do mesmo nível de Argel. Argel também recarregou a bateria da gente. É um treinador muito motivador. Também teve a mãozinha de cada um. É como eu falo sempre, futebol não é só um jogador, só um diretor. É um conjunto. Eu vejo muita gente falar que fulano é melhor que beltrano. Mas futebol é conjunto. Futebol não é só Victor Ramos, Marinho, Farias, Kanu, Kieza. É o conjunto. E em alguns momentos nosso time desgarrou um pouco. E sabe como é, né? Se não estiver junto, não anda. Foi isso que aconteceu em certos momentos. Dava para buscar a Libertadores. Nosso time não deve nada a ninguém. Poderíamos chegar mais além. O que essa equipe tem de diferente da 2013? Dei graças a Deus para a gente não ficar marcado na história negativamente, principalmente eu que tenho uma história bonita no Vitória: fui capitão, ganhei o título do Baiano. Sempre fiquei marcado positivamente, não negativamente. 
Qual o tamanho da pressão que vocês enfrentaram ao longo da temporada?
Acho que o Vitória teve um Campeonato Baiano muito bom. Imagino que se foi assim ganhando o Campeonato Baiano, imagine se não tivesse ganho. Era uma pressão muito grande. Costumo sempre dizer ao pessoal mais próximo de mim que, nesse ano, envelheci uns dois anos. Foi um ano muito desgastante. Se não foi o principal, foi um dos anos mais desgastantes por essa situação que o Vitória se encontrou, de brigar lá embaixo. 
Em julho, quando o Vitória passagem por um dos momentos mais complicados no Campeonato Brasileiro, você chegou a ser agredido quando deixava o Barradão.  Algum dia imaginou passar por uma situação como aquela?
Aquela briga me pegou de surpresa. Nunca esperava do torcedor. Se tem um cara que honra a camisa do Vitória, esse cara sou eu. Comecei no Vitória com 12 anos. Fiquei surpreso com a torcida do Vitória. Torcida não. Para mim, aquelas pessoas que fizeram aquilo não são torcedores. São caras que não torcem para o time. O torcedor de verdade mandou mensagem, me acolheu. O torcedor de verdade me abraçou. Os que fizeram aquilo são vândalos. Fiquei revoltado com o que aconteceu. Eu, praticamente, estava fora do Vitória. Falei com meus representantes, meus familiares. Aquilo ali passou do limite. Acho que futebol tem que ser conversado.
Independe de eu agir errado. Eu agi errado. Jamais tenho que bater boca com torcedor, seja aqui ou em qualquer outro lugar que esteja. O torcedor tem o direito de reclamar. Mas tem que saber reclamar, tem que respeitar. Acho que tem que ser assim. Eu também fui errado. Eu não posso bater boca com o torcedor. Eu pequei, mas nada justifica a agressão, violência
Victor Ramos
Antes da agressão você teve um episódio de discussão com um torcedor. Acha que a sua atitude motivou o ato?
Independe de eu agir errado. Eu agi errado. Jamais tenho que bater boca com torcedor, seja aqui ou em qualquer outro lugar que esteja. O torcedor tem o direito de reclamar. Mas tem que saber reclamar, tem que respeitar. Acho que tem que ser assim. Eu também fui errado. Eu não posso bater boca com o torcedor. Eu pequei, mas nada justifica a agressão, violência. Futebol está assim hoje em dia. A torcida quer bater, não respeita. Isso tem que mudar e está fazendo o futebol brasileiro perder o clima. Isso é uma das coisas que me fazem não ter vontade de jogar no Brasil. Isso é uma das coisas que me fazem jogar fora. Minha vontade hoje é jogar fora do Brasil. Não sei onde, Deus sabe. Falta de respeito, vandalismo, tudo isso tem que acabar. Se eu passei do ponto, por que não conversar comigo? Por que não me xingar também ou fazer o que eu fiz com ele na rede social? Às vezes, também, o cara não é nem torcedor do Vitória. Enfim, é isso.
Você estava com a sua mãe no carro. Como foram aqueles momentos de tensão?
Estava com minha família, meu segurança particular. Foi Deus que ele estava do meu lado. Ele saiu armado e tudo. Fiquei dentro do carro, minha mãe também. Se eu não estou com ele ali ia ser o quê? Agradeço a Deus que botou esse cara comigo. Quebraram o carro, foram trinta e poucos mil de prejuízo. Mas o Vitória foi homem comigo. Anderson Barros ficou do meu lado, ele e o presidente. Raimundo Viana é um cara que não tem vaidade, que toda viagem está com a gente. Sempre apoia o nosso grupo. É um cara que está de parabéns.
Você pensou em deixar o Vitória naquela época? O que te fez permanecer?
Foi a diretoria me acolher, assim como os verdadeiros torcedores do Vitória, como sempre me acolheram. Esses caras que fizeram isso são vândalos, covardes. Mas, graças a Deus, estava preparado. Sempre que vou, saio com segurança particular para evitar esse tipo de coisa. O mundo de hoje é muito maldoso, sujo. Às vezes querem tirar foto só para te prejudicar. Sempre saio com segurança para evitar esse tipo de coisa. Sou um cara esquentado. Não posso me expor a esse tipo de coisa. Eu sou muito explosivo e para isso não acontecer eu saio com uma pessoa.
SUSPENSÃO E ATÉ LOGO
Vitória; treino; Toca do Leão; Barradão; Victor Ramos; Argel Fucks (Foto: Francisco Galvão/EC Vitória/Divulgação)"O Argel e o grupo confiaram em mim", afirma zagueiro (Foto: Francisco Galvão/EC Vitória/Divulgação)

Em setembro houve um outro episódio envolvendo você. Na época, você foi suspenso por faltar a um treinamento. Qual o motivo da ausência?
Eu estava machucado. Eu sou um cara que nunca perde treino. Minha prioridade foi sempre o meu trabalho. É o primeiro lugar em minha vida. Foi um deslize. Eu fui para uma reunião em São Paulo com meus empresários. Terminou a reunião, eu estava de folga e decidi que ia no Villa Mix. Não estava fazendo nada, por que não vou? Não é porque estou com pé assim [Victor Ramos tratava uma inflamação na planta do pé]. Não estou operado. Depois que eu fui para o Vila Mix, voltei para o hotel. E aí passei do horário. Botei para despertar, mas passei do horário. E o voo era para Guarulhos. E para Guarulhos é muito distante. Aí cheguei atrasado e perdi o voo. Quando cheguei, justifiquei, disse que estava errado para o Anderson. Tomei a multa, pedi desculpas ao grupo. Acho que foi a primeira e a única falha que tive no Vitória esse ano. Todo mundo erra, todo ser humano. Argel me reintegrou, eu disse que queria ajudar. Ele perguntou se eu estava focado no Vitória, disse que estava. Disse que sou profissional, que passei do limite, mas que pode contar comigo. O Argel e o grupo confiaram em mim. Acho que isso faz parte, eu errei mesmo. Tem que ser homem para assumir a responsabilidade. Tudo isso porque eu perdi o horário.
Depois da vitória sobre o Figueirense, na antepenúltima rodada do Brasileirão, você deu uma rápida entrevista e disse que muita gente falou m... de você. O que foi dito ao seu respeito que você não gostou?
No jogo contra o Santos [vitória do Santos na Vila Belmiro por 3 a 2]...Eu estava engasgado. Foi muita gente falando...Tiveram algumas declarações que me deixaram chateado lá no Vitória. Mas não só jogadores, torcedores, muita gente falando besteira. O povo da imprensa que gosta de falar do meu nome. Meu nome é muito doce, né? O povo sempre gosta de falar de Victor Ramos. Tudo é Victor Ramos. Sempre brinco com as pessoas próximas a mim e digo: "Que bom que estão falando de mim". Acho que meu nome tem açúcar. Algum radialista também falou. Foi naquele lance, no terceiro gol do Santos, que o cara mete a mão na bola. Disseram que eu fui brincar. Jamais eu ia brincar lá na área. Ainda mais um jogo daquele porte. Não faz meu estilo brincar. Nunca entreguei gol, nunca dei bola, nunca dei "braga" grotesca. Não é minha característica. Ali eu fui consciente tirar a bola, colocar ela para fora, mas o cara botou a mão. Infelizmente, aqui no Brasil, a gente não pode contar muito com a arbitragem. A arbitragem está pecando muito. Aí eu ouvi várias coisas e tive que falar. Estava engasgado. Tem que jogar limpo, ser homem e falar. Acho que foi o momento adequado, oportuno, a gente tinha ganhado bem do Figueirense, por 4 a 0.
Não tenha dúvida que eu ainda vou passar pelo Vitória. Um dia retornarei. Não sei quando, mas retornarei
Victor Ramos
No jogo depois disso, contra o Coritiba, você deu uma outra declaração importante e anunciou que aquela foi a sua última partida com a camisa do Vitória. Não tem chance de renovar?
Foi o último jogo com a camisa do Vitória. Semana que vem vou fazer uma carta, uma mensagem para a torcida, para a diretoria, agradecendo. O Vitória é um clube que, onde eu estiver, vou estar torcendo. Tenho um carinho muito grande. O Vitória eu sempre acompanhei e sempre vou acompanhar. É o último jogo mesmo. Acho que não tem chance alguma mesmo de ficar no Vitória.
Qual vai ser o seu destino em 2017? Prefere um clube do Brasil ou de fora?
Tudo indica que seja fora do Brasil. Não sei em que continente, em que país vai ser. Está na mão de Deus, que vai dizer o melhor para mim. Tive sondagens de dois clubes muito grandes do Brasil, mas não descarto. Está em aberto também.
Planeja uma quarta passagem pelo Vitória?
Futuramente. Não tenha dúvida que eu ainda vou passar pelo Vitória. Um dia retornarei. Não sei quando, mas retornarei. Vou estar com meus companheiros até essa semana e depois fico de férias. Vou também no Barradão acompanhar o último jogo para ver os meus companheiros. Também tenho muitos amigos no Palmeiras: o Rafael Marques, o Dudu. Eu tenho um carinho muito grande lá, fui campeão. 
Se você pudesse mandar agora uma mensagem de despedida para o torcedor do Vitória, o que diria?
Dizer que obrigado por tudo. Se eu errei, me desculpe. Se me equivoquei, não foi por querer dizer que sou mais que alguém. Eu sempre, quando entrei em campo dei o meu máximo. Poderia quebrar a cara, fazer o que for. Estamos juntos. Onde eu estiver vou torcer e lembrar de todos, tanto da torcida, quanto a diretoria. A torcida do Vitória sempre vai morar no meu coração onde quer que eu esteja. Sempre vou ter essa lembrança e esse carinho que nunca vai acabar.

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