terça-feira, 8 de agosto de 2017

Gadelha não era próximo passo, mas será uma "luta incrível", diz Bate-Estaca

Jéssica ressalta que enfrentar compatriota não era seu primeiro desejo, e espera que possível vitória no Japão, em setembro, a coloque perto de nova chance pelo título

Por Rio de Janeiro
Jéssica Bate-Estaca UFC 212 (Foto: André Durão)Jéssica Bate-Estaca vem de derrota para Joanna Jedrzejczyk, em maio, no UFC 211 (André Durão)
No dia 23 de setembro, o Japão será palco de um dos duelos mais aguardados do peso-palha no UFC: Cláudia Gadelha, principal desafiante da divisão até 52kg, enfrenta a número 4 do ranking, Jéssica Bate-Estaca. A luta pode colocar a vencedora na porta para enfrentar a campeã da categoria, hoje a polonesa Joanna Jedrzejczyk. A lutadora paranaense lembra que uma entrevista mal interpretada culminou no fechamento do combate. Jéssica admite que era natural enfrentar Gadelha, mas não esperava que fosse seu próximo passo.
- Vim para o Gracie Pro (em julho) e fizeram uma entrevista comigo, e perguntaram quem poderiam ser as minhas próximas adversárias, e citei que a Claudinha poderia ser uma delas. Ela logo viu a matéria e colocou: “Fiquei sabendo que Jéssica quer lutar comigo”. Na verdade, não era o que eu queria não, mas era uma possibilidade (risos). Falei: “Poxa, Claudinha, você está sem luta, eu também estou, então vamos fechar”. E logo ela colocou na rede social dela, foi dando mídia, e o UFC já viu e já se interessou. É uma luta interessante para eles, e colocaram logo no Japão, que é o berço do MMA, onde tudo começou com o Pride. Acho que vai ser uma luta incrível - afirmou a lutadora com exclusividade ao Combate.com, durante evento social no Parque Olímpico.
Apesar de admitir que não era a rival que esperava enfrentar na luta seguinte à disputa de cinturão, depois de perder para Joanna em maio, no UFC 211, Bate-Estaca destacou que nem ela e nem Gadelha têm costume de fugir de adversárias.
- Não era a (adversária) que eu estava imaginando, mas estava entre as possibilidades. Imaginava que ia pegar alguma melhor ranqueada que eu, e aconteceu que deu certo. A Joanna marcou a luta dela com Rose Namajunas, e no caso ia acabar sobrando a Gadelha, com quem ninguém quer lutar. E comigo ninguém quer lutar também. Vamos lutar então, uma hora a gente ia ter que lutar. Antes cedo do que tarde.
Mesmo com uma luta tão recente com a atual campeã, Jéssica acredita que terá uma nova oportunidade muito em breve, ainda mais se vencer Cláudia Gadelha, que vem de duas vitórias seguidas e só perdeu duas vezes na carreira, ambas para Joanna.
- Ouvi alguns comentários de que quem ganhasse essa luta teria a oportunidade de lutar pelo cinturão. A Joanna vai lutar agora e quem vencer na nossa luta, com certeza pode ter uma oportunidade novamente, ainda mais a Claudinha, que vem de duas vitórias seguidas. E quem sabe ganhando da top 1 eu ganhe o lugar dela para disputar o cinturão.
Jéssica Bate-Estaca, que antes da derrota na luta pelo título tinha uma sequência de quatro vitórias, acredita que o espírito japonês vai incorporá-la na cidade de Saitama, onde acontecerá o evento.
- Vai ser a minha primeira vez (no Japão). Acho que vou chegar lá e vai vir aquele espírito de samurai, aquela vontade de ser um guerreiro. Com certeza vai vir a vitória. Vou dar meu máximo, assim como acho que a Claudinha vai dar o dela.
Montagem - Claudia Gadelha e Jéssica Bate-Estaca (Foto: Infografia )Cláudia Gadelha e Jéssica Bate-Estaca ficarão frente a frente no UFC Japão, no próximo mês (Foto: Infografia )
Enfrentar uma compatriota nunca é o melhor dos cenários, mas Jéssica lembra que não pode ter compaixão por Cláudia Gadelha quando estiverem frente a frente no octógono.
- Mesmo a gente sendo do mesmo país, acho que na hora que entra no octógono é profissionalismo, a gente tem que dar o nosso melhor. E sempre pensar: se eu não bater nela, ela vai me bater. Tem que entrar consciente e bem treinada para fazer uma grande luta.
A lutadora de 25 anos, dona de um cartel de 16 vitórias e seis derrotas, disse estar preparada para encarar o chão com a adversária faixa-preta. No Gracie Pro, Jéssica levou a medalha de prata em sua categoria.
- Gosto muito da trocação, mas também tenho um jiu-jítsu bom. A Claudinha é mais graduada que eu, é faixa-preta, e acabei de pegar a faixa-marrom, mas todas as lutas dela conseguimos ver a estratégia que sempre coloca. Ela é muito boa na parte de chão, então com certeza ela vai tentar trocar, e se ela ver que não dá vai tentar colocar para baixo, e é estar bem treinada nas esgrimas e a trocação estar bem afiada - completou.

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