Joanna chora, mas rechaça comparação a Ronda após derrota e pede revanche

Ex-campeã peso-palha garante que ações promocionais não a atrapalharam e adia subida ao peso-mosca para tentar recuperar cinturão em sua atual categoria

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Por Adriano Albuquerque, Evelyn Rodrigues e Marcelo Russio, Direto de Nova York, EUA

05/11/2017 13h00  Atualizado 05/11/2017 13h00

Derrotada por Rose Namajunas com um surpreendente nocaute no primeiro round no UFC 217, neste sábado, Joanna Jedrzejczyk desceu do octógono montado no centro do Madison Square Garden antes de sua algoz concluir sua entrevista pós-luta. Houve especulação de que a ex-campeã, após meses repletos de ações promocionais para o evento em Nova York, recusaria entrevistas sobre sua primeira derrota no MMA profissional e poderia "sumir" como a lutadora que foi o "rosto" das divisões femininas antes dela, Ronda Rousey.

Joanna Jedrzejcyk chora durante a coletiva de imprensa do UFC 217 (Foto: Jason Silva)

A polonesa, contudo, mostrou que não se esconde, e apareceu para entrevistas nos bastidores do evento e na sala de imprensa. Ela tratou de parabenizar a adversária pela vitória e negou que o suposto excesso de mídia tenha influenciado em sua derrota.

- Por favor, não me compare a Ronda Rousey. Eu a amo demais, e temos uma ótima relação, mas por favor, vamos acabar com essa besteira. Nunca levo lutas pro lado pessoal, nem luto de forma emotiva. Foi um camp muito longo, mas estava tudo indo suavemente. Foi uma grande surpresa. Isso acontece. Parabéns à Rose, estou feliz por ela. Isso acontece. As coisas que aconteceram antes da luta não têm nada a ver com o resultado. Foi um bom soco, ela me acertou, não sei o que aconteceu. (...) Por favor, não culpem o UFC ou a galera de relações públicas, eles têm sido ótimos. Só fiz duas aparições (públicas); uma levou talvez duas horas, e a outra foram só 30 minutos. Esta semana foi bem fácil. Isso não me atrapalhou. Trabalhei muito para esta luta, foi uma grande surpresa para mim e para meus treinadores - declarou Jedrzejczyk na coletiva de imprensa pós-evento.

Para reforçar as diferenças em relação a Ronda, a ex-campeã garantiu que pretende seguir adiante, seja com uma revanche imediata ou refazendo seu caminho em direção ao cinturão do peso-palha (até 52kg). Inclusive, a derrota adiou os planos da polonesa de subir para a nova divisão peso-mosca (até 57kg) feminina, que ela pretendia anunciar como sua "grande surpresa" caso tivesse vencido.

- Vou sentar e conversar com Dana. Acho que fui uma boa atleta e uma boa campeã para o UFC. Acho que mereço a revanche imediata, mas se não conseguir, vou seguir em frente. (...) Eu queria subir de peso, queria ser a primeira na fila contra a campeã do TUF (que vai definir a primeira dona do cinturão dos moscas), mas eu quero muito recuperar meu cinturão. Sou uma pessoa forte, então agora primeiro quero lutar pelo cinturão peso-palha.

Joanna Jedrzejczyk fala com os jornalistas na coletiva de imprensa após o UFC 217 (Foto: Jason Silva)

Sempre durona e destemida, Joanna não se conteve durante a entrevista e deixou sua vulnerabilidade à mostra quando lágrimas escaparam dos seus olhos. A ex-campeã parecia incapaz de encontrar uma explicação para a derrota após 13 semanas de preparação na American Top Team, período que ela elogiou bastante. A única coisa de que a polonesa tinha certeza era que ela não tinha batido em desistência em meio aos golpes de Namajunas quando estava derrubada, como os replays da sequência final pareciam sugerir.

- Eu não bati. Eu estava provavelmente tentando me levantar, mas não bati. Eu nunca desisto. Eu sou uma guerreira de verdade, sou uma lutadora de verdade. Como eu disse, hoje, provavelmente, muita gente está feliz, mas eu ainda sou a melhor, eu fiz a minha história, e eu vou virar a página e seguir em frente.