quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Inter bipolar: clube no meio-termo entre Brasileirão e Mundial

Técnico diz que pensamento já está nos Emirados Árabes, mas jogadores
não tiram chance de título nacional da cabeça

Por Alexandre Alliati Porto Alegre

Nei entrevista InternacionalPara Nei, é melhor entrar com tudo no Brasileirão
(Foto: Eduardo Cecconi/ GLOBOESPORTE.COM)
O Inter ainda não encontrou um discurso uniforme sobre o tratamento dado ao Brasileirão e ao Mundial um mês e meio antes de começar a luta pela reconquista do planeta. Enquanto o técnico Celso Roth diz que o clima do torneio de Abu Dhabi já invade o vestiário vermelho, os jogadores dão sinais contrários. Para eles, o que vale é o momento, e o momento indica chance de título nacional.
É um Inter bipolar. Na semana passada, durante a preparação para o Gre-Nal, Roth deixou claro que o Mundial é o que realmente importa. Embora jamais tenha deixado de desejar o título brasileiro, o treinador coloca seu foco claramente em dezembro. Mas os jogadores pensam de outra forma. Eles dão todos os sinais de que só vão pensar no Mundial quando e se o Inter não estiver mais vivo no Brasileirão.
O lateral-direito Nei, na manhã desta quinta-feira, foi o molde do comportamento do elenco vermelho. Ele disse que sequer pensa no Mundial agora.
- Não estou nem pensando no Mundial. Ainda tenho o intuito de ser campeão brasileiro. Temos elenco, e os times de cima estão dando chance para nós chegarmos. Estou focado no Brasileiro. Tento sempre pensar jogo a jogo – disse o lateral.
Se já pensar nos jogos do Mundial agora, vou tirar o pé e entrar à meia-boca contra o Santos. Isso é ruim"
Nei, lateral-direiro
Para Roth, o comprometimento de outros clubes com o Brasileiro é maior do que o do Inter. Ele disse que é uma situação inevitável, já que o clube começa a tratar de questões referentes ao Mundial – datas da viagem, elenco a ser levado, análise dos adversários. O porém é que os atletas não demonstram isso.
- Só penso no Santos. Se pensar lá na frente, vou esquecer o jogo de agora, vou tirar o pé, vou entrar meia-boca, e isso pode ser ruim. Se você vai mal, se não vai 100%, pode até se machucar – comentou Nei.
O meia Tinga diz que o Mundial, por ser um torneio de apenas dois jogos, não precisa exigir tanto tempo de preparação específica para ele. O goleiro Renan afirma que ainda não começou a analisar os atacantes adversários. Figuras como o volante Guiñazu e o meia Giuliano destacam que confiam no título nacional. E o Mundial se aproxima, com o Inter no meio-termo entre dois sonhos.

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