sábado, 29 de janeiro de 2011

Carlos Queiroz gosta da proposta, e o ‘sim’ está mais próximo

Técnico está no Qatar palestrando para treinadores, mas responderá logo. Caso acerte, ele, que já se disse rubro-negro, indicará um ou dois jogadores

Por Thiago Fernandes Rio de Janeiro
Carlos Queiroz coletiva Portugal Carlos Queiroz coletiva Portugal (Foto: EFE)
O discurso de Roberto Dinamite nesta sexta-feira confundiu muita gente, mas passou a fazer sentido depois que o interesse por Carlos Queiroz foi revelado. Na entrevista, o mandatário vascaíno disse que contrataria um técnico “sem ligações com o Vasco, mas talvez com alguma ligação”. O português Queiroz, afinal, se encaixa nesse perfil, já que o Vasco é um clube com raízes lusas - o técnico nasceu em Moçambique em 1953, então uma província portuguesa). A negociação com o treinador foi feita através de um intermediário, mas o técnico se mostrou empolgado por poder comandar a equipe cruzmaltina. O profissional já teria, inclusive, aceitado os números que lhe foram apresentados.
A diretoria aguarda uma resposta oficial do técnico. Queiroz está no Qatar, onde ministra palestra para treinadores. Caso aceite a proposta cruzmaltina, o treinador deve viajar para o Rio de Janeiro para acertar os últimos detalhes.
Confirmado pelo clube, deve trazer um ou dois jogadores para o Vasco. Os nomes ainda não foram estudados, mas há chance de os atletas saírem do mercado internacional, onde o técnico tem muito conhecimento.

Queiroz, campeão mundial sub20 por Portugal, já disse ser flamenguista
A contratação de Queiroz faz parte de um plano da diretoria de elevar o moral da torcida, abalada pela falta de títulos e pelo péssimo início no Campeonato Carioca. O treinador tem vasta experiência internacional e se destacou, inicialmente, nas divisões de base da seleção portuguesa. Dirigindo a equipe, ele sagrou-se bicampeão mundial sub20, em 1989 e em 1991.
Na segunda ocasião, os lusos derrotaram o Brasil na decisão. Os portugueses, que tinham Figo e Rui Costa, bateram a equipe verde-amarela, que contava com o lateral Roberto Carlos, os meias Ramon, Sergio Manoel e Djair, e os atacantes Paulo Nunes e Élber. O treinador também conquistou o Campeonato Europeu sub17 com a seleção portuguesa em 1989.
No profissional, ele ganhou poucos títulos como treinador principal. Foi campeão da Supertaça Portuguesa e da Taça de Portugal pelo Sporting, de Lisboa, em 95. Pelo Real Madrid, levou a Supertaça Espanhola de 2004. Ele também trabalhou como auxiliar de Alex Ferguson no Manchester United nos anos de 2002 e 2003.
Seu último trabalho foi pela seleção principal de Portugal. Na Copa do Mundo da África do Sul, de 2010, a equipe caiu no grupo do Brasil e se classificou em segundo lugar. Mas foi eliminada nas oitavas de final pela Espanha, que viria a ser campeã. Em setembro do mesmo ano, ele foi demitido após fraca campanha no início das eliminatórias da Eurocopa.
O treinador também se viu envolvido em uma grande polêmica em seu país no ano passado. Por ter impedido que agentes da Autoridade Antidoping de Portugal fizessem teste surpresa com alguns jogadores da seleção, ele foi suspenso por seis meses pela própria entidade. Ele recorreu ao Tribunal Arbitral do Esporte e ainda trava uma batalha para limpar seu nome.
Em novembro de 2010, ele foi suspenso por três meses  e multado em 1,25 mil euros pela Federação Portuguesa de Futebol. Ele foi punido por ter acusado, em entrevista a um jornal português, o vice-presidente da Federação de ter tramado sua demissão do comando da seleção lusa.
Quando esteve no Brasil em setembro de 2010, Carlos Queiroz, na ocasião recém-demitido da seleção de Portugal e de férias, foi ao Engenhão assistir à partida entre Flamengo e Palmeiras, do amigo Luiz Felipe Scolari. E não escondeu sua predileção em terras verde-amarelas.
- Sou flamenguista. Vim descansar e ver futebol. Tenho essa oportunidade e hoje vou aproveitar para xingar e criticar os treinadores também (risos) - afirmou ao diário "Lance".

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