quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

No lançamento de biografia, Havelange destaca orgulho do Brasil

Presidente de honra da Fifa espera assistir à Copa de 2014 e às Olímpiadas de 2016, e lembra importância dos eventos para o país

Por Gustavo Rotstein Rio de Janeiro
Livro João Havelange (Foto: Gustavo Rotstein / Globoesporte.com)João Havelange com a sua biografia (Foto: Gustavo
Rotstein / Globoesporte.com)
Filho de belgas e presidente de honra da mais internacional das entidades esportivas, a Fifa, João Havelange é, antes de tudo, um brasileiro. E foi o desejo de mostrar o seu país ao mundo que o guiou na longa trajetória contada em biografia lançada nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro. Ao falar sobre a publicação “João Havelange – o dirigente esportivo do século XX”, organizada por José Mario Pereira e Silvia Marta Vieira, ele afirmou ter como maior orgulho o fato de ter conseguido mostrar ao mundo o Brasil e todas as suas particularidades.
Perto de completar 95 anos, João Havelange foi atleta olímpico de natação e pólo aquático e presidiu a Confederação Brasileira de Desportos de 1956 a 74. A partir de então, ocupou o comando da Fifa, ficando no cargo até 1998, quando tornou-se presidente de honra. Em todas essas funções ele garantiu ter buscado elevar o Brasil a uma categoria além da de um país produtor de craques de futebol.
- No meu país há todas as raças. Sempre procurei levar a parte cultural e nossa maneira de agir. Foi com esse espírito que procurei chegar à Fifa e mostrar uma nação que merece ser respeitada.
E mesmo depois de se afastar do comando de entidades esportivas, João Havelange disse ter tentado, a seu modo, valorizar o Brasil. Segundo ele, sua única solicitação ao seu sucessor na  Fifa, Joseph Blatter, em relação à Copa de 2014 teve como intuito valorizar aspectos turísticos do país que devem ser apreciados pelos visitantes esperados para o Mundial de futebol.
- Precisamos apresentar nosso país de forma valorosa para conquistarmos benesses como a França, que depois da Copa de 98 passou a receber 70 milhões de visitantes por ano, quando anteriormente recebia 60 milhões. O único pedido que fiz ao Blatter foi que incluísse Manaus e Cuiabá como sedes - disse ele, lembrando a importância da Amazônia e do Pantanal.
Livro João Havelange (Foto: Gustavo Rotstein / Globoesporte.com)João Havelange autografa sua biografia no Rio de Janeiro (Foto: Gustavo Rotstein / Globoesporte.com)
A experiência de organizar seis Copas do Mundo fez João Havelange também alertar para a necessidade da melhoria em um setor específico de infraestrutura, principalmente quando se trata de um país das dimensões do Brasil.
- O principal numa Copa são os aeroportos. Na Alemanha, por exemplo, você cruza o país de trem, carro ou avião. Aqui, se você quiser ir de carro de Porto Alegre a Manaus, não chega. Precisamos nos preparar, mas não apenas fazer críticas - destacou.
João Havelange recebeu amigos e admiradores, como Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Alberto Parreira, ex-técnico da Seleção Brasileira, e Patrícia Amorim, presidente do Flamengo, além dos ex-jogadores de vôlei Bernard, Jaqueline e Isabel e do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Todos o citaram como um exemplo:
- Se eu fizer 10% do que ele fez, estarei realizada - disse Patrícia.
Por fim, João Havelange mostrou-se emocionado por ver sua trajetória publicada em livro e foi rápido ao dizer como gostaria de completá-la.
- Espero estar presente em 2014 e 2016 para assistir à Copa do Mundo e aos Jogos Olímpicos no meu país.

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