sexta-feira, 20 de maio de 2011

Com obras para a Copa, Brasileirão abre espaço para palcos alternativos

Mauro Fernandes, do América-MG, e Renato, do Fla, lamentam Mineirão e Maracanã fechados. Já Bahia e Ceará se acostumam com outros estádios

Por Mariana Kneipp e Tarcisio Neto Rio de Janeiro e Belo Horizonte
Maracanã, Mineirão, Fonte Nova, Castelão. Nomes que remetem a histórias inesquecíveis de tantos Brasileirões estarão fora da edição 2011 devido às obras para a Copa do Mundo de 2014. Sem “casa”, times como Cruzeiro, Atlético-MG, América-MG, Flamengo, Fluminense, Ceará e Bahia tiveram de escolher novos palcos para seus jogos. Foi então que entraram em cena Arena do Jacaré (MG), Pituaçu (BA) e Presidente Vargas (CE), além da ampliação da agenda no Engenhão (RJ). Mudança incômoda para alguns, indiferente para outros.
estádios Arena do Jacaré, Pituaçu e Presidente Vargas (Foto: Montagem sobre foto de Divulgação)Novos estádios serão usados durante o Brasileirão (Foto: Montagem sobre foto de Divulgação)
No Rio de Janeiro, o Maracanã  fechou em setembro de 2010, na 19ª rodada. É a primeira vez que um Brasileiro começa sem o estádio. Para o rubro-negro Renato Abreu, a torcida ainda não se acostumou a ir ao Engenhão,  a 9km do antigo palco do futebol carioca.
- Por muitos anos, o Maracanã foi a casa do Flamengo. A torcida ainda não se acostumou com o Engenhão. O Maracanã é uma lenda, onde todos os jogadores sonham jogar. Nenhum torcedor ou jogador se sente mais à vontade no Maracanã do que os do Flamengo. O time também sente isso, a falta de uma casa fixa, mas temos o campo do Macaé e Volta Redonda, onde a torcida comparece – lembrou o volante, citando também o Raulino de Oliveira, que fica a 124km da capital.
Estádio Capacidade Dimensões
Morumbi (SP) 72.809 pessoas 108,25m x 72,7m
Serra Dourada (GO) 50.049 pessoas 118m x 80m
Engenhão (RJ) 45.217 pessoas 105m x 68m
Olímpico (RS) 45.000 pessoas 105m x 68m
Beira-Rio (RS) 44.000 pessoas 108m x 72m
Pacaembu (SP) 40.199 pessoas 104m x 68m
Couto Pereira (PR) 37.182 pessoas 109m x 72m
Teixeirão (SP) 36.426 pessoas 110m x 75m
Pituaçu (BA) 32.157 pessoas 105m x 68m
Fonte Luminosa (SP) 25.000 pessoas 110m x 75m
Arena da Baixada (PR) 24.000 pessoas 105m x 68m
São Januário (RJ) 24.000 pessoas 105m x 75m
Presidente Vargas (CE) 20.600 pessoas 105m x 68m
Arena do Jacaré (MG) 20.000 pessoas 110m x 74m
Canindé (SP) 19.717 pessoas 103,4m x 70,5m
Orlando Scarpelli (SC) 19.508 pessoas 105m x 70m
Ressacada (SC) 17.800 pessoas 105m x 70m
Moacyrzão (RJ) 16.000 pessoas 105m x 68m
Vila Belmiro (SP) 15.800 pessoas 105,8m x 70,3m
Melão (MG) 13.000 pessoas 110m x 75m
Para a estreia contra o Avaí, o Flamengo terá de jogar em um desses campos alternativos. A partida será no Moacyrzão, estádio em Macaé, a 192km da capital, já que o Engenhão estará reservado para o show do cantor Paul McCartney.
Mas não é só o ex-Beatle que vai tirar os times do Rio do gramado de Engenho de Dentro. De 16 a 24 de julho, o estádio sediará os Jogos Militares. Com isso, os duelos Botafogo x Corinthians, Flamengo x Ceará e Fluminense x Palmeiras seguem sem locais definidos na tabela oficial da CBF, aguardando soluções dos clubes.
No sudeste, mineiros também sofrem. Mesmo sendo natural de Sete Lagoas (MG), o técnico do América-MG, Mauro Fernandes, não considera positivo jogar na Arena do Jacaré, estádio da cidade que fica a 65km de Belo Horizonte. Segundo o treinador, apesar de ainda ser uma arena em Minas Gerais, o Coelho perde até mesmo chances de vitórias com a saída do Mineirão, fechado em junho de 2010.
- Eu acho que o futebol mineiro, do ano passado para cá, principalmente no Nacional, perdeu 50% da possibilidade de conquistar boas colocações e títulos. Todos os outros clubes do futebol brasileiro têm sua casa própria. O futebol mineiro não tem, nós temos que nos deslocar. Nós conseguimos ter Sete Lagoas, mas ela é alugada, não é a nossa casa, onde podemos chegar e entrar pela porta da cozinha, entrar no quarto. Não é o ideal – afirmou Fernandes, que também comandará o América no Melão, em Varginha, a 313km da capital mineira.
Fechado mais recentemente, em março de 2011, o Castelão também levará o Ceará a outra casa. Porém, um lar que já guarda boas lembranças. No primeiro jogo da reabertura do Presidente Vargas, que esteve em obras em 2010, o Vozão se sagrou campeão cearense, no início de maio.
No Sul, o Beira-Rio já está com a reforma em andamento desde setembro de 2010. No entanto, os trabalhos não impedirão que haja jogos no estádio gaúcho. Já a situação da Arena da Baixada segue indefinida com impasses de orçamento e cronogramas entre o Atlético-PR e o governo do estado.
Times paulistas terão 'casas pontuais' para cumprir suspensões
Guia de estádios do Brasileirão  benedito teixeira (Foto: Divulgação)Teixeirão será o palco de estreia do Palmeiras no
Brasileirão, neste domingo (Foto: Divulgação)
Longe da Série A há sete anos, o Bahia, por outro lado, já não se preocupa em jogar fora da Fonte Nova. O estádio, interditado em 2007 e implodido em agosto de 2010, será substituído por Pituaçu como casa do Tricolor. Para o lateral Ávine, não existe problema, já que a arena também fica em Salvador.
- Acho que não atrapalha. Na série B nós fizemos uma excelente campanha lá. Então, Pituaçu é a nossa casa. Temos todas as condições de repetir o bom ano. Até porque nós já conhecemos o estádio bem. Agora é dar sequência ao trabalho e conseguir nossos objetivos dentro de Pituaçu também – afirmou o lateral.
Já em São Paulo, as soluções alternativas de estádio são pontuais. Para cumprirem a perda de campo de um jogo devido à confusão no clássico entre os dois times em outubro de 2010, o Palmeiras estreia contra Botafogo no Teixeirão, em São José do Rio Preto, e o Corinthians enfrentará o Coritiba na Fonte Luminosa, em Araraquara, pela segunda rodada do Brasileirão. As arenas ficam a 454km e 288km da capital paulista, respectivamente.
Para Kleber, a estreia no interior não vai afastar a torcida alviverde. Segundo o atacante, a equipe sabe jogar em qualquer estádio e não vai se deixar influenciar por estar fora de casa.
- Não vai ter problema algum, a torcida palmeirense comparece em todos os estádios e já estamos acostumados a jogar fora da nossa casa. Acho que não vamos sentir tanta diferença, já jogamos no Canindé, em Barueri, e fomos bem. No interior não deve ser diferente, lá é um estádio bom de jogar – garantiu, lembrando também do Canindé, que pode ser usado para a partida contra o Atlético-PR na terceira rodada para poupar o Pacaembu, que receberá o amistoso para despedida do Ronaldo, entre Brasil e Romênia, três dias depois, em 7 de junho.
* Colaboraram Diego Ribeiro e Janir Junior

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