domingo, 19 de junho de 2011

Com arrancada no final, marroquina vence Maratona de SP e bate recorde

Samira Raif baixa em seis segundos a marca da brasileira Maria Zeferina Baldaia, de 2002. Entre os homens, o queniano David Kemboi é o vencedor

Por Lucas Loos São Paulo
Com uma arrancada espetacular no último quilômetro de prova, Samira Raif, do Marrocos, venceu a 17ª edição da Maratona de São Paulo, neste domingo. A atleta completou os 42 km com o tempo de 2h36m01s e baixou o recorde da prova, que pertencia a Maria Zeferina Baldaia, de 2002, em seis segundos. A queniana Rumokol Chepkanan foi a segunda a cruzar a linha de chegada, com o tempo de 02h36m46s. Nancy Kipron, também do Quênia, terminou em terceiro (02h36m46s). Sueli Pereira da Silva garantiu o quarto lugar para o Brasil, com 02h39m10s. Magdaline Jepkorir, outra queniana, foi a quinta colocada (02h40m22s). (Confira os melhores momentos da prova no vídeo ao lado)
Após a prova, Samira comemorou a vitória em São Paulo e lembrou do momento decisivo:
- Estava bem no final e vi a queniana diminuir o ritmo. Então, aproveitei a chance para passá-la e, de quebra, bater o recorde - disse Samira.
samira raif maratona são paulo (Foto: Mister Shadow / Agência Estado)Marroquina Samira Raif vence a 17ª edição da Maratona de São Paulo (Foto: Mister Shadow / Agência Estado)
Pela primeira vez no Brasil, Samira quebrou o recorde da prova paulista em sua terceira participação em maratonas. Antes, ela só havia participado de disputas de 42 km em dois locais: em Hong Kong e no Canadá.
- O trajeto não foi fácil. Mas me impressionei com a receptividade da torcida brasileira, que me apoiou muito - acrescentou a marroquina.
Entre os homens, David Kemboi terminou em primeiro, com o tempo de 02h11m53s e chegou a 34 segundos do recorde de Vanderlei Cordeiro, obtido em 2002. O etíope Haylu Abebe (02h13m12s) e o tanzaniano Musenduki Mohamed (02h18s43s) vieram em seguida. Os brasileiros Laelson da Silva (02h20m15s) e Jair José (02h21m06s) ficaram com o quarto e quinto lugares, respectivamente. O Quênia agora soma nove vitórias contra sete do Brasil. O Marrocos tem um título.
samira raif maratona são paulo (Foto: Mister Shadow / Agência Estado)Após cruzar a linha de chegada, Samira é atendida
pelos médicos (Mister Shadow / Agência Estado)
Em domingo de sol, com 19º C de temperatura, a elite feminina largou às 7h50m, na Ponte Estaiada, cartão postal da cidade, 35 minutos antes do início da corrida masculina. As quenianas lideraram desde o começo, com Rumokol Chepkanan, estreante em maratonas, à frente das compatriotas Magdeleine Chemjor e Nancy Kipron e também da marroquina Samira Raif. O pelotão das atletas brasileiras não conseguiu acompanhar o ritmo das africanas.
Após metade da prova (21 km), Rumokol deu uma fuga e abriu boa distância para Magdeleine, que ficou para trás. A queniana liderou até o 41º quilômetro, mas sentiu o cansaço e diminuiu o ritmo.
Com um sprint apurado, Samira mostrou garra e ultrapassou Rumokol. A marroquina chegou a se confundir com o caminho da prova, mas arrancou firme para vencer a corrida, com direito a recorde e aplausos da torcida brasileira. Assim que cruzou a linha de chegada, Samira ergueu os braços e foi ao chão, exausta. Mas foi apenas um susto. Ela foi atendida pelos médicos, se recuperou rápido e subiu ao pódio para receber a medalha de ouro.
Quênia vence mais uma
O queniano James Kwambai, coelho da prova (atleta com a função de forçar o ritmo), puxou o pelotão de elite, acompanhado dos compatriotas David Kemboi e Patrick Ivuti. Damião Ancelmo de Souza foi o único brasileiro que conseguiu correr ao lado dos africanos até a metade do percurso (21 km).
O atual campeão da Maratona de São Paulo, Stanley Biwott, e o tricampeão da São Silvestre, Robert Cheruiyot, favoritos para a prova, também corriam no grupo da frente. No km 22, porém, uma surpresa. Com dores na perna direita, Cheruiyot abandonou a prova, mancando, com pouco mais de uma hora de corrida.
Com 25km, Damião sentiu o desgaste, ficou para trás e chegou até a caminhar. Kwambai e Ivuti, coelhos da prova, decidiram parar no km 30 e Kemboi passou a liderar a corrida, 200m à frente do etíope Haylu Abebe, que herdou a segunda posição. Na parte final da prova, Kemboi chegou a sentir dores abdominais, mas manteve o ritmo e completou a corrida na frente.

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