domingo, 19 de junho de 2011

Em bela tarde do contestado Luan, Verdão goleia Avaí e vira vice-líder

Em seu melhor jogo pelo Palmeiras, atacante marca duas vezes e tem nome gritado nos 5 a 0. Na estreia de Gallo, Leão segue na lanterninha

Por Diego Ribeiro São Paulo
Interessante o mundo do futebol, capaz de transformar vilões em heróis, jogadores medianos em craques, tudo em questão de minutos. Neste domingo, contra o Avaí, no Canindé, o esforçado atacante Luan completava 50 jogos com a camisa do Palmeiras quase sem ser notado, criticado pela torcida e torcendo por uma renovação de contrato que é difícil de ocorrer. Pois o patinho feio teve seu dia de craque e foi o dono da festa na vitória por 5 a 0 sobre os catarinenses, resultado que coloca o Verdão na vice-liderança do Campeonato Brasileiro. Com quatro gols, o camisa 21 é o artilheiro isolado da competição. Com dez, o Palmeiras tem o melhor ataque até agora.
Os dois gols e assistência deste domingo fizeram Luan ouvir o que tanto procurou nos seus 49 jogos anteriores: o nome gritado pelos mais de 10 mil torcedores. Muito por conta dele, o Palmeiras chega a 11 pontos na competição e cumpre a meta proposta por Felipão para as cinco primeiras rodadas: três vitórias e dois empates. O time ainda manteve a invencibilidade no Canindé: em seis jogos na temporada, seis vitórias, 15 gols marcados e nenhum sofrido.
Do outro lado, um confuso e pobre Avaí não chega a ser sombra da perigosa equipe que chegou às semifinais da Copa do Brasil, e eliminou favoritos da qualidade do São Paulo. Estreante do dia, o técnico Alexandre Gallo terá muito trabalho para tirar a equipe da rabeira: com apenas um pontinho, o Leão segue na lanterna do Brasileirão.
Na próxima rodada, o Palmeiras viaja a Fortaleza para pegar o Ceará, domingo, às 16h, no Presidente Vargas. Na mesma data e horário, o Avaí recebe o Fluminense na Ressacada.
Verdão Sorrisão
O técnico Luiz Felipe Scolari atendeu a alguns dos desejos mais latentes na torcida alviverde: lançou Lincoln e Wellington Paulista entre os titulares, nas vagas de Patrik e Adriano. Kleber, com proposta do Flamengo, atuou normalmente. Wellington, que andava insatisfeito com a reserva, acabou escalado aberto pelo lado direito – fora de sua posição original. Ele voltou a todo momento para ajudar na marcação do lateral adversário.
No início, o Avaí até conseguiu controlar o meio-campo, trocando passes e tentando confundir a defesa palmeirense. Mas o sistema desmoronou quando o Verdão resolveu jogar e fez o primeiro gol: na jogada de sempre, a bola parada, Marcos Assunção viu a bola chegar até o segundo pau e desviar em George Lucas antes de entrar. Lincoln, que estava na jogada, acabou creditado erroneamente com o gol.
A partir daí, a confiança fez toda a diferença a favor do Palmeiras. Pela direita, Cicinho jogou muito e não tomou conhecimento da marcação. Pela esquerda, Luan acertava dribles, passes, jogadas difíceis... Na trama entre os dois saiu o segundo gol. Sozinho, o atacante finalizou na pequena área e comemorou dançando o funk do João Sorrisão, personagem do programa Esporte Espetacular.
Luan jogava tão bem que virou bola de segurança do Palmeiras. Na hora do aperto, o camisa 21 buscou o jogo, pediu o passe. E quando recebeu, partiu para cima sem se envergonhar, assim como não se envergonhava de acompanhar o lateral adversário até a linha de fundo, marcando muito. Numa de suas escapadas, fez mais um golaço, o terceiro do Verdão. Logo depois, deu a assistência para Kleber colocar a bola no ângulo esquerdo de Aleks - 4 a 0, sem muito trabalho. Em atitude inédita, a torcida gritou muito o nome de Luan, o nome do jogo.
luan -wellington paulista palmeiras x avaí (Foto: Agência Estado)Luan comemora um de seus gols com Wellington Paulista (Foto: Agência Estado)

‘Santo’ quase faz história
Com a goleada encaminhada, o Palmeiras deu uma relaxada natural e não se arriscou tanto no ataque. E a essa altura, pra que se arriscar? O time apenas tocou bola, embalado no ritmo da torcida, que fez festa a cada boa jogada. Sem reação, o Avaí tentou mudar o panorama com Estrada e Fábio Santos, que entraram no intervalo. Nenhum deles foi capaz de melhorar o poder ofensivo do Leão.
E foi assim, administrando, que o Palmeiras levou os 45 minutos finais: cadenciado, o Verdão assustava em alguns contra-ataques. 4 a 0 já era um placar pra lá de excelente... Até que Lincoln sofreu pênalti de Acleisson, aos 26 minutos.
Aí, o ídolo máximo da torcida alviverde foi lembrado. Com poucas intervenções no jogo, o goleiro Marcos viu seu nome gritado a plenos pulmões para que ele cobrasse o pênalti. Aos 38 anos, ele se queixa de nunca ter feito um gol na carreira e sempre manifestou o desejo de sentir essa emoção pelo menos uma vez antes de pendurar as luvas, no fim do ano.
O capitão Kleber não teve dúvidas: gesticulando muito, chamou Marcos para a cobrança. Sem jeito, o camisa 12 respondia com um “não, não”. Os zagueiros chegaram nele, tentaram empurrá-lo. Quando o goleiro deu alguns passos à frente, a massa foi à loucura, antevendo um momento único na história do Palmeiras. No entanto, foi alarme falso: com a negativa do “Santo”, Kleber pegou a bola e fez o quinto gol, fechando o melhor jogo do Palmeiras na temporada.
palmeiras 5 x 0 avaí
Marcos, Cicinho, Leandro Amaro, Thiago Heleno e Rivaldo; Márcio Araújo, Marcos Assunção, Lincoln (Patrik) e Luan; Kleber (Dinei) e Wellington Paulista (Chico). Aleks, George Lucas (Estrada), Cássio, Bruno e Julinho (Romano); Acleisson, Marcinho Guerreiro, Marquinhos Gabriel e Robinho (Fábio Santos); Pedro Ken e William.
Técnico: Luiz Felipe Scolari Técnico: Alexandre Gallo
Gols: George Lucas (contra), aos 18, Luan, aos 21 e aos 40, Kleber, aos 42 do primeiro tempo e aos 26 do segundo tempo.
Cartões amarelos: Wellington Paulista, Luan (PAL); Julinho, Bruno, Marcinho Guerreiro, Acleisson (AVA)
Estádio: Canindé, em São Paulo (SP). Data: 19/6/2011. Árbitro: Fabrício Neves Correa (RS). Auxiliares: Altemir Haussmann (Fifa-RS) e Marcelo Barison (RS). Público: 12.138 pagantes. Renda: R$ 319.419,00.

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