quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Meu Jogo Inesquecível: ex-pé-frio Teco Padaratz na onda do Figueirense

Vascaíno quando criança, surfista celebra boa fase do atual time ao lado da família da esposa, fundadora do clube, e lembra 6 a 1 no Verdão em 2006

Por Mariana Kneipp Rio de Janeiro
Previsão do dia para Teco Padaratz: maré virada, ondas alucinantes, com direito a aéreo alvinegro no Engenhão, em cima do Flamengo. A linguagem do surfe invadiu o futebol desde que o Figueirense chegou à crista da tabela, saiu do tubo em pé e apareceu no G-4. Felicidade para o surfista e torcedor do time, que, mesmo vascaíno quando criança, teve de virar a casaca para agradar ao avô da esposa, Nivaldo Machado, um dos fundadores e dono da carteirinha de número 002 do clube.
Teco Padaratz com a camisa do Figueirense (Foto: Divulgação / Site Oficial)Teco Padaratz recebe a camisa especial do Figueira do diretor Renan Dal Zotto (Foto: Divulgação / Site Oficial)
- Foi por livre e espontânea pressão que eu virei torcedor do Figueirense. Quando conheci a minha esposa, fui na casa do avô dela. Um primo perguntou qual era o meu time. Disse que era Vasco. Então, ele falou que, se não torcesse para o Figueira, nem entrava naquela casa, quanto menos para a família (risos). Hoje, me identifico muito com o clube, é incrível. Sou torcedor fanático, de ir a estádio sempre que dá. Ainda mais agora, que o time está na crista da onda – divertiu-se o surfista, que lamenta seu Nivaldo não ter visto a boa fase do clube por já ter falecido.
Aos 40 anos, Teco é um dos maiores ídolos do surfe brasileiro. Bicampeão do WQS, o catarinense hoje atua como empresário, tendo os direitos da etapa do circuito mundial disputada no Rio de Janeiro. A nova função é desempenhada ao lado do sócio Xandi Fontes, também companheiro de torcida do Figueira. Foi com ele, inclusive, que o surfista assistiu ao jogo inesquecível do Figueira, quando, em 2006, o Alvinegro venceu o Palmeiras por 6 a 1 pelo Brasileiro, no Orlando Scarpelli.
- Eu tinha ido nos dois últimos jogos com o Xandi e já estava achando que era pé-frio, porque perdemos os dois. Aí, chegamos no estádio com aquele medo. Torcedores que nos conheciam já vieram falar que era para a gente ir embora, que ia dar azar e tudo o mais. Mesmo assim, ficamos. Quando vimos os três primeiros gols em 12 minutos, nem acreditamos. Foi incrível – lembrou.
É complicado ver que o Avaí tem um representante de peso, como  o Guga, e o Figueira não tem ninguém. Logo me prontifiquei a fazer esse papel"
Teco Padaratz
Mas a goleada do Figueira sobre o Verdão não parou por aí. Pena que o segundo tempo começou no “escuro” para Teco. A sorte apareceu depois.
- Quando teve o quarto gol, subiu aquela bandeira grande e não vimos nada. O mais engraçado foi que, um minuto depois, assim que ela desceu, o Soares fez exatamente o mesmo gol, com a triangulação do mesmo lado. Parecia replay. Melhor ainda foi gritar para quem quisesse ouvir que pé-frio é o..., você sabe (risos). Ali marquei meu nome na torcida. Um grande desabafo – lembrou.
A vitória do Figueira no Scarpelli realmente foi avassaladora. Logo com seis minutos de jogo, Schwenck abriu o placar, de cabeça. Fininho ampliou, e Carlos Alberto marcou o terceiro com menos de 12 minutos no cronômetro. Washington diminuiu para o Palmeiras. Mas, no segundo tempo, vieram os gols de Soares, que tanto empolgaram Teco. Pelo mesmo lado esquerdo, dois chutes rasteiros cruzados, dois gols em dois minutos. E Schwenck fechou a goleada para desespero do técnico alviverde, Leão, que ainda estava usando uma tipoia devido a uma lesão no braço.
Confira mais informações sobre Figueirense 6 x 1 Palmeiras no Futpédia
Paixão de torcedor que passa para a filha
Surfe Teco Padaratz Mundial do Rio (Foto: Gabriele Lomba / Globoesporte.com)Teco passou paixão pelo Figueira para a filha
(Foto: Gabriele Lomba / Globoesporte.com)
A partida já aconteceu há mais de cinco anos, mas não sai da memória de Teco. Nem da esposa, que ainda convive com a fama de pé-frio do marido.
- No último jogo, contra o Atlético-MG, encontramos com o Renan (Dal Zotto, diretor de esportes e marketing do clube) e o Chico (Lins, gerente de futebol). Eles começaram a brincar dizendo para a gente ir embora, que não ia dar certo. Minha mulher, então, abaixou e mostrou que estava de bota (risos). Ela adora futebol, tanto quanto eu. Minha filha também. Com 11 anos, já tenho que segurar, senão, quando vejo, lá está a Laura na grade, brigando com o juiz. Ela não se aguenta – contou o surfista.
Herói da pequena Laura e de Júlia, a caçula, Teco não esquece um de seus ídolos no futebol. Por coincidência, ele passou pelos dois clubes pelos quais torce. Ao ver Edmundo com a camisa do Figueira em 2005, o surfista teve seu dia de admirador e, até mesmo, de observador para “copiar” depois.
- Sou muito fã dele, desde a época do Vasco, claro. Cheguei a conhecê-lo, apertei a mão. Foi muito bacana. Eu também jogo futebol e sou muito raçudo. Acho até que pareço com ele em campo (risos) – divertiu-se Teco, que hoje admira a calma e confiança que Fernandes passa para a equipe.
Torcedor-mascote inspirado em Guga
Teco Padaratz com a camisa do Figueirense (Foto: Divulgação / Site Oficial)Teco participa da comemoração pelos 90 anos do
clube (Foto: Divulgação / Site Oficial)
Teco não é o torcedor que fica apenas na arquibancada. Ele gosta de vestir a camisa mesmo e participar das atividades do clube. E tem até um incentivador para isso.
- É complicado ver que o Avaí tem um representante de peso divulgando o clube por todo o país, como o Guga faz, e o Figueira não tem ninguém. Quando percebi isso, logo me prontifiquei a fazer esse papel. A diretoria me acolheu, me fez até como uma espécie de mascote do time. Vou a eventos, faço campanhas. Até me ofereceram uma carteirinha de sócio, mas eu prefiro pagar. O clube pode sempre contar comigo – afirmou.
O surfista não estará presente no jogo desta quinta-feira contra o Flamengo, mas não desgrudará os olhos da televisão ao lado de toda a família. Confiante e ainda nutrindo o sentimento de rivalidade adquirido da época de maior paixão pelo Vasco, Teco aposta em vitória do Figueira e vai além: quer o título.
- Como vascaíno e torcedor do Figueirense, hoje eu torço ainda mais contra o Flamengo. Vai dar para a gente, com certeza. E, se você for analisar a tabela, temos grandes chances de sonhar bem alto. Comecei a acreditar do meio do campeonato para cá. O Jorginho arrumou o time, pregou o espírito de união. Todos estão se empenhando, com a faca nos dentes. Estamos motivados. Vai ficar difícil para quem vier pela frente. Eu confio muito – concluiu.
FIGUEIRENSE 6 X 1 PALMEIRAS
Andrey; Edson Henrique. Flávio e Vinicius Fininho (Vinicius); Henrique, Carlos Alberto, Cícero (Luciano Sorriso), Marquinhos Paraná e Rodrigo Souto; Schwenk e Soares. Sérgio, Gamarra, Douglas (Thiago Gomes) e Leonardo Silva; Marcinho, Michael, Paulo Baier, Marcinho Guerreiro (Roger) e Correa; Edmundo (Cristian) e Washington.
Técnico: Adílson Batista Técnico: Leão
Gols: no primeiro tempo, Vinicius Fininho, aos 6, Schwenck, aos 11, Carlos Alberto, aos 12, e Washington, aos 19 minutos.  No segundo tempo, Soares, aos 2 e 3, e Schwenck, aos 34 minutos.
Cartões amarelos: Flávio, Vinicius Fininho e Soares pelo Figueirense. Douglas, Paulo Baier, Marcinho Guerreiro e Washington pelo Palmeiras.
Local: Orlando Scarpelli (SC). Competição: Campeonato Brasileiro. Data: 22 de abril de 2006. Arbitragem: Vinicius Costa (RS)


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