sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Federações esperam Teixeira e discordam sobre Assembleia Geral

Reunião marcada para o dia 29 no Rio de Janeiro divide as federações de futebol - que aguardam confirmação da permanência de Ricardo Teixeira

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
vagner abraão ricardo teixeira restaurante  (Foto: Márcio Iannacca / Globoesporte.com)Teixeira (esq.) e Del Nero (gravata azul) após
encontro na quinta (Foto: Márcio Iannacca)
Em comunicado no site oficial da CBF, o presidente da entidade, Ricardo Teixeira, disse que volta a trabalhar normalmente depois do carnaval. Depois de uma semana em que sua renúncia foi considerada iminente, Teixeira viajou para os Estados Unidos e deixou as federações estaduais em estado de espera. Algumas dão como certa que no próximo dia 29 haverá uma Assembleia Geral que pode decidir novos rumos para a entidade. Outras dizem que não houve convocação para assembleia alguma.
A Assembleia Geral é o poder máximo da CBF. Em 2006 foi numa reunião dela que foi aprovada a extensão de mandato até 2014 de toda a "presidência" (composta pelo presidente, cinco vice-presidentes e conselho fiscal) - não apenas de Teixeira. O estatuto da CBF prevê que, em caso de vacância do cargo de presidente, quem assume é o vice mais idoso - José Maria Marin, que tem 79 anos. Caso Teixeira peça licença (ele tem direito a três anuais - de dois meses cada) - pode apontar qualquer um dos cinco vices para comandar a entidade.
Segundo Miguel Oliveira Jr, presidente interino (e interventor) da Federação Brasiliense de Futebol, há uma assembleia convocada:
- Assembleia tem. A convocação partiu da Federação do Rio de Janeiro e Brasília apoia. Ainda não chegou a pauta, mas isso aconteceu no início da semana. Essa situação da renúncia está sendo muito veiculada. A veracidade não sei, mas existe uma grande possibilidade. A situação do Ricardo Teixeira me parece um pouco delicada.
O presidente da Federação Pernambucana, Evandro Carvalho, negou que haja a assembleia:
- A CBF não marcou nenhuma Assembleia Geral. Até onde eu sei, essa ideia de fazer uma assembleia partiu de algumas federações quando surgiu a hipótese de Ricardo Teixeira renunciar. Eu me neguei a assinar e soube que as federações do Nordeste que tinham assinado o pedido de moção também já retiraram sua assinatura. Se ele (Teixeira) não renunciou não tem porque haver assembleia. Não aceito essa conduta deselegante.
Francisco Novelleto, presidente da Federação Gaúcha, disse que há assembleia - mas que tudo pode mudar dependendo da posição de Teixeira:
- Há assembleia marcada para o dia 29 no Rio de Janeiro. A questão pode tomar dois rumos. Se ele não renunciar, queremos saber o porquê da onda que tomou conta do Brasil, se procede ou não essa boataria, essas denúncias. Não temos informação e não temos nada contra ele. Se ele renunciar, o Marin teoricamente seria o substituto. Mas há um detalhe. O mandato do Teixeira terminaria em 31 de dezembro de 2011. Ele só foi prorrogado por uma exigência da Fifa, que queria o mesmo presidente na eleição do Brasil para sede da Copa (2007, 2008) até o Mundial. Na época, acatamos isso, resolvemos por unanimidade estender seu mandato de quatro para oito anos. Na verdade, em 2012 teria que haver uma nova eleição. Ou seja: se o Teixeira sair, muda tudo, pois foi para ele, e não para outro, que abrimos a exceção. Até porque a Copa já está mais do que definida no Brasil. Aí, poderíamos fazer uma nova eleição.
Nos bastidores, Teixeira conversou com alguns presidentes de federação com o objetivo de desmobilizar a Assembleia Geral e evitar uma ebulição eleitoral em período delicado. O almoço na quinta-feira com o presidente da Federação Paulista, Marco Polo del Nero, e com seu eventual sucessor, José Maria Marin, também demonstra outro ponto desta costura. Del Nero e Marin sabem que uma renúncia antes da data marcada para a assembleia poderia abrir campo para um movimento de mudança.  O brasiliense Oliveira confirmou que Teixeira conversou com ele para desarticular a assembleia:
- Ele consultou, a abordagem talvez tenha sido sobre a assembleia convocada. Foi uma questão de desarticulação da assembleia. Abordagem que eu tenho certeza de que foi feita foi no sentido de abortar a assembleia. Mas me parece que isso não foi possível. 
Marco Polo Del Nero disse nada saber sobre a convocação:
- Não recebi nada da CBF. Não há nada marcado.
Para que haja nova eleição, a Assembleia Geral - composta por todas as federações e pelos 20 clubes da Série A - teria que ser convocada e decidir destituir por justa causa a "presidência" atual (composta de presidentes e cinco vice-presidentes). Uma Assembléia Geral da entidade só pode ser convocada de duas maneiras: pelo presidente ou por 1/5 das entidades afiliadas. Para ser realizada, a Assembléia precisa da presença de 2/3 das filiadas.

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