‘Maldição da camisa 11’ ataca Carlos Tenorio e atrasa projetos de marketing
Desde aposentadoria de Romário, nenhum jogador consegue ter boas atuações com seu número às costas. Fato repercute nas vendas de uniforme
Turano/ BRAZIL PHOTO PRESS/Agência Estado)
A lesão do equatoriano foi um balde de água fria não só em campo, como também no marketing. Personagem cativante, Tenório já ganhava a torcida por seu estilo de jogo de muita disposição e parecia a pessoa ideal para acabar com um vácuo de quatro anos. Desde a saída de Romário, o Vasco deixou de ter em suas lojas a camisa 11 pré-pronta para ser vendida. Hoje, o torcedor encontra os números 10, de Diego Souza, e 8, de Juninho, com facilidade. Para ter o número que o Baixinho usava, só pagando para colocar.
- A venda da camisa deu uma modernizada. Agora, na maioria das vezes, o torcedor escolhe o número e o coloca com seu nome na própria loja. A penalty (fornecedora de material esportivo) manda para o mercado a 10 e a 8 já prontas. A gente não tem histórico recente de camisa 11. Esperávamos retomar isso com o Tenorio, mas vamos ter que aguardar um pouco mais – disse o diretor de marketing Marcos Blanco.
Em 2009, o Vasco refez o elenco com vários jogadores pouco conhecidos. A única cara famosa era a de Carlos Alberto, mas o meia gostava de atuar com a 19. Coube então a Rodrigo Pimpão usar a camisa 11. A escolha parecia ter sido acertada. O jogador começou bem, caiu nas graças da torcida e até ganhou uma musica que dizia que ele é melhor que Obina e Fred. Mas uma lesão no joelho esquerdo o fez parar por três semanas. Na volta, não recuperou seu bom futebol e ainda teve uma luxação no braço direito em novembro, que o tirou da reta final da Série B.
Pimpão seguiu no time no início de 2010, mas cedeu a 11 para Rafael Coelho. Artilheiro da Série B do ano anterior, o jogador chegou a São Januário bem cotado e debaixo de muitas expectativas. Depois de dois anos, finalmente alguém vestia o número de Romário e não tinha nenhuma lesão grave. Mas nem por isso os números melhoraram. Em 23 jogos, Coelho só fez três gols e deixou a Colina sem deixar saudades.
Na temporada seguinte, a camisa 11 passou para o meio. Jéferson, que retornava ao Vasco depois de uma boa campanha no Avaí, passou a ser o responsável por carregar o número. Ironicamente, o meia, que já havia sofrido cinco lesões desde 2009 quando chegou ao clube, nada sentiu durante o período em que usou a 11. Mas teve poucas chances no time e acabou emprestado no meio do ano.
Leandro Amaral está sem clube atualmente, depois de uma passagem frustrante pelo Flamengo. Rodrigo Pimpão está na Ponte Preta, Rafael Coelho no Guangzhou R&F (CHI), e Jéferson se recupera de uma grave lesão no joelho no Bahia. Nenhum deles conseguiu se firmar no Vasco depois de passar momentos difíceis na Colina. Em São Januário, entretanto, a expectativa é que o último a sofrer com essa “maldição” consiga superar tudo e dar fim a isso quando se recuperar. Carlos Tenorio, que fez apenas três jogos pelo Vasco, ficará cerca de seis meses longe dos gramados. Porém, o jogador tem todo o respaldo da comissão técnica e da diretoria cruz-maltina que ainda o vêm como uma boa contratação. Os médicos estão otimistas de que ele voltará bem depois de se recuperar da cirurgia do rompimento do tendão.
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