sábado, 6 de outubro de 2012

De Felipe para Juninho, Vasco fura retranca do Atlético-GO e embala
Em jogada construída pelos ídolos, time carioca faz 1 a 0 no fim, após jogar 66 minutos com um a mais. Dragão luta, mas está à beira do rebaixamento
 
DESTAQUES DO JOGO
  • Lance capital
    41 do 2º tempo

    O Vasco estava a ponto de desanimar. Até que Felipe tocou para Juninho, que fez o gol e saiu vibrando muito com o velho companheiro.
  • A decepção
    Gustavo

    O zagueiro Gustavo complicou ainda mais a vida do Dragão ao ser expulso por xingar o árbitro aos 24 do primeiro tempo. 
  • estatística 
    Finalizações

    Com 23 tentativas, o time carioca bateu seu recorde de chutes em uma só partida no Brasileirão, ratificando a superioridade.
A CRÔNICA
por GLOBOESPORTE.COM
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Como num passe de mágica, toda a ansiedade e o nervosismo do Vasco acumulados por 86 minutos se transformaram em alegria no Serra Dourada. A preparação para o truque, na verdade, foi de Felipe, e a execução, perfeita, de Juninho. Após tanto insistir, o time carioca furou a retranca do Atlético-GO, neste sábado, e venceu por 1 a 0 o duelo pela 28ª rodada do Brasileirão. O combalido Dragão, cada vez mais lanterna, até que suportou bem a pressão com um a menos desde a metade do primeiro tempo, quando o zagueiro Gustavo foi expulso por xingar o árbitro, mas não resistiu no fim.
O lance decisivo no Centro-Oeste é ainda mais singular pelo fato de os ídolos cruz-maltinos pouco se relacionarem fora de campo, e de Felipe ter pedido para não atuar na posição em que vinha sendo escalado, como último homem do meio-campo. Muito se fala a respeito das diferenças entre ambos. A comemoração do gol, no entanto, mostrou um abraço e um beijo fraternal, digno de quem embala para uma reta final positiva, firme na zona da Libertadores e ainda de olho no título.
A segunda vitória consecutiva coloca o Vasco com 50 pontos, cinco à frente do São Paulo e provisoriamente a dez de distância do líder Fluminense, que enfrenta o Botafogo, no Engenhão. Já o Rubro-Negro, com a terceira derrota seguida, estaciona de vez na lanterna, com 20 pontos e remotas perspectivas de fugir do rebaixamento para a Série B.
Recheado de vascaínos, o estádio recebeu 13.212 pagantes, para uma renda de R$ 411.155,00. Na próxima rodada, o Gigante da Colina encara justamente o São Paulo, quarta-feira, em São Januário, às 22h (de Brasília). Já o Atlético-GO visita o Figueirense, penúltimo colocado, no mesmo dia, só que às 19h30m.
Juninho e Felipe, Atlético-Go e Vasco (Foto: Adalberto Marques / Agência Estado)Felipe e Juninho se abraçam após o gol da vitória cruz-maltina (Foto: Adalberto Marques / Agência Estado)
Ao deixar o gramado, o zagueiro Dedé avaliou o triunfo:

- O time dos caras soube defender bem com um a menos, dificultou para a gente. Não tivemos muitas oportunidades, não fomos agressivos, mas conseguimos o gol com passe do Felipe para o Juninho - destacou o zagueiro.
Do lado rubro-negro, resignação do atacante Felipe, de volta após mais de um mês parado.
- A derrota dói, sabemos que é difícil sair dessa situação. Mas, aconteça o que acontecer, no dia 2 de dezembro temos que acabar o campeonato com dignidade – afirmou na saída de campo.
Pressão vascaína x perigo rubro-negro
O início da partida já exibia o panorama natural em Goiânia: os cariocas com mais posse de bola, e o Dragão em busca do contra-ataque, reconhecendo sua limitação diante da consequente iminência do rebaixamento. A postura das equipes também refletia na arquibancada, com a superioridade cruz-maltina. Mas a etapa inicial reservaria outras alternativas para este cenário.
Com dificuldade para penetrar na defesa goiana, o Vasco apostou nos cruzamentos como válvula de escape. Foram dez escanteios nos primeiros 45 minutos. Mas esbarraram no jogo aéreo mais eficiente do rival e no goleiro Márcio, que demonstrava segurança. Nilton, de cabeça, e Eder Luis, em chute fraco, criaram as tímidas chances, longe de empolgar.
Por outro lado, a estratégia do Atlético-GO não soava tão equivocada. Com espaço e velocidade, ganhava as disputas no campo de ataque e fazia Dedé e companhia correrem atrás, apesar de certa desorganização. Até que, com o nervosismo atrelado à posição na classificação, o zagueiro Gustavo perdeu o controle. Fez falta, reclamou com o árbitro, levou um amarelo e, não satisfeito, o chamou de "filho da p...", causando a expulsão, com apenas 24 minutos de partida.
O Vasco, então, apertou a pressão, tanto na marcação da saída de bola como nas jogadas ofensivas. Mas faltavam capricho e tabelas eficientes. O técnico Artur Neto foi obrigado a tirar o meia Alexandre Oliveira para colocar o zagueiro Diego Giaretta. Ainda assim, com o passar do tempo, as melhores chances surgiram dos pés rubro-negros. Marino errou o alvo, aos 36, Eron parou em Prass, aos 44, assim como Márcio, em cobrança de falta, aos 47, sempre em contragolpes, preocupando Marcelo Oliveira, que decidiu mexer no intervalo.
Carlos alberto e Ricardo Bueno, Atlético-Go e Vasco (Foto: Adalberto Marques / Agência Estado)Carlos Alberto, apagado em seu centésimo jogo pelo Vasco, e Ricardo Bueno disputam a bola na lateral, ainda no primeiro tempo da partida no Serra Dourada (Foto: Adalberto Marques / Agência Estado)
Cariocas se lançam, e Juninho decide
Com um novo desenho, o time da Colina voltou com Felipe como ponta esquerda, no lugar de Thiago Feltri, e com Wendel dando suporte, e Fellipe Bastos solto para ir à linha de fundo, tomando a vaga de Jonas, que pouco explorou este recurso. Ainda sonhando com o título, o intuito vascaíno era claro: não abrir mão de vencer, motivado pelas circunstâncias. Mas, mesmo com o apoio da torcida, estava difícil. A ansiedade com os erros na hora H só crescia.
Destaque na semana, a promessa Marlone substituiu Carlos Alberto e fez sua estreia entre os profissionais. Na primeira jogada, meteu a bola na pequena área, porém, como um repeteco de todo o jogo até então, não havia ninguém posicionado para concluir. Como essa, ocorreram pelo menos mais cinco, só trocando de protagonista Enquanto isso, o Dragão sonhava com o encaixe de um lançamento, que até aconteceu. No mano a mano com Renato Silva, Felipe bateu para fora, raspando a trave, e desperdiçou a única oportunidade rubro-negra na etapa final.
Pouco a pouco, o duelo esfriou, e os vascaínos trocaram a euforia pela cobrança das arquibancadas. O cansaço, no entanto, era notório, já que a temperatura passava dos 30 graus. A dura mexeu com os jogadores, e Nilton acertou o travessão aos 38, em bomba de longe. Logo depois, aos 41, a dupla de ídolos entrou em ação. Felipe foi à linha de fundo e rolou para Juninho, que bateu de primeira e correu para o abraço com o companheiro de longa data. Para deixar de lado as frequentes polêmicas sobre a relação dos dois, o Reizinho tascou até um beijo na careca do Maestro.
Daí em diante, o Vasco só tocou a bola e segurou a vitória que o sustenta no G-4 e também mantém a chance de título. Houve tempo para Alecsandro perder um gol, com a defesa de Márcio ao ficar sem ângulo, e também para mais uma expulsão: o atacante Ricardo Bueno foi punido com o cartão vermelho depois de um carrinho violento em Juninho, o rei do dia.
 

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