segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Preocupado com físico, Verdão teme que Riquelme seja 'novo Valdivia'

Em negociação com o Palmeiras, argentino jogou pouco em 2012 e tem desempenho semelhante ao do Mago. Kleina fica na defensiva

Por Diego Ribeiro e Marcelo Hazan São Paulo
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juan roman riquelme boca juniors (Foto: Agência Getty Images)Cheio de problemas com Valdivia, Verdão teme
viver o mesmo com Riquelme (Foto: Getty Images)
O meia Riquelme tem 34 anos, um histórico de lesões e não joga futebol profissionalmente há mais de seis meses. Mesmo com todas essas informações, o Palmeiras busca a contratação do jogador para as disputas da Taça Libertadores e da Série B do Campeonato Brasileiro. A possível chegada do argentino, porém, não é unanimidade dentro do clube. O temor é que o meia tenha trajetória semelhante à de Valdivia.
O COF (Conselho de Orientação e Fiscalização) do clube também é contra a contratação, mas por motivos financeiros. Falta o aval da comissão técnica para que o Verdão mantenha a carga ou desista de Riquelme. O meia não é prioridade para o técnico Gilson Kleina neste momento.
A resistência é baseada nos números da temporada passada, em que os dois tiveram trajetórias semelhantes. A comissão técnica está ciente de que Riquelme jogou menos da metade das partidas do Boca no ano – mas teve participação assídua até a final da Libertadores contra o Corinthians, em julho. No total, são 25 jogos e seis gols. Os Xeneizes jogaram 63 vezes em 2012, e 43 até a decisão da competição sul-americana. Depois disso, o craque teve seu contrato suspenso.
As lesões continuam afetando a carreira do meia. Ano passado, por exemplo, perdeu algumas partidas por causa de um problema no joelho esquerdo. Sem a mesma forma física de anos atrás, Riquelme também é considerado lento por parte da diretoria alviverde – mas não pelo presidente Arnaldo Tirone e pelo vice Roberto Frizzo, que defendem abertamente a contratação.
Os camisas 10 em 2012
Riquelme Valdivia
25 jogos 35 jogos
6 gols 3 gols
Esteve em 39,6% dos jogos do Boca (58,1% até a final da Libertadores) Esteve em 47,2% dos jogos do Verdão
O técnico Gilson Kleina se mantém na defensiva, mas o histórico dentro do clube mostra que um jogador com o perfil de Riquelme não é prioridade para o comandante – ele prefere mesclar medalhões com jogadores mais jovens, e acredita que o time não suportaria duas estrelas na mesma posição. E duas estrelas que não estarão disponíveis em todos os jogos.
– Ninguém aqui discute o potencial do Riquelme. Ele tem uma capacidade técnica incontestável. Dentro de sua história, sempre esteve em alto nível por grandes equipes, e sempre correspondeu porque conquistou. E para servir à seleção argentina, é necessário ter muita qualidade, principalmente para a camisa 10 que ele usou. Mas é como o Valdivia: é preciso que sejam feitos análises físicas e fisiológicas para sabermos qual a melhor maneira de usá-los – disse, em entrevista coletiva na semana passada.
O Palmeiras gostaria de apostar na experiência de Riquelme, três vezes campeão da Libertadores com o Boca e representante da seleção argentina na década passada. A proposta está nas mãos do craque argentino, e o clube só aguarda a resposta para saber qual corrente levará a melhor no Palestra Itália: defensores ou detratores da contratação.

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