quinta-feira, 7 de março de 2013

Transexual enfrenta problemas para obter licença e lutar no MMA feminino

Fallon Fox, de 37 anos de idade, já tem duas vitórias profissionais, mas pode não ter a licença confirmada após assumir ter mudado de sexo em 2006

Por SporTV.com Coral Gables, EUA
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O caso da lutadora Fallon Fox pode entrar para a história do MMA. Atuando como profissional desde maio de 2012, a atleta acumula duas vitórias, além de três triunfos como amadora. Aos 37 anos de idade, Fallon não teria qualquer problema para obter sua licença como lutadora se não tivesse revelado recentemente um pequeno detalhe: ela é transexual desde 2006, quando fez uma cirurgia de troca de sexo seguida de tratamento hormonal, tornando-se a primeira a atuar como profissional no MMA. Sua próxima luta está programada para o dia 20 de abril, pela semifinal do Grand Prix dos pesos-penas feminino do Championship Fighting Alliance (CFA), em Coral Gables, na Flórida, mas ainda não se sabe se ela terá a permissão para atuar no evento.
- Nosso departamento jurídico está investigando as informações que constam da ficha de inscrição de Fallon Fox - disse Sandi Copes Poreda, diretora de comunicação da Comissão de Boxe do Estado da Flórida, em entrevista à revista "Sports Illustrated".
MMA - Fallon Fox lutadora transexual (Foto: Divulgação/Site Oficial)Fallon Fox, primeira atleta transexual a competir profissionalmente no MMA (Foto: Divulgação/Site Oficial)
No documento, a lutadora afirma que a licença para lutar MMA em 2013, pela Comissão Atlética da Califórnia, foi enviada pelo correio há cerca de duas semanas. A informação, no entanto, está sob investigação, já que o diretor-executivo da entidade, Andy Foster, afirma que a licença ainda está em processo de análise, enquanto a lutadora e seu empresário, Brett Atchley, acreditam que a liberação tenha sido postada pelo correio em fevereiro. A obtenção da licença de um estado forte como a Califórnia pode pesar decisivamente na obtenção de uma nova licença em outras regiões dos EUA.
A lutadora admite, no entanto, que não revelou a sua condição de transexual à entidade da Flórida e não apresentou todos os documentos médicos pertinentes, alegando que não foi solicitada a fazê-lo. Sandi Poreda informou que a obrigatoriedade de apresentar este tipo de documentação está na pauta das mudanças que a Comissão analisará em seu próximo workshop, no qual se discutirá a atualização das regras e processos de obtenção de licenças para lutar profissionalmente.
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Já na suposta obtenção da licença para atuar na Califórnia, Fox garante que fez sua inscrição por telefone e enviou todos os exames comprovando que era uma transexual. O órgão, no entanto, afirma que não enviou a licença para a lutadora, mas sim um comprovante do pagamento da taxa de US$ 60 referente à inscrição preliminar. Andy Foster também declarou que a lutadora solicitou a sua identificação nacional como lutadora e que o processo também está em análise. Esta identificação permitiria que ela lutasse na maioria dos estados americanos, por cruzar dados com as comissões atléticas. A atleta diz que recebeu a identificação na Flórida, mas a Comissão de Boxe do Estado da Flórida afirma que este processo ainda está sob análise.
- É importantíssimo deixar claro que a Comissão da Flórida autorizou a luta de Fallon Fox. A Comissão da Califórnia apenas recebeu um formulário de inscrição e está trabalhando na análise de todo o processo, inclusive das questões médicas. Após ser feita a análise inicial, nós e a nossa comissão médica pediremos à atleta mais documentos no decorrer do processo. Ela terá a mesma oportunidade de nos entregar estes documentos que qualquer outra atleta. Minha equipe inicialmente lidou com o pedido de licença de Fallon Fox sem me avisar de qualquer particularidade. Por ser o primeiro caso deste tipo, ele devia ter sido levado a mim para que tomássemos as medidas necessárias tanto com nosso corpo jurídico quanto com o médico, que é quem efetivamente decide como se deve proceder em um caso dessa natureza. Agora que fui informado de tudo, estou agindo da forma apropriada para que o protocolo seja seguido em uma próxima vez.
Em sua estreia profissional, Fox lutou pelo "King of Cage", que licencia sua marca em muitos países do mundo. A lutadora afirma que sua luta - vencida por nocaute técnico no primeiro round- aconteceu em uma tribo indígena Coeur D'Alene, que é considerada território soberano e, por isso, isenta de fiscalização estadual. A atleta afirmou que estava obrigada apenas a apresentar exames de sangue e fazer um teste de gravidez, e não tinha certeza se os testes foram realizados sob supervisão do torneio ou de uma entidade oriunda da localidade onde aconteceu o evento. As três lutas amadoras anteriores de Fox, vencidas no primeiro round por finalização, aconteceram no estado de Illinois, onde a lutadora reside.

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