sábado, 13 de julho de 2013

Contra a maré, Dudu Dantas quer seguir no Bellator por muito tempo

'Eles me tratam muito bem', diz o campeão dos galos do evento, que revela
não ter falado mais com o amigo Marcos Loro após o duelo pelo cinturão

Por Rio de Janeiro
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Atual campeão peso-galo do Bellator, Dudu Dantas não segue a grande maioria dos lutadores em relação ao projeto de carreira. Em vez de sonhar com o UFC, o atleta da Nova União, de 24 anos, pretende seguir por muito tempo onde está e valoriza o carinho com o qual é tratado pela organização. Em entrevista ao Combate.com, ele disse que prevê o crescimento do Bellator no mundo inteiro, principalmente no Brasil:
- Estou feliz no Bellator e quero continuar por lá. Na minha carreira, tenho certos passos planejados, e no momento atual é defender o cinturão do Bellator por muito tempo. Confio no crescimento do evento, no Brasil e lá fora. Eles me tratam muito bem.
Dudu Dantas (Foto: Divulgação)Dudu Dantas é o atual campeão peso-galo do Bellator (Foto: Divulgação)
Dudu defendeu o cinturão recentemente ao nocautear o amigo Marcos Loro, que conquistou o direito de disputar o título ao ser campeão do GP da categoria. A luta gerou muita polêmica, mas serviu para mostrar o profissionalismo que existe no esporte. O ponto negativo foi a mancha que ficou na relação entre os atletas. Após o duelo, Loro disse à "Tatame" que a amizade nunca mais seria a mesma.
- Depois que ele foi morar nos Estados Unidos, perdemos contato. O Loro é um cara muito maneiro, gosto muito dele e sempre vou gostar. Depois da luta, não nos falamos mais, mas continuo admirando ele pela história de vida e pela carreira que tem - afirmou Dudu.
O campeão do Bellator falou ainda sobre uma possível luta contra o amigo Renan Barão, caso um dia vá para o UFC, sobre o nocaute chocante que sofreu para Tyson Nam no Shooto Brasil 33, em agosto do ano passado, quando era o grande favorito, e sobre o período de treinos na Holanda ao lado de feras como o veterano Melvin Manhoef.
A seguir, leia a entrevista com Dudu Dantas na íntegra:
Que peso-galo do Bellator você vê como possível desafiante ao seu cinturão atualmente?
No Bellator, as categorias mais baixas são muito acirradas, não deixam em nada a desejar para outros eventos. Tem muita gente boa por lá, mas o desafiante sairá no mini GP que terá da categoria, agora no segundo semestre. Pode vir quem for, que vou dar a vida por esse cinturão.
Certamente iríamos conversar dentro da Nova União para decidir isso em conjunto. Mas, de
coração, não desejaria isso"
Dudu Dantas, sobre enfrentar Barão
Você ainda é novo. Pretende fazer carreira no Bellator ou sonha com o UFC?
Muita gente me pergunta isso, mas nunca pensei em como seria se estivesse no UFC. Estou feliz no Bellator e quero continuar por lá. Na minha carreira, tenho certos passos planejados, e no momento atual é defender o cinturão do Bellator por muito tempo. Confio no crescimento do evento, no Brasil e lá fora, eles me tratam muito bem. Mas o futuro pertence a Deus.
Se fosse para o UFC, provavelmente estrearia contra um top da categoria. Aceitaria enfrentar o Renan Barão?
Boa pergunta... Nunca me passou pela cabeça. Certamente iríamos conversar dentro da Nova União para decidir isso em conjunto. Mas, de coração, não desejaria isso.
O que deu errado na derrota surpreendente para o Tyson Nam? Foi confiança exagerada?
Foi uma mistura de tudo de ruim que um lutador pode pensar antes de uma luta. Eu queria dar show, mostrar para a galera que sou um lutador agressivo, que parte para cima. Estava sim com a confiança lá em cima. A arena estava todo ao meu favor. Estava bem na luta, acho que não demoraria muito para eu nocautear, mas ele teve o mérito dele, encaixou um golpe muito forte e venceu. Só que isso passou, fiquei triste, me estudei novamente e vi que poderia melhorar muito como lutador de MMA. O jargão de que se aprende na derrota se encaixou perfeitamente na minha carreira depois daquela luta. Hoje, sou um novo lutador. A derrota não foi boa, nunca é boa, mas serviu para eu aprender que vontade não é tudo. Inteligência é fundamental para um grande campeão. Contra o Loro, consegui lutar com mais paciência, com inteligência, e deu no que deu.
Dudu Dantas e Marcos Loro na luta do Bellator (Foto: Reprodução / Facebook Oficial)Dudu Dantas (à esquerda) nocauteou o amigo Marcos Loro (Foto: Reprodução / Facebook Oficial)
O Bellator te liberou para fazer aquela luta. Eles de alguma forma se arrependeram ou te repreenderam depois da grande repercussão que teve?
Não houve arrependimento de parte alguma. Luta é luta e tudo pode acontecer dentro dela, talvez por isso o MMA seja um esporte tão amado pelo mundo. Um golpe muda tudo.
O que aquela derrota te trouxe de positivo?
Como falei, me serviu para mostrar que, lutando com mais inteligência, serei sempre um lutador mais perigoso. Não que eu não fosse inteligente em meu jogo antes daquela luta, mas depois dela aprendi muito mais a usá-la ao meu favor dentro do cage.
A derrota não foi boa, nunca é
boa, mas serviu para eu aprender que vontade não é tudo. Inteligência é fundamental
para um grande campeão"
Sobre revés para Tyson Nam
Como foi para você enfrentar o Marcos Loro, que é seu amigo?
Foi ruim, óbvio... Ninguém quer enfrentar um companheiro de equipe, um cara que é seu conhecido há anos. Mas não tinha o que fazer. Eu era o campeão e ele o primeiro desafiante, então tivemos que lutar.
O Loro disse que a amizade entre vocês nunca mais seria a mesma depois da luta no Bellator. O que você pensa sobre isso? Houve contato após essa declaração? Como está a relação?
Depois que ele foi morar nos Estados Unidos, perdemos contato. O Loro é um cara muito maneiro, gosto muito dele e sempre vou gostar. Depois da luta, não nos falamos mais, mas continuo admirando ele pela história de vida e pela carreira que tem.
Qual o objetivo desses treinos na Holanda? Já conhecia o Melvin Manhoef? Você se espelha nele?
Quero evoluir sempre como lutador, por isso escolhi o celeiro do Kickboxing mundial para essa temporada de treinos. Vim com meu amigo Emerson Falcão, um dos principais nomes brasileiros no Kickboxing. Ele já morou aqui, então conhece tudo. Os treinos por aqui são muito puxados, mas a batida que tenho na Nova União me deixa apto para treinar em qualquer parte do mundo, em qualquer equipe. O Manhoef é um ídolo que tenho desde a infância, quando via suas lutas no K-1. O cara é fera demais, e sempre me espelho em grandes nomes como ele. Treinar por um mês na academia que o formou, que o ensinou tudo, é um grande prazer.

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