quinta-feira, 18 de julho de 2013

Glover não descarta encarar Lyoto no futuro, mas cogita subir de categoria

Amigos, lutadores vivem dilema na categoria até 93kg do UFC, e mineiro conta que eles conversam abertamente sobre isso: 'Não ficamos com rabo preso'

Por Rio de Janeiro
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Ao mesmo tempo em que são grandes amigos, treinam juntos e têm os mesmos empresários (Jorge Guimarães e Ed Soares), Glover Teixeira e Lyoto Machida estão nas primeiras posições do ranking oficial da categoria até 93kg do UFC e têm de conviver com especulações constantes em torno de uma possível luta entre eles. Segundo Glover, os dois não têm "rabo preso" entre si e já conversaram abertamente sobre isso de forma  bem-humorada, só que não chegaram a uma conclusão de fato. O lutador mineiro não descarta enfrentar Lyoto, mas quer quer evitar ao máximo o confronto e por isso cogita até subir para a divisão peso-pesado (até 120kg) no futuro:
- A gente tem que conversar e ver como vai ser. Tenho facilidade para subir para o peso-pesado, sou grande. Ao mesmo tempo o Lyoto tem como descer para os médios. A gente tem que sentar e ver. O futuro a Deus pertence. Pode acontecer no futuro, mas a gente não tem pensado nisso - disse em entrevista ao Combate.com.
Lyoto assistiu lutas com Glover Texeira e família (Foto: Arquivo pessoal)Lyoto, em casa com os filhos e amigos, ao lado de Glover (Foto: Arquivo pessoal)
O foco de Glover agora está no americano Ryan Bader, que será seu adversário na luta principal do UFC de 4 de setembro, em Belo Horizonte. A vitória, que seria a quinta seguida na organização, pode lhe dar a tão sonhada chance de disputar o cinturão dos meio-pesados. Até lá não se sabe se Jon Jones seguirá campeão, mas Glover admite que enfrentá-lo teria um sabor especial:
- O Anderson Silva é o cara, o maior da história, mas ele perdeu e agora todo mundo quer saber de enfrentar o Chris Weidman porque ele tem o cinturão. Todo mundo quer enfrentar o Jon Jones porque ele está com o cinturão. Seria mais saborosa a vitória sobre ele, porque está ganhando várias vezes, mas o objetivo é o cinturão.
O mineiro de Sobrália-MG enalteceu as qualidades de Bader e falou ainda sobre a realização do sonho de fazer uma luta principal em seu estado natal e sobre as melhores lutas que fez na carreira. A seguir, veja a entrevista completa:
COMBATE.COM: Você vai fazer uma luta principal de evento do UFC no Brasil. O que isso representa na sua carreira?
GLOVER TEIXEIRA: É o sonho de todo mundo que está ali. Estou empolgadão com essa luta, vai ser um lutão. O Bader é um cara duro. E vai ser no estado onde eu nasci. Estou muito feliz.
Já zoei demais, a gente brinca o tempo todo. O Lyoto é meu
amigo mesmo, de sair com ele, beber e falar tudo. Eu e o Lyoto somos assim, não ficamos
com rabo preso"
Glover Teixeira
Depois de todo aquele problema com o visto americano, você esperava ter essa trajetória tão rápida e gloriosa no UFC?
A gente sempre espera o melhor. Sempre treinei muito, com lutadores tops, mesmo não estando no UFC. Eu sabia que tinha potencial para lutar no UFC. Treinava com vários caras do UFC e me dava bem. Sabia que mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer.
O Ryan Bader é um cara de qualidade, mas está abaixo de você no ranking. Os fãs esperavam uma luta sua contra o Rashad Evans ou alguém desse nível. Você também esperava um cara mais bem posicionado?
Naquele momento eu pensei que seria o Rashad, porque ele falou depois da luta que poderia me pegar. Mas o Bader também está na lista. Ele fez várias lutas no UFC. Perdeu para o Lyoto, mas venceu a última no primeiro round de forma rápido. Está nos tops há bastante tempo. Não foi uma surpresa. Eu sabia que poderia ser ele.
Acha que uma vitória sobre o Bader pode te levar à disputa de cinturão? Ou vai precisar de mais uma ou duas lutas?
Não sei. Depende de como você vence, da sua performance, de como você está no dia. Não é ganhar, é como você ganha. Se for uma luta bonita e boa, com certeza pode sim (lhe dar a chance de disputar o cinturão). Mas isso depende do UFC. A gente vai fazer o possível para isso acontecer.
Glover Teixeira e James Te Huna UFC 160 (Foto: Getty Images)Glover Teixeira finalizou James Te Huna no UFC 160 no primeiro round (Foto: Getty Images)
O UFC às vezes deixa lutadores de sobreaviso para o caso de uma lesão em uma luta importante. Você está de sobreaviso para substituir algum possível lesionado em Jon Jones x Alexander Gustafsson?
Não estou sabendo de nada, até porque estou com luta marcada.
Qual o seu palpite para essa luta: Jones ou Gustafsson?
Acho que o Jon Jones tem a possibilidade de ganhar, porque tem o wrestling melhor. Ele vai botar para baixo e ganhar no chão.
Acho que o Jon Jones tem a possibilidade de ganhar, porque tem o wrestling melhor. Ele vai botar para baixo e ganhar no chão"
Sobre Jon Jones x Alexander Gustafsson
Muita gente acredita que você é o meio-pesado com mais chances de tirar o cinturão do Jon Jones. Concorda?
Concordo com certeza (risos). Se eu não concordar, vai ser falta de confiança da minha parte. Não sei se só eu, mas acredito no meu potencial sim.
Enfrentar o Jon Jones, número 1 do ranking peso por peso e muito badalado atualmente, é um grande objetivo seu? Ou é conquistar o cinturão, independentemente do rival?
É independentemente do adversário. Se ele perder ou mudar de categoria, vou estar lá e buscar cinturão. O Anderson Silva é o cara, o maior da história, mas ele perdeu e agora todo mundo quer saber de enfrentar o Chris Weidman porque ele tem o cinturão. Todo mundo quer enfrentar o Jon Jones porque ele está com o cinturão. Seria mais saborosa a vitória sobre ele, porque está ganhando várias vezes, mas o objetivo é o cinturão.
Você e Lyoto estão nas cabeças, e uma luta entre vocês é cada vez mais possível. Você aceitaria enfrentá-lo?
A gente deixa isso mais neutro, porque não pode começar falando muito. Nós somos muito amigos e vamos evitar ao máximo.
Lyoto Machida treina com glover teixeira (Foto: Reprodução Twitter)Lyoto Machida e Glover fazendo sparring em
Belém (Foto: Reprodução Twitter)
Vocês são muito amigos e costumam estar juntos. Conversam sobre isso?
Claro, já zoei demais, a gente brinca o tempo todo. O Lyoto é meu amigo mesmo, de sair com ele, beber e falar tudo. Eu e o Lyoto somos assim, não ficamos com rabo preso.
Pelo cinturão você aceitaria enfrentar o Lyoto?
Depende, né? A gente tem que conversar e ver como vai ser. Tenho facilidade para subir para o peso-pesado, sou grande. Ao mesmo tempo o Lyoto tem como descer para os médios. A gente tem que sentar e ver. O futuro a Deus pertence. Pode acontecer no futuro, mas a gente não tem pensado nisso.
Olhando para trás, qual foi a melhor luta que você fez no UFC?
Acho que a melhor luta foi a última (finalizou James Te Huna no primeiro round com uma guilhotina). Eu me senti muito bem, estava muito bem preparado, sem lesão nenhuma.
E a melhor luta da sua carreira inteira?
Acho que foi a luta contra o (Rameau) Sokoudjou (venceu por nocaute no primeiro round no WEC, em 2006). Foi muito boa para mim. Foi muito rápido, e eu estava muito bem, quase perfeito. Outra luta que sempre brinco foi a de 5 segundos (nocauteou Jorge Oliveira em apenas 5s, em 2008). Essa foi perfeita, foi rápida. Você ganha o dinheiro rápido e vai embora rápido (risos).

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