domingo, 8 de setembro de 2013

Golaço de voleio de Elias dá vitória ao Botafogo sobre o Criciúma no fim
Tigre sai na frente, mas equipe alvinegra, mesmo desfalcada, vira para 2 a 1, mantém distância curta para Cruzeiro e reassume vice-liderança
 
DESTAQUES DO JOGO
  • deu certo
    Oswaldo
    O técnico alvinegro ousou mais uma vez com garotos no clube. Após o sucesso com Hyuri, lançou Octávio, autor do gol de empate, e Gegê, bem na partida.
  • deu errado
    S. Criciúma
    O técnico do Tigre errou feio ao sacar da partida o destaque de sua equipe. Mesmo cansado, o meia Morais levava perigo ao Botafogo, que cresceu no jogo.
  • redenção
    Edílson
    Ele quase foi vilão em lance de Morais. Mas depois salvou a bola e se transformou num dos destaques. Tanto que centrou na medida para o gol de Elias.
A CRÔNICA
por GLOBOESPORTE.COM
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Desfalcado de vários jogadores importantes, entre eles Seedorf, Lodeiro e o goleiro Jefferson, o Botafogo tinha virado o primeiro tempo derrotado por 1 a 0 por um Tigre que, em casa, dera o bote e abrira o placar logo com três minutos de jogo. De início fora um baque para um time com vários garotos, entre eles Hyuri, sensação contra o Coritiba, e Octávio, lançado por um ousado Oswaldo de Oliveira. Pois bem. Pouco depois, o time retomou a partida e voltou para o segundo tempo reservando emoções e uma grande surpresa. Empurrado pelos jovens, chegou ao empate com ele, justamente Octávio. E nos acréscimos, aos 46, Elias marcou um golaço de voleio que deu a vitória por 2 a 1 e devolveu a vice-liderança no fim do primeiro turno do Brasileirão.
Sim, o Botafogo de sangue novo agora tem 36 pontos ganhos, quatro a menos que o líder, o Cruzeiro, que derrotou o Flamengo por 1 a 0, no Mineirão. Melhor que isso. Manteve a confiança na aposta do treinador de lançar mais garotos - Gegê também entrou bem na partida e se tornou nova opção. Em contrapartida, o Tigre, que vinha de três vitórias consecutivas, estacionou em 23, caiu para o 11º lugar, e continuou próximo dos clubes que logo abaixo brigam para fugir do Z-4, a zona de rebaixamento.
É bom lembrar também que jogadores experientes, como Marcelo Mattos, Renato e Rafael Marques, foram fundamentais para a reação alvinegra. O lateral-direito Edílson também se tornou peça importante - foi dele o centro para o golaço de Elias. Na 20ª rodada, primeira do returno, o Criciúma irá a Salvador encarar o Bahia, na próxima quarta-feira à noite, na Fonte Nova. O Botafogo receberá no mesmo dia o Corinthians, no Maracanã.
- Esse gol mostrou a força do Botafogo. Estávamos sem grande jogadores, como o Seedorf, e isso é para dizer que o Botafogo joga sem Seedorf ou com ele do mesmo jeito. O time do Botafogo é isso aí. Fico muito feliz, a cada jogo o time vem apresentando bonitos gols, espero fazer mais - disse o atacante Elias, herói da virada.
No lado do Criciúma, Leonardo lamentou o fato de o time ter adotado postura defensiva no fim da partida.
- A gente recuou. Eles acertaram um chute ali... São coisas do futebol, a bola pune. Infelizmente fomos punidos hoje.
Octavio gol Botafogo contra Criciúma (Foto: Fernando Ribeiro / Futura Press)Time vibra com empate, do garoto Octávio: era o começo da virada (Foto: Fernando Ribeiro / Futura Press)
Tigre surpreende
O Criciúma é daqueles times que sabem - e gostam - de usar bem o mando de campo como fator de pressão. A torcida é animada e empurra o time, que procura entrar sempre ligado. Foi exatamente assim, com o grito dos torcedores, que o Tigre precisou de míseros três minutos para dar o seu recado para o Botafogo. Méritos para Morais. O camisa 10 cumpriu com louvor a missão de garçom e deu o passe na medida. Méritos para Lins, que se antecipou a Dória para bater cruzado, sem defesa para Milton Raphael: 1 a 0.
Não há time que não sinta um gol logo de cara. Ainda mais o Botafogo deste domingo, sem sete titulares, entre eles Seedorf, e cheio de garotos. O técnico Oswaldo de Oliveira até ousou ao escalar o jovem Octávio no meio-campo, deixando a equipe mais ofensiva. Mas o time acabou prejudicado com o gol que tomou no começo. Logo após a vantagem no placar, o Criciúma se fechou direitinho, com muita competência, dando poucos espaços. Aí, nem Hyuri, sensação na partida contra o Coritiba, conseguia criar.
O jeito era bater de fora da área. Foi o que Renato fez, aos 24. Galatto espalmou, e Elias emendou de cabeça, para nova defesa do goleiro do Tigre. E o lance acordou um pouco a partida, àquela altura sonolenta. No contra-ataque, Lins, pela direita, centrou na medida para Bruno Lopes, que se enrolou e não conseguiu bater. Poderia ter feito ali o segundo gol.
Estava clara, ali, a estratégia dos donos da casa. Jogar pelo lado direito de ataque, esquerdo do Botafogo. Julio Cesar perdia o duelo com Lins, e Dória não estava nos melhores dias para fazer a cobertura. O Botafogo tentava dar o troco, mas Octávio e Hyuri esbarravam na boa marcação do Tigre, que nem sentiu a saída do volante Serginho, contundido, para a entrada de Amaral, com corte moicano à lá Fábio Ferreira (ex-zagueiro alvinegro, hoje no Tigre, machucado). Na partida, voava Morais, camisa 10 da equipe catarinense, responsável por mais dois lances: um chute perigoso de fora da área e um belo lançamento desperdiçado pelo ataque na direita. Melhor para o Botafogo.
Morais e Bolívar jogo Criciúma e Botafogo (Foto: Fernando Ribeiro / Futura Press)Destaque do Tigre, Morais tem dura disputa com Bolívar (Foto: Fernando Ribeiro / Futura Press)
Reação alvinegra
O Botafogo sabia que no segundo tempo precisaria mudar. Cometeu o mesmo pecado inicial ao entrar menos ligado que o Criciúma. O enredo quase se repetiu quando, com cinco minutos, Morais se aproveitou de bobeada de Edílson, ao atrasar bola no fogo para Bolívar, e só não marcou porque o próprio Edílson se recuperou e salvou. Parecia o estímulo do qual a equipe precisava. Huyri, a sensação contra o Coritiba, acordou e fez jogada individual. Ao chegar na entrada da área, bateu com perigo, por cima da meta. Pouco depois, aos 8,  Rafael Marques, pela direita, lançou o outro menino Octávio, que bateu de primeira, pela esquerda. A bola parou no fundo das redes: 1 a 1.
A partida esquentou. Os dois times se lançaram ao ataque. Com a marcação mais adiantada, Marcello Mattos e Renato cresciam. E o Botafogo se agigantou com três lances perigosos, que obrigaram Galatto a três boas defesas: o primeiro de Edílson, em tiro violento após grande arrancada pela direita, mesma arma de Renato e Marcelo Mattos, pelo meio. O goleiro do Criciúma já era, naquele momento, o destaque da partida e responsável pelo empate.
Com Weldon no lugar de Bruno Lopes, o Criciúma tentou melhorar o poder ofensivo. O Tigre voltou a se lançar ao ataque, e Gilson só não marcou após bom passe de Morais porque adiantou demais a bola. Depois, novamente o camisa 10 participou bem, ao tocar para Lins bater de fora da área, obrigando Milton Raphael a boa defesa.
Os técnicos voltaram a mexer. Oswaldo de Oliveira trocou Julio Cesar por Alex, recuando Gegê para a lateral. Depois, se arrependeu e trocou o cansado Hyuri por Lima, devolvendo Gegê para o setor ofensivo. Fez certo. Já Sílvio Criciúma sacou Morais, o melhor do time, para pôr André Gava. O camisa 10 dava sinais de cansaço. Mas o técnico do Tigre errou. Bom para o Botafogo. Aos 46, após mais um centro na medida de Edílson, um dos destaques da partida, o voleio de Elias no ângulo deu a vitória que o time precisava. Calou a animada torcida no Majestoso, como é conhecido o Heriberto Hülse. E deixou mais empolgados os alvinegros para o returno. A briga pela ponta continua firme.
 

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