segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Adilson pode atingir aproveitamento do campeão Cruzeiro e ser rebaixado

Treinador, melhor do clube na temporada, não tem permanência em 2014 definida enquanto ainda luta para evitar frustração de uma arrancada em vão no Brasileirão

Por Rio de Janeiro
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Adilson Batista Vasco (Foto: Iivo Gonzalez / O Globo)Agitado, Adilson Batista não poupa energia e costuma jogar com o time na beira do campo (Foto: Ivo Gonzalez / O Globo)
Mesmo com três jogos consecutivos sem vencer no meio de sua curta caminhada até aqui, não dá para negar que Adilson Batista reúne bons resultados no Vasco. Ele já até garantiu o posto de melhor treinador do ano no clube - superando Gaúcho, Paulo Autuori e Dorival Júnior. O aproveitamento atual é de 61,1% (11 pontos em 18 disputados), o que lhe daria o segundo lugar do Brasileirão, em média. E pode chegar a 66,6%, caso o time vença o Atlético-PR, domingo, em Joinville, na última rodada. Ironicamente, os números praticamente iguais aos dos últimos campeões podem não ser suficientes para evitar o rebaixamento por conta de uma combinação amplamente desfavorável de resultados envolvendo os concorrentes.
É verdade que são apenas seis partidas, o que limita a comparação, mas com sua formação  cautelosa, em busca de equilibrar a defesa para depois atacar, Adilson de fato reduziu as falhas que rendiam muitos gols sofridos, dentro e fora de casa. Sob seu comando, foram apenas cinco, média de 0,8. O posto de segunda pior retaguarda da competição foi passado ao Criciúma e a Ponte, que já caiu, agora soma 55 gols levados - um a menos que a equipe de São Januário.
Na lista de técnicos, Gaúcho foi demitido no Carioca e garantiu 52% de aproveitamento. Em seguida, Autuori derrapou no início do Brasileirão e pediu para sair com 42%. Já Dorival, que ficou mais tempo, foi ainda pior, mesmo após um começo promissor: 40%. Antes, em 2012, Marcelo Oliveira saíra com 26,7% e Cristóvão, após 12 meses, teve 60,2%.
Questionado se as constantes mudanças na função foram responsáveis por levar o Vasco a esta situação, Adilson minimizou.
- Não é só troca de treinador. Em janeiro estava aqui o Paulo Autuori (na verdade, o técnico só assumiu o Vasco em maio), uma pessoa por quem tenho o maior respeito, admiração e carinho. Então não é treinador, precisa mudar essa mentalidade, transferindo para uma pessoa só. É um coletivo, um todo. Não vou julgar os motivos dos (times) cariocas estarem nessa situação porque cheguei esses dias. Procurei trabalhar para que o Vasco reagisse. Estamos com vida ainda, não depende somente do Vasco, mas estamos na expectativa de vencer e acontecer algo na rodada que nos ajude também - afirmou.
Hoje, o Cruzeiro, que já levantou o caneco por antecipação, está com 67,6% com o mesmo Oliveira no banco de reservas. O Fluminense de 2012, melhor de todos nos pontos corridos, chegou a 67,5%, apenas 0,9% acima do que o Vasco de Adilson pode alcançar.
Entre os treinadores que assumiram os times em má fase nesta reta final destacam-se Clemer, do Inter, que despencou recentemente e soma 36,1%, Dorival, que pegou o Tricolor carioca das mãos de Luxemburgo, com 58,3%, e Tcheco, que só fez duas partidas à frente do Coritiba e está com 66,6%. Em situação dramática, os dois últimos brigam diretamente contra o Cruz-Maltino para se salvar.
O estilo disciplinador e agitado, nos treinos e à beira do campo, ganhou o elenco. A diretoria, porém, ainda espera a definição do campeonato para tratar da permanência. O próprio Adilson não quer saber do assunto e sabe que o êxito no desafio pode lhe abrir de novo o caminho dos grandes - desviado depois da sequência de trabalhos fracassados no futebol paulista.

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