segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Vítima de trauma craniano em 2001, Burti relembra drama: 'É demorado'

Piloto de testes da Ferrari de 2002 a 2004, brasileiro diz que Schumacher é bom esquiador e recordaacidente grave qua o deixou em coma correndo pela Prost

Por São Paulo
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Um traumatismo craniano, com lesões no cérebro, é um dos maiores temores de quem ganha a vida em alta velocidade. Luciano Burti que o diga. Ex-piloto de testes da Ferrari na época de maior sucesso de Michael Schumacher pela escuderia, entre 2002 e 2004, o competidor de 38 anos – que atualmente corre na Stock Car – lamentou o acidente que o alemão sofreu neste domingo em uma estação de esqui na França, quando o heptacampeão mundial bateu a cabeça em uma pedra após sofrer uma queda. E comparou o caso com o dele próprio, que em 2001, correndo pela equipe Prost, bateu de frente em uma barreira de pneus logo no começo do GP da Bélgica.
Fórmula 1: o acidente de Luciano Burti no GP da Bélgica em 2001 (Foto: Reprodução)Fórmula 1: o acidente de Luciano Burti no GP da Bélgica em 2001 (Foto: Reprodução)
- Meus irmãos dizem que 100% eu nunca fiquei. Foram dois dias de coma induzido, mas isso varia, dependendo da gravidade da lesão. E mais quatro meses para me sentir equilibrado novamente, ficar de pé, digamos assim. E, para me recuperar de verdade, dois anos. Não tem jeito, é demorado – diz Burti, que na época foi diagnosticado por um neurologista inglês que afirmou que ele provavelmente jamais voltaria a pilotar devido ao trauma.
De acordo com os médicos do hospital francês onde Schumacher está internado, em Grenoble, o alemão ainda luta pela vida após ter sido operado para diminuir a pressão intracraniana, e está em coma induzido. O piloto brasileiro lembrou que, em casos como o do heptacampeão, a indução ao coma é uma forma de criar condições para o corpo reagir melhor ao tratamento. E concordou que não há como fazer prognósticos sobre eventuais sequelas.
- Até ele acordar deste coma, ninguém sabe o que vai acontecer, se vai ter alguma sequela, se está bem, se está mal. Tem muita gente que vai falar agora que é sério, ou que está fora de perigo. É tudo chute. Tem que esperar ele acordar, fazer exames, ver reflexo, reação, e então ter um diagnóstico. É assim que funciona a medicina – explica o brasileiro.
michael schumacher esqui  (Foto: Agência EFE)Adepto do esqui alpino, Michael Schumacher se acidentou nos Alpes Franceses (Foto: Agência EFE)


Admitindo que os pilotos gostam de esportes mais radicais, Luciano lembra dos tempos em que esquiava com o alemão nas apresentações da Ferrari na estação italiana de Madonna di Campiglio, e afirma que Schumacher está longe de ser um amador da modalidade do esqui alpino. Para Burti, ele provavelmente estava buscando mais emoção nesta sua nova vida longe das pistas.
- O europeu esquia desde pequenininho, para eles é padrão esquiar bem. Óbvio que é um esporte que tem seu risco. E ele, como um esportista que gosta de adrenalina, não vai esquiar para se divertir um pouquinho, ele vai buscar velocidade, aquelas descidas mais difíceis. Com certeza havia risco envolvido, mais emoção – frisa Burti, que está na Stock car desde 2005.
Schumacher e Luciano Burti Ferrari (Foto: Getty Images)Luciano Burti foi piloto de testes da Ferrari no período de maior sucesso de Schumacher pelo time (Foto: Getty Images)

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