Treinador de Barão torce pela volta de Cruz: "Muita gente quer ver essa luta"

"Acho que ele seria o cara que realmente traria um jogo diferente para o Barão", afirma Jair Lourenço. Brasileiro encara TJ Dillashaw neste sábado

Por Evelyn Rodrigues, Ivan Raupp e Marcelo Russio Direto de Las Vegas, EUA

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Sem lutar desde outubro de 2011, Dominick Cruz vem convivendo com uma série de lesões e ainda não tem previsão de retorno ao octógono. O longo tempo inativo o fez perder até o cinturão peso-galo (até 61kg) do UFC, hoje nas mãos de Renan Barão. Enquanto o brasileiro vai dominando a categoria com ampla vantagem sobre os adversários, cresce a expectativa em cima de um possível confronto entre os dois. O duelo é o sonho de consumo da equipe de Barão, segundo Jair Lourenço, treinador e líder da Kimura / Nova União em Natal.
- O que a gente torce mesmo, na realidade, é que o Dominick volte. Acho que muita gente quer ver essa luta, até porque o Dominick é um grande lutador, temos que ser realistas. É um cara que se mexe muito, diferentemente de todos da categoria. Então, acho que ele seria o cara que realmente traria um jogo diferente para o Barão. Tem boa movimentação de pernas, um jogo de entra e sai, também derruba muito bem. Essa é a luta que a gente mais quer ver. Mas não sei se ele iria querer voltar já lutando pelo cinturão. Talvez ele opte por fazer mais uma ou duas lutas antes - disse, em entrevista ao Combate.com em Las Vegas (EUA).

Jair Lourenço é treinador de Renan Barão desde a infância do lutador potiguar (Foto: Ivan Raupp)

A realidade do momento não tem Dominick Cruz, mas tem TJ Dillashaw, adversário de Barão neste sábado, no UFC 173. Mas, na cabeça de Jair, o americano não é muito diferente dos lutadores que seu pupilo já enfrentou no Ultimate:
- A base dele é do wrestling, estilo que o Barão está acostumado a bloquear. Penso que ele vai trocar um pouco, mas vai ficar sempre insistindo no jogo de quedas. Talvez, se não conseguir derrubar, vai tentar fazer um jogo de prender na grade. É o que eu penso. Não acho que vai ser muito diferente das outras lutas, quando se trata de wrestler lutando. É um cara mais leve e mais rápido, mas não imagino que ele vá trazer muita coisa diferente.

Acho que ele seria o cara que realmente traria um jogo diferente para o Barão. Tem boa movimentação de pernas, um jogo de entra e sai, também derruba muito bem. Essa é a luta que a gente mais quer ver"

Jair Lourenço, sobre Dominick Cruz

O plano do UFC para Barão inicialmente era colocá-lo no TUF Brasil 3 Final, dia 31 de maio, contra o compatriota Raphael Assunção, mas o treinador e empresário Dedé Pederneiras achou que era pouco tempo de descanso, já que Barão venceu Urijah Faber em fevereiro. No entanto, a equipe aceitou o duelo contra TJ Dillashaw uma semana antes da data recusada, e Jair Lourenço explicou o porquê:
- Na realidade a gente sempre consulta o lutador. Se a gente sentir que o lutador está com dúvida, a gente não bota. Quando foi oferecido o Assunção no Brasil, a gente já sabia que essa luta não iria acontecer, porque eu sabia que ele estava machucado. Já tinha ouvido falar nisso. A gente conhece, tem contato com o Assunção. É um cara de Pernambuco, bem do lado da gente. Então, sabíamos que ele estava com duas lesões. O maior medo da gente era fazer um camp, e ele (Raphael) se machucar e não ter a luta. Quando foi oferecido em Las Vegas, já ofereceram falando que o Raphael estava machucado e que seria contra o TJ Dillashaw. Conversando com o Barão, ele achou que seria legal. O Barão já vinha de um camp, e o nosso medo era fazer outro camp e adiarem a luta muito em cima. E a gente não via ninguém para substituir, porque o TJ estava com luta marcada contra o (Takeya) Mizugaki. O risco era o Barão treinar de novo e não ter a luta. Seria perigoso ter overtraining. Quando foi oferecido o TJ Dillashaw, vimos que ele (TJ) não estava com lesão, que estava bem. Aí o Barão ficou muito animado e feliz para pegar a luta. A gente consultou o Barão, ele estava a fim de lutar, então nós aceitamos.
Por fim, o treinador também analisou o caminho de Barão na categoria. Se vencer TJ Dillashaw, o próximo oponente deve ser Raphael Assunção, talvez no Brasil. Depois, um nome que ele vê como possível é o do japonês Takeya Mizugaki, que vem de quatro triunfos consecutivos e neste sábado enfrenta Francisco Rivera:

Dominick Cruz e Barão tiveram a luta marcada, mas americano se lesionou (Foto: Reprodução / Twitter)

- De repente pode ser o Mizugaki mesmo, que se vencer pode ser o desafiante. Mas após o Assunção, né? Se o Barão vencer, e tenho fé em Deus que ele vai, acho que vai ser Brasil contra Brasil. E imagino que essa luta seja no Brasil. Seria demais, ainda mais se fosse no Maracanãzinho. Daria para rolar em outubro com certeza. A gente torce muito para que o Barão vença e seja convidado para lutar no Brasil - disse, referindo-se a um possível card do UFC no ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, no mês de outubro.
O UFC 173 será realizado neste sábado, na MGM Grand Garden Arena, em Las Vegas. O canal Combate transmite o evento ao vivo e com exclusividade a partir das 19h (horário de Brasília), e o Combate.com acompanha tudo em Tempo Real.
UFC 173
24 de maio de 2014, em Las Vegas (EUA)
CARD PRINCIPAL
Peso-galo: Renan Barão x TJ Dillashaw
Peso-meio-pesado: Dan Henderson x Daniel Cormier
Peso-meio-médio: Robbie Lawler x Jake Ellenberger
Peso-galo: Takeya Mizugaki x Francisco Rivera
Peso-leve: Jamie Varner x James Krause
CARD PRELIMINAR
Peso-leve: Michael Chiesa x Francisco Massaranduba
Peso-leve: Tony Ferguson x Katsunori Kikuno
Peso-galo: Chris Holdsworth x Chico Camus
Peso-leve: Al Iaquinta x Mitch Clarke
Peso-leve: Anthony Njokuani x Vinc Pichel
Peso-pena: Sam Sicilia x Aaron Phillips
Peso-meio-médio: David Michaud x Li Jiangliang