quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Massa questiona restrição do rádio na F-1: "Pode causar grandes acidentes"

Para brasileiro, limitação das mensagens pode dificultar trabalho dos pilotos. A dupla da Mercedes, Rosberg e Hamilton, aprova a mudança: "Era assim nos tempos do kart"

Por Cingapura
A proibição de mensagens de rádio "que ajudem no desempenho do carro ou do piloto" divide opiniões no circo da Fórmula 1. A maioria dos competidores acredita que a FIA foi radical demais ao elencar as restrições que começam a valer já neste fim de semana, no GP de Cingapura. Para Felipe Massa, a ausência de informações sobre aspectos técnicos do carro, como o estado de carregamento das baterias ou o equilíbrio do freio, poderá causar "grandes acidentes" nas próximas corridas.
- Em algumas áreas, não há problema. A equipe não poderá dizer para poupar pneus em determinada curva para poder se igualar a seu companheiro. Isso é tranquilo, não é um problema. Mas pode acontecer de você esquentar demais os freios traseiros e acabar colocando fogo no carro. Talvez possa causar grandes acidentes. Nós não sabemos qual é a temperatura da bateria. Temos uma unidade de força muito complexa. Se não estivermos usando as configurações corretas, não vai funcionar. Não vamos conseguir dar duas voltas - argumentou o brasileiro da Williams.
Felipe Massa dá entrevistas no paddock do Marina Bay, em Cingapura (Foto: Reuters)


A limitação da comunicação tem o objetivo de diminuir a influência dos engenheiros na pilotagem dos competidores. Dessa forma, a FIA acredita que as disputas na pista passarão uma sensação de maior veracidade para os torcedores. A partir da etapa deste fim de semana, mensagens sobre ajustes da configuração de mtor e câmbio ou avisos sobre pressão dos pneus e destaste e temperatura dos freios estarão proibidas. Para esclarecer as dúvidas de dirigentes e pilotos, a entidade divulgou uma lista com o que foi banido e o que continuará sendo permitido.
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Kimi Raikkonen e Fernando Alonso, dupla da Ferrari, na Bélgica (Foto: Divulgação)Kimi Raikkonen está conformado com a mudança: "É parte do jogo, então tudo bem" (Foto: Divulgação)
O finlandês Kimi Raikkonen, conhecido pelo estilo rebelde e por não dar muita atenção às instruções dadas por seus engenheiros, também acredita que as restrições podem dificultar a vida dos pilotos em relação a problemas com o carro. Apesar disso, o piloto da Ferrari parece conformado com a mudança. Em 2012, pela Lotus, o "Homem de Gelo" ignorou as mensagens de rádio durante o GP de Abu Dhabi e proferiu a célebre frase “Leave me alone, I know what I’m doing” (Deixe-me em paz, sei o que estou fazendo).
- No meu caso, não há muito diálogo pelo rádio. Apenas quando há problemas com o carro. Acho que pode ficar bastante complicado no caso de problemas e você precisar mudar algumas configurações para conseguir terminar a corrida. Eu não sei como a regra será aplicada nestes momentos. É evidente que as coisas ficarão mais complicadas para nós. Mas é parte do jogo, então tudo bem - opinou o campeão mundial de 2007.
Os dois principais postulantes ao título mundial, Nico Rosberg e Lewis Hamilton, se mostraram bastante favoráveis à medida. A dupla da Mercedes reconhece que a restrição das mensagens de rádio vai exigir mais dos pilotos, mas também defende que a liberdade maior na pista pode proporcionar disputas mais emocionantes para o público. Vice-líder do ranking, Hamilton chegou a questionar uma ordem de sua escuderia no GP da Hungria, em julho. A equipe pediu pelo rádio que o inglês deixasse o alemão passar, sob o argumento de que Nico precisaria fazer mais um pit stop. Lewis bateu o pé e não cedeu a posição. Este tipo de ordem fica proibido a partir de agora.
- Eu lembro de quando nós estávamos no kart. A coisa legal em correr de kart é que você naõ tem quaisquer informações. Assim, ninguém poderia ver em que parte da pista eu estava mais rápido. Hoje em dia, você tem tantos dados que pode ver tudo o que eu faço, qualquer truque que eu tenho. Às vezes, você está tentando encontrar o equilíbrio perfeito e precisa pedir a ajuda de seus engenheiros. Mas eu gosto bastante da ideia de termos que fazer isso nós mesmos. Era assim que fazíamos nos velhos tempos - disse Hamilton.
- Eu acho que as coisas podem ficar mais interessantes agora. Costumávamos ter 100% de comunicação antes, e agora eles só estão autorizados a me dizer cerca de 20% das coisas. Portanto, é uma grande mudança. Caberá a nós ter certeza de que chegaremos ao final da corrida com combustível. Teremos certeza de que estamos lutando individualmente por nossas posições - completou Nico.
Lewis Hamilton e Nico Rosberg acreditam que a mudança vai fazer disputa pelo título ficar mais emocionante (Foto: Reuters)


Veja o que outros pilotos pensam sobre a nova medida:
Alonso GP da Itália (Foto: Getty Images)
Fernando Alonso (Ferrari): "Para ser sincero, não vejo uma grande diferença. Nós nunca usamos o rádio para aspectos de desempenho ou algo assim. Apenas para controlar temperaturas, falar sobre o tráfego na pista ou decidir estratégias. No nosso caso, não acho que terá um grande impacto. Em relação às outras equipes, não sei exatamente como eles usam o rádio".
Sergio Pérez, da Force India, é um dos dois representantes mexicanos no Mundial de Pilotos (Foto: Getty Images)
Sergio Pérez (Force India): "Não acho que seja ideal que, de repente, de uma corrida para outra, as regras sejam alteradas de forma tão drástica. Mas isso não influencia tanto assim. Teremos uma corrida mais movimentada, porque precisaremos manter tudo sob controle. Eu não vejo problema em me acostumar com isso, é apenas uma mudança dramática em relação às corridas anteriores".
Pastor Maldonado não teme futuro na F-1 (Foto: Getty Images)
Pastor Maldonado (Lotus): "Com certeza não é a melhor notícia, especialmente com todos os sistemas complexos que temos na Fórmula 1 neste momento. Mas a regra é a mesma para todos os pilotos, então não importa tanto assim".

Marcus Ericsson Caterham (Foto: Getty Images)
Marcus Ericsson (Caterham): "Eu gosto da ideia, para ser sincero. É bom para que todos os pilotos fiquem mais focados na corrida. Para nós, que somos uma equipe pequena, será um pouco mais complicado, porque o nosso volante não tem um display muito grande. Outros times tem uma tela grande onde podem mostrar um monte de informações. Será um pouco mais complicado para nós, mas eu gosto da ideia".
Fique ligado nos horários do GP de Cingapura!
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A TV Globo transmite ao vivo o GP de Cingapura, válido pela 14ª etapa da temporada 2014, neste domingo, 21 de setembro, a partir das 8h35 (horário de Brasília). No sábado, o canal passa os momentos decisivos da sessão que define o grid de largada no sábado, às 10h40. O SporTV exibe o treino classificatório na íntegra às 10h, além das atividades livres no circuito de Monza.

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