quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Dirigente comenta teste de Vitor e uso de TRT no UFC: "Foram ingênuos", diz

Jeff Novitzky também discutiu punição dada a Nick Diaz, que foi suspenso pela NAC por cinco anos por testar positivo para maconha após luta contra Spider: "É discutível"

Por Las Vegas
Jeff Novitzky UFC (Foto: Evelyn Rodrigues)Jeff Novitzky é vice-presidente de Saúde e Performance dos Atletas do UFC (Foto: Evelyn Rodrigues)
Na semana passada, o site americano "Deadspin"  fez uma denúncia afirmando que o brasileiroVitor Belfort teria lutado no UFC 152, em 2012, mesmo depois de ter testado positivo para elevados níveis de testosterona em exame antidoping realizado no estado de Nevada, menos de três semanas antes do combate.
Nesta terça-feira, o vice-presidente de Saúde e Performance dos Atletas do UFC, Jeff Novitzky, se pronunciou sobre o assunto ao site "Bloody Elbow" e afirmou que, no passado, quando os lutadores do Ultimate passaram a fazer uso de TRT (Terapia de Reposição de Testosterona), a organização foi um pouco ingênua com relação ao tratamento:
- Eu não sabia disso e fiquei sabendo quando li o artigo na semana passada. Eu sempre vejo as coisas com certo ceticismo quando fico sabendo delas pela mídia. Acho que o UFC e as comissões, há alguns anos, não sabiam o que era essa questão do TRT. É uma área muito complicada, antidoping, anabolizantes e TRT... Acredito que todo mundo foi um pouco ingênuo há alguns anos e eu tenho que lhes dar crédito por trazerem alguém que sabe o suficiente sobre esse assunto. E não afirmo que sei tudo o que existe sobre antidoping, mas se eu não sei, sei exatamente quem são os especialistas no mundo para os quais posso ligar. Acho que parte da minha contratação foi um reconhecimento dentro da organização de que eles não sabiam tudo o que precisavam sobre antidoping.
O dirigente também deu a sua opinião sobre o julgamento de Nick Diaz pela Comissão Atlética de Nevada. O lutador foi suspenso por cinco anos e recebeu multa de R$ 633 mil (cerca de 33% de sua bolsa) por ter testado positivo para metabólitos de maconha em seu exame pós-UFC 183.
- Eu acho que os motivos da comissão estão corretos. (...) Acho que eles estão tentando fazer a coisa correta. Porém, acredito que eles estão em grande desvantagem e que o antidoping é um campo muito difícil de se compreender 100%. (...). Pelo que entendi, três testes foram feitos na noite da luta. Houve um exame feito antes do combate, um assim que o duelo terminou e outro um pouco depois do segundo. O primeiro e o último exame foram feitos por laboratórios credenciados pela WADA (Agência Mundial Antidoping). Esses são os que vamos usar no nosso programa e esses laboratórios são o de mais alto padrão, tanto em testes de sensibilidade quanto em equipamentos e na forma como as amostras são coletadas. Essas amostras são enviadas para o laboratório anonimamente, para que o laboratório não saiba quem está testando. E o primeiro e o último teste vieram bem abaixo do limite para maconha. O limite do código da WADA é 150 ng/ml e os testes vieram com 40 ng/ml e com 60 ng/ml - explicou.
- E aí você tem esse outro teste, feito pelo laboratório Quest, e eu não vou questioná-los e dizer que eles não são bons, mas os laboratórios credenciados pela WADA são os de padrão mais elevado. Você não vai conseguir encontrar um equipamento mais calibrado do que o que a WADA tem. Dito isso, o teste da Quest estava com 733 ng/ml, um dos mais altos que eu já vi na vida. Há muitos problemas ao interpretar esses resultados e não há explicação científica real para alguém apresentar 40 ng/ml, logo depois 733 ng/ml e pouco depois 60 ng/ml - completou.
Para Novitzky, Diaz pode ter tomado uma punição tão severa da NAC por conta das duas vezes anteriores em que testou positivo para maconha no Estado.
- Acho que o resultado foi influenciado pelos dois exames em que ele testou positivo no passado. Eu não ouvi nenhuma explicação para os cinco anos de suspensão. A nova regra proposta por eles (NAC) é de três anos de suspensão, o que acredito que ainda nem foi aprovado formalmente. O fato de Diaz ter falhado ao preencher o formulário pré-luta e de não ter mencionado o uso de maconha, pode ter sido considerado algum tipo de agravante. Eu não ouvi nenhuma explicação sobre isso, mas eu acho que tudo isso é discutível, porque olhando para esses três resultados, não acho que deveria ter havido um teste positivo para começo de conversa - finalizou o dirigente.

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