quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Em livro, Hunt conta que apanhava do pai com cabo de vassoura e fio elétrico

Peso-pesado do UFC relembrou abusos em biografia e não ficou aliviado quando seu progenitor foi preso: "Sabia que ele estaria longe e que teríamos menos comida ainda"

Por Las Vegas
Mark Hunt coletiva UFC 180 (Foto: Evelyn Rodrigues)Mark Hunt revelou em biografia que foi vítima de violência doméstica quando era criança (Foto: Evelyn Rodrigues)
Peso-pesado do UFC, o neozelandêsMark Hunt revelou em sua biografia que ele e seus irmãos foram vítimas de violência doméstica durante toda a sua infância.
No livro "Born to Fight" ("Nascido para Lutar" na tradução literal), que ainda não tem data para ser lançado no Brasil, o atleta relembra como as situações difíceis que passou quando era criança o moldaram e o transformaram na pessoa que ele é hoje. 
- Meu pai nos batia com qualquer coisa que ele encontrasse, e com qualquer ferramenta: punhos, pés, cabos de vassouras, varas, fios elétricos, até com a mangueira que passava de uma máquina de lavar para a torneira - escreveu em um trecho do livro.
Em outro trecho, o "Super Samoano" relembra os abusos sofridos por seus irmãos:
- Eu costumava achar que ele pegava mais leve com a minha irmã mais velha, Victória, mas isso não significava que ela não apanhava. Todos nós achávamos que nosso pai pegava mais leve com ela. Ele costumava levá-la para o quarto dele, mas nós não ouvíamos barulhos e tapas de uma surra quando isso acontecia, e ela também não saía de lá com sangue ou com hematomas. Não era justo. Nós sabíamos que algo estranho acontecia naquele quarto, mas nós não fazíamos ideia de que era algo abominável e pecaminoso.
Hunt estava tão acostumado a apanhar durante sua infância que, quando seu pai foi preso, ele não se sentiu aliviado:
- Não fiquei aliviado quando meu pai foi levado para a prisão... Eu apenas sabia que ele iria ficar longe e que nós teríamos menos comida ainda em nossa casa. Todos nós queríamos ver o velho, menos a Victória, claro. Quando eu finalmente o vi, me senti mal por ele. Ele tinha olhos profundos, e parecia muito triste e solitário. Eu nunca o vi daquele jeito antes.
Apesar de todas as dificuldades, o peso-pesado se orgulha de ter chegado ao  UFC e conta que tudo o que passou o ajudou a se transformar no lutador que é hoje:
- Em um determinado momento como criança, eu aprendi a pegar a dor e a colocá-la em algum lugar fora da minha cabeça. Ela continuava existindo, mas não estava em nenhum lugar que pudesse me fazer parar de lutar.

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