sábado, 13 de fevereiro de 2016

Bethe se compara a uma Fênix e diz: "Voltarei mais poderosa do que nunca"

Após ser nocauteada por Ronda, brasileira irá retornar ao octógono dia 16 de abril, contra Raquel Pennington e dispara: "Ponto fraco dela é ser frágil psicologicamente"

Por Rio de Janeiro
Bethe Correia UFC 177 (Foto: Evelyn Rodrigues)Bethe Correia deixa derrota para Ronda no passado e foca em seu próximo compromisso (Foto: Evelyn Rodrigues)
Acostumada a entrar no octógono sempre em uma sequência positiva, Bethe "Pitbull" Correia irá experimentar uma volta ao cage após uma derrota. A atleta, que foi nocauteada por Ronda Rousey, em agosto do ano passado, tentará retomar o caminho das vitórias no dia 16 de abril, no UFC programado para acontecer na Flórida, contra a peso-galo Raquel Pennington. 
Em preparação para a luta na AKA - academia dos campeões Luke Rockhold e Daniel Cormier - Bethe está nos Estados Unidos em busca de melhorias em seu jogo. A evolução poderá ser vista no embate com Pennington e, pelos elogios ao time, a paraibana aposta na redenção, conforme declarou ao Combate.com.
- Minha volta será diferente de todas as outras lutas, pode ter certeza. O que passei no meu país, com a mídia, na minha vida pessoal, no meu camp, sei que nenhuma menina teve um momento tão crucial como o meu. Não desmereço nenhuma e sei que todas suaram a camisa, mas em termos de pressão e críticas, nenhuma passou o que eu passei. Mentalmente, eu me sinto amadurecida e forte. Minha forma de treinar mudou e tudo isso repercutirá na luta, sempre falo que voltarei como uma Fênix. Não que eu tenha morrido, porque uma derrota não apaga a minha história, mas voltarei mais poderosa do que nunca.
Confira a entrevista completa:
Como está a preparação para a luta?
Eu estou com muita vontade de voltar ao octógono depois do meu primeiro revés. Não é fácil passar pela sua primeira derrota, em especial, da forma como foi, pelo tamanho da repercussão. Lido bem e gosto demais da mídia, mas ela não foi legal comigo nem antes, nem durante e nem depois da luta. Dei um tempo e voltei aos treinos, fomos negociando com UFC. Quero fazer a minha melhor performance, não só vencer, mas ficar orgulhosa de mim como nunca. Tenho uma legião grande de fãs em todos os países e sei que todos estarão vendo a luta. Só penso em treinar da forma correta e evitar estresses, por isso, saí do Brasil e vim para os Estados Unidos, para me isolar de qualquer problema que possa surgir. Foquei apenas nos treinos.
Aqui há um arsenal de atletas com diversos estilos diferente, de vários países. Descobri muitos erros no meu jogo treinando com essa galera
Bethe Correia
O que pode destacar desse período de treinos na AKA?
Quando perdi a luta sabia que muita coisa deveria mudar. Não só em treino como na própria Bethe. Eu precisava me conhecer mais, e tomar a frente de muita coisa na minha vida pessoal e na minha carreira. Percebi que a melhor forma seria viajar e ter novas experiências. O Leandrino (Vieira), treinador na AKA, e o Javier Mendez (líder do time) me receberam de braços abertos. Aqui há um arsenal de atletas com diversos estilos diferentes, de vários países. Descobri muitos erros no meu jogo treinando com essa galera. A academia é completa e tem fome de treino, o que é muito bom.

A ideia é ficar na AKA até quando?
Pretendo fazer todo meu camp aqui em San Jose para essa luta. Estou adaptada à galera e ao estilo de treino da equipe. Ano passado fiquei dois meses aqui para conhecer e, agora, devido a alguns problemas pessoais e buscando minha melhora, decidi ficar. Aqui eu penso apenas em treinar, a cidade é bastante tranquila. Basicamente, é treino e descanso (risos).

Como tem sido morar nos Estados Unidos?
Bethe Correia (Foto: reprodução/Instagram)Bethe Correia (Foto: reprodução/Instagram)
Eu tive a sorte de conhecer alguns brasileiros aqui, que me acolheram muito bem. Tem bastante estrangeiro na AKA, muitos latinos e acho que isso facilitou a minha adaptação. Fiz amigos de verdade aqui, nada substitui a família, mas tenho amigos que posso contar. O país virou local de trabalho para mim, é como meu escritório. Estou muito feliz pela oportunidade de estar aqui. O mais legal de tudo é receber o carinho dos fãs por onde eu vou nos Estados Unidos. Eu não imaginava que tinha tantos fãs americanos.

Você era invicta. Como acha que será voltar ao octógono após uma derrota?
Minha volta será diferente de todas as outras lutas, pode ter certeza. O que passei no meu país, com a mídia, na minha vida pessoal, no meu camp, sei que nenhuma menina teve um momento tão crucial como o meu. Não desmereço nenhuma e sei que todas suaram a camisa, mas em termos de pressão e críticas, nenhuma passou o que eu passei. Mentalmente, eu me sinto amadurecida e forte. Minha forma de treinar mudou e tudo isso repercutirá na luta, sempre falo que voltarei como uma Fênix. Não que eu tenha morrido, porque uma derrota não apaga a minha história, mas voltarei mais poderosa do que nunca.
Como analisa os pontos fortes e fracos da sua adversária?
O UFC me deu um tempo para que eu me sentisse preparada a voltar. Quando me senti, avisei a eles, que me ligaram falando para eu lutar contra a Jessica Eye em fevereiro. Ela recusou a luta porque tinha um filme e acabou nem gravando. Depois, mandou mensagem no Twitter querendo lutar em abril. Várias meninas pediram para lutar comigo nas redes sociais, mas o UFC marcou com a Raquel que aceitou na hora e gostei bastante. Gosto de lutar com garotas com perfil da Raquel, não tenho dúvidas que vamos botar a Flórida de pernas para o ar, porque somos trocadoras. Ela fez boas lutas e isso é um ponto forte. O ponto fraco da Raquel é ser frágil psicologicamente. Ela leva isso para a luta. Assisti ao TUF e acompanhei um pouco sua carreira depois do programa.

A sua luta contra a Ronda teve muita provocação. Pretende apimentar esta também?
A diferença é que quando me agridem ou me chamam para lutar de forma desafiadora, sou do tipo que não leva desaforo para casa. Respondo à altura e muitos interpretam de má fé, às vezes
Bethe Correia
Cada luta, cada adversária, é uma história diferente. Muitos não sabem que as adversárias me chamam para lutar, como a Miesha, a Kaufman, a Amanda Nunes, a Eye, a Leslie Smih, a Bate-Estaca e a própria ex-campeã (Ronda). A diferença é que quando me agridem ou me chamam para lutar de forma desafiadora, sou do tipo que não leva desaforo para casa. Respondo à altura e muitos interpretam de má fé, às vezes. Acho que meu jeito atrevido e o fato de ser uma trocadora faz vender a luta e ser um desafio que elas querem testar. Eu estou treinando e vou vencer a Raquel. Ela ficando calada ou falando ou não de mim, nunca levo desaforo pra casa, só isso! Agora só penso em mostrar ao público o meu treinamento, que está show de bola.

Como vê esse duelo acabando?
Eu me vejo vencendo e convencendo para dar mais um passo à frente no rumo para ser novamente a desafiante ao título. 

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