domingo, 14 de novembro de 2010

Avaí, com gol-relâmpago, bate Inter no Beira-Rio: 3 a 2

Catarinenses ganham esperança de fugir do rebaixamento ao superar o Colorado, que vive jejum de vitórias a um mês do Mundial 

A esperança do Avaí caminha de mãos dadas com a preocupação do Inter. O time catarinense ganhou um empurrão em sua luta contra o rebaixamento ao fazer 3 a 2 no Colorado na tarde deste domingo, no Beira-Rio. Os gaúchos, pouco interessados na partida, expuseram problemas exatamente um mês antes da estreia no Mundial. Os números escancaram um alerta vermelho: o Colorado não vence há sete partidas.
A vitória do Leão foi sustentada em um gol-relâmpago, o mais rápido do Brasileirão, com Patric, aos 15 segundos de partida. Batista, ainda no primeiro tempo, fez 2 a 0. O Inter reagiu na etapa final e empatou com Leandro Damião e Rafael Sobis, mas Robinho garantiu a vitória do Avaí.
Com o resultado, o time de Florianópolis subiu para 37 pontos, ainda na zona de rebaixamento, mas agora na primeira casa dela, a 17ª colocação. O Colorado, com 51, é o oitavo. O Avaí volta a campo domingo, em casa, em duelo direto contra o Atlético-GO. O Inter, no mesmo dia, visita o Botafogo.
Quinze segundos. Mal dá tempo de comprar um refrigerante no estádio. Mal dá tempo de dar uma mordida naquele cachorro-quente recheado de ar que se vende nas arquibancadas. Mal dá tempo de espiar a torcedora que desfila perto da mureta. Mas dá tempo de fazer gol. Com inacreditáveis 15 segundos de partida, o Avaí largou na frente e deu um aviso de como seria a tarde de domingo no Beira-Rio.
E de pensar que a saída de bola foi do Inter... Mas por dois ou três segundos. O Avaí logo roubou e saiu em disparada numa aula de contra-ataque. Patric foi o cérebro da jogada. Ele tabelou com Rudnei, Caio e Vandinho até mandar uma pancada no ângulo de Lauro, diante de uma zaga imóvel, de um estádio boquiaberto.
Parecia um lance ocasional. Não era. A verdade é que a atuação do Inter no primeiro tempo deveria ser proibida para menores de 18 anos. Com interesse quase nulo na partida, o Colorado foi disperso, como quem joga com a cabeça nas nuvens – ou, vá lá, em Abu Dhabi. O Avaí foi o extremo oposto. Comeu grama em busca da vitória.
O Inter teve D’Alessandro. E ninguém mais. Rafael Sobis e Alecsandro beiraram a tragédia no ataque nos primeiros 45 minutos. Giuliano manteve a recente rotina de mais errar do que acertar. Nei e Kleber pouco fizeram. A dupla de zaga parecia ter se conhecido milésimos de segundo antes de o jogo começar. O Inter levou a pior no primeiro tempo por um simples motivo: porque mereceu.
O Avaí poderia ter feito mais gols. Uma pancada de Caio estourou na rede de Lauro, por fora. Vandinho, livre, driblou o goleiro colorado, mas foi desarmado por Kleber na hora da conclusão. Batista foi mais competente. Após tabelar com Eltinho, mandou chute forte e viu a bola desviar na zaga antes de adormecer no fundo do gol. O Avaí fazia 2 a 0.
O Inter, como sempre, teve o controle da bola. E, como sempre, criou muito pouco. Excetuados eventuais chutes de longe, teve um cabeceio forte de Alecsandro, defendido por Zé Carlos, e uma conclusão perigosa de Kleber, em chute sem peso, na altura do ângulo, ameaçando o goleiro do Leão.
Inter reage, mas Avaí vence
O Inter resolveu jogar futebol no segundo tempo. E o jogo ficou em chamas. A entrada de Leandro Damião no lugar de Alecsandro, já no intervalo, logo ganhou justificativa. O centroavante recebeu de Rafael Sobis pela direita, avançou com a bola e mandou uma patada em diagonal. Fez um gol de centroavante. E deu vida ao Colorado.
A ressurreição vermelha era questão de tempo. Guiñazu, dentro da área, fintou a zagueirada adversária e mandou chute torto, por cima. Não é a especialidade dele, mas é a de Sobis. De D’Alessandro para Giuliano, de Giuliano para Sobis, de Sobis para o gol. Uma pancada feita sob medida, lá no ângulo. Golaço do atacante.
Estava desenhada a virada. E lá foi o Avaí, pegou a borracha e apagou todos os traços. Quando o Inter mais vibrava, quando a torcida mais festejava, quando o Beira-Rio mais se enchia de esperança, o Leão mordeu a jugular colorada. Emerson Nunes apareceu bem na direita e cruzou na cabeça de Robinho, que fez o gol mais fácil da vida dele. Os catarinenses retomavam as rédeas do placar.
O Inter passou o resto do jogo procurando novo gol de empate. A entrada de Andrezinho não foi suficiente. O Avaí soube segurar o resultado para, com uma vitória das mais expressivas, manter o sonho de escapar da degola.

INTERNACIONAL 2 X 3 AVAÍ
Lauro, Nei (Andrezinho), Bolívar, Índio e Kleber; Wilson Matias (Glaydson), Guiñazu, Giuliano, D'Alessandro e Rafael Sobis; Alecsandro (Leandro Damião). Zé Carlos, Patric, Émerson Nunes, Emerson e Eltinho; Diogo Orlando, Batista, Rudnei (Jeferson) e Caio; Robinho (Daniel Thiago) e Vandinho (Marcelinho).
T: Celso Roth T: Vágner Benazzi
Estádio: Beira-Rio, em Porto Alegre (RS). Data: 14/11/2010. Árbitro: Péricles Bassols Cortez (Fifa/RJ). Auxiliares: Dilbert Pedrosa Moisés (Fifa/RJ) e Ednílson Corona (Fifa/SP).
Gols: Patric, aos 15 segundos, e Batista, aos 38 minutos do primeiro tempo; Leandro Damião, aos nove, Rafael Sobis, aos 14, e Robinho, aos 18 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: D'Alessandro, Guiñazu, Andrezinho (Inter); Robinho, Eltinho (Avaí).
Público: 12.690. Renda: R$ 187.510,00.

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