segunda-feira, 21 de março de 2011

Kleina no Flu: os bastidores de um vexame anunciado em um parquinho

Desorganização marca busca do Tricolor por novo técnico. Após assessoria confirmar acerto com treinador da Ponte, clube recebe informação da recusa

Por Fred Huber e Thiago Fernandes Rio de Janeiro
gilson kleina ponte preta (Foto: Agência Estado)Gilson Kleina: sim e depois não ao Fluminense
(Foto: Agência Estado)
O torcedor do Fluminense ainda tenta entender o que aconteceu no Fluminense nos últimos dias. Desde a saída de Muricy Ramalho, que saiu criticando duramente o clube, a diretoria se viu encurralada para buscar um novo treinador. A pressa para acertar com um comandante faz o clube ter atitudes difíceis de sua torcida entender.
O auge da confusão foi o anúncio de Gilson Kleina. A informação foi passada pela assessoria do clube no parquinho infantil que fica atrás do campo de futebol, às 16h45m. Três horas depois, a informação que dava conta que o treinador iria recusar o convite passou a circular nas Laranjeiras. Após “não” oficial, o clube não se manifestou oficialmente.
O que aconteceu é que a diretoria tricolor foi pega de surpresa com a decisão de Kleina. O tempo de contrato (três meses), um dos motivos apontados pelo treinador para recusar o contrato, já era de conhecimento do técnico antes de ele entrar em reunião com a Ponte Preta para acertar seu distrato com o clube paulista. O treinador, inclusive, já conversava com o clube carioca para marcar data e hora de sua apresentação e entrevista coletiva.
Em meio a tudo isso, os jogadores não deram entrevistas após o treinamento desta segunda-feira. Todos terminaram o treinamento e se dirigiram rapidamente para o vestiário. Havia a expectativa de que o presidente Peter Siemsen concedesse entrevista para explicar toda a situação do clube, mas o mandatário não apareceu na sala de imprensa.
Muitas negativas
levir culpi (Foto:  Globo)Levir não foi liberado por time japonês (Foto: Globo)
A negativa de Kleina e todo seu desenrolar é mais um reflexo da desorganização do clube em busca de um novo técnico. A diretoria se dividiu em dois tipos de tentativas: apostar na força financeira do patrocinador para tentar seduzir um técnico de ponta, ou correr atrás de um nome de menos peso, mas que fosse mais acessível. No fim das contas, a diretoria começou por uma estratégia e acabou em outra.
Oferecendo um salário bastante alto para os padrões nacionais (especula-se que o clube poderia chegar a R$ 1 milhão por mês), o clube foi atrás de Dorival Junior, Felipão e Cuca. Ouviu uma sucessão de respostas negativas. O técnico do Atlético-MG não foi liberado pelo seu clube e os outros dois não quiserem deixar suas equipes.
O quarto “não” foi dado por Levir Culpi, nesta segunda-feira. O técnico não foi liberado pelo Cerezo Osaka e decidiu ficar no Japão. A diretoria partiu, então, para nomes mais acessíveis no mercado. Adilson Batista, sem clube, recebeu proposta e recusou, alegando que gostaria de passar um tempo no exterior. Kleina foi a sexta negativa que a diretoria recebeu.
 Abel Braga, técnico (Foto: AFP) Abel Braga continua sendo o preferido (Foto: AFP)
A tentativa de contratar Kleina, entretanto, deixa claro que o clube já aceita esperar por Abel Braga, que está no Al Jazira (Emirados Árabes Unidos) e tem contrato até dia 30 de maio. Há no clube um temor de que a torcida não aceite a contratação de um interino durante a Libertadores, mas, diante do panorama atual, é o caminho que o Fluminense parece seguir. Nesta segunda, o clube contratou um auxiliar permanente, Ederson Moreira, que daqui para frente será o "quebra-galho" sempre que o time ficar sem comandante.
Em entrevista, Abel admite que já acertou todos os detalhes com Celso Barros, presidente da patrocinadora, para voltar às Laranjeiras em junho. Contudo, o acordo foi feito apenas de boca. Ainda sem técnico, o Fluminense encara o América-MEX nesta quarta-feira. O jogo pode determinar o futuro da equipe na Libertadores. Com dois pontos em três jogos, o time precisa vencer para seguir vivo na luta por uma vaga na próxima fase da competição.

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