terça-feira, 19 de abril de 2011

Técnico do Olaria diz que seu time está pronto para enfrentar o Vasco sem medo

Mauricio Fonseca
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O técnico do Olaria, Cleimar Rocha, está confiante em surpreender o Vasco - Alexandre Cassiano RIO - Não é todo dia que um técnico consegue levar o modesto Olaria, simpático clube da Zona da Leopoldina, às finais de um turno no Campeonato Carioca, desbancando um dos grandes, no caso o Botafogo. Por isso, o dia foi especial para o carioca Cleimar Rocha. Há 26 anos zanzando de um lado para o outro no lado B do futebol do Rio, finalmente ele viu sua estrela brilhar.
Sem alarde, mas claramente feliz e orgulhoso, o até então desconhecido técnico do Olaria levou a mulher Eneida e os dois filhos para almoçar fora. Nada de especial. Comida chinesa, refrigerante, cafezinho:
— Conseguimos o que muita gente não acreditava ser possível. Fomos aos poucos, cumprindo um objetivo de cada vez. Antes do jogo com o Vasco, falei para o time que já que tínhamos chegado até aqui, não podíamos recuar. Jogamos sem medo.
Caso raro no futebol, Cleimar Rocha assumiu o comando do Olaria após o time fazer uma boa Taça Guanabara. O antigo técnico, Luís Antônio, só saiu porque recebeu uma boa proposta para ir trabalhar na Lituânia. O time já tinha dez pontos e se classificado para disputar o Troféu Washington Rodrigues. A estreia foi em 20 de fevereiro.
— Com dez pontos você praticamente se garante na elite, que era o primeiro objetivo do Olaria. Isso deu mais tranquilidade — admite.
A volta do alçapão
Até agora o Olaria só perdeu uma vez com Cleimar. Foi logo na estreia da equipe na Taça Rio: Flamengo 3 a 2. Depois foram três empates e quatro vitórias. O time não venceu um único grande. O máximo que conseguiu foi o empate de 2 a 2 com o Vasco.
— Transformamos a Bariri num alçapão. Ganhamos três jogos em casa. E ainda derrotamos o Resende na casa deles. Depois que assumi o time não foi derrotado por nenhum pequeno — destaca.
O fato de o time ter conseguida a classificação num jogo contra o Vasco, com quem medirá forças nas semifinais, foi mais importante para o Olaria, segundo seu treinador. Os jogadores já viram que não precisam temer ninguém, por mais forte que seja. Apenas respeitar:
— O Olaria tem um time jovem, com média, se não me engano, de 23 anos. São meninos que ainda ficam impressionados ao lado de um Felipe, de um Diego Souza. É assim mesmo. Mas agora não tem mais aquele impacto, é outra situação. Não chegamos até aqui à toa. Teve trabalho. Mas não há como preparar um jogador para esta situação. Vai depender de cada um.
Na opinião de Cleimar Rocha, o estilo de jogo do Olaria, de toque de bola e contra-ataques, encaixa-se bem contra o Vasco, um time muito ofensivo:
— Eles têm apenas o Rômulo para marcar forte no meio-campo. Dá para chegar tocando a bola. O problema é quando o Vasco parte para cima. Aí é complicado segurar.
Para vencer no sábado e chegar à decisão da Taça Rio, Cleimar vai repetir a estratégia usada em Macaé. Não quer ver meu time acuado, esperando o Vasco em seu campo. Para ele, isso é suicídio.
— Se você deixa um time grande como o Vasco jogar à vontade perto de sua área vai perder o jogo. Pode apostar. Não tem como resistir meia hora, 40 minutos a uma pressão de grande contra pequeno. Uma hora a casa cai. Mas, se você também joga, dificulta as coisas para o adversário. Obriga que ele encontre alternativas — prega.
O veterano lateral Calixto, de 35 anos e ex-Vasco, tem ajudado muito com sua experiência, assim como o goleiro Henrique, de 29. Mas os destaques são o meia Renan Silva, o atacante Valdir e o meia-armador Victor, todos ainda na casa dos 22 anos.
— O Renan é canhoto. Tem boa técnica e visão de jogo. Já o Valdir, que era meia, se adaptou muito bem como homem de frente. Tem velocidade para isso. E o Vítor, que veio de uma peneira, tem força, também é canhoto e chuta bem — analisa o treinador.
Cleimar foi técnico do Friburguense de 2006 a 2010. Estava à frente da equipe quando o clube foi rebaixado, após 13 anos consecutivos na Primeira Divisão carioca. Ficou quase um ano desempregado. As aulas noturnas de Educação Física num colégio da Cidade de Deus ajudaram muito nesse período. Agora na vitrine, espera não passar mais tanto tempo longe do futebol.
— Meu primeiro objetivo é continuar trabalhando.

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